quinta-feira, 5 de julho de 2018

Procel divulga seu relatório anual


Fonte: Procel Info - 04.07.2018

Brasil - O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) lança seu Relatório de Resultados 2018 - ano base 2017.

O relatório mostra que em 2017, o Programa colaborou com a economia de 21,2 bilhões de kWh de energia elétrica no ano, o que equivale a 4,57% do consumo total de eletricidade do Brasil no período. Essa economia evitou a emissão de 1,965 milhões de toneladas de CO2 equivalentes, correspondente à quantidade liberada por 675 mil veículos durante um ano.

Há também a divulgação de avanços em várias vertentes de atuação, como os mais de 35 milhões de equipamentos vendidos com o Selo Procel, além de atividades relacionadas aos setores da indústria, saneamento ambiental, edificações, gestão energética municipal, educação e iluminação pública.

No setor industrial, escolhido como tema do relatório deste ano, devido a sua importância para a competitividade nacional, destaca-se a parceria com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), com o apoio da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), visando à eficiência energética de consumidores energointensivos.

Outro importante marco em 2017 foi a retomada dos investimentos no Procel Reluz, por meio do lançamento da primeira Chamada Pública de Projetos de Iluminação a LED, que contou com 1.101 municípios inscritos.

Este relatório se refere ao primeiro ano de exercício do Plano de Aplicação de Recursos do Procel, que passou a receber recursos por meio da edição da Lei 13.280/2016.

Para visualizar o relatório e obter maiores informações, acesse: www.procelinfo.com.br/resultadosprocel2018/.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Javali protegido, Opinião FSP


Indicador do grau de civilização dos povos, a compaixão pelo sofrimento dos animais tem —ou deve encontrar— limites. Ninguém em sã consciência defenderia salvar a vida de roedores que transmitem a peste. Mas e o javali?
Se depender das autoridades paulistas, de ora em diante essa espécie terá salvo-conduto para vagar pelos campos e matas. O governador Márcio França (PSB) sancionou lei que proíbe a caça no estado “em todas as suas modalidades, sob qualquer pretexto, forma e para qualquer finalidade”.
Soubessem ler e se importar com normas legais, esses suínos teriam muito o que celebrar. Como não é o caso, humanos é que temos com que nos preocupar diante dessa legislação algo desequilibrada.
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Verdade que a lei estadual 16.784 abre exceção para os chamados animais sinantrópicos —ou seja, aqueles que, adaptados ao convívio em assentamentos humanos, podem implicar risco para a população. Ratos e pombos surgem como os exemplos mais notórios, por transmitirem doenças.
Javalis representam um caso à parte. A espécie originária da Europa, da Ásia e do norte da África foi introduzida na América do Sul para fins de pecuária e pode reproduzir-se com porcos comuns, gerando os híbridos que ficaram conhecidos como “javaporcos”.
javali não tem predadores naturais nos ecossistemas brasileiros e proliferou, após escapar de criadouros (ou por soltura intencional, após proibição de manter rebanhos). Bandos ferais passaram a arrasar lavouras de cana e milho, entre outras; supõe-se, ainda, que possam transmitir doenças como a febre aftosa a criações domésticas.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou em 2013 a caça ao suíno selvagem, para controlar sua população. Defensores de direitos dos animais se levantaram contra o abate, alegando sofrimento intenso com os ferimentos a bala e a mutilação de cães atacados pelos seres perseguidos.
A exposição de motivos do deputado estadual Roberto Tripoli (PV), autor do projeto sancionado, deixa claro que a libertação dos javalis era o alvo principal. O texto admite o controle populacional, mas veda o emprego de meios cruéis e exclui da ação pessoas físicas e jurídicas não governamentais.
Na prática, autorizou-se em território paulista a continuada proliferação dos bichos e a destruição que ocasionam. Ninguém imagina que o governo estadual vá organizar brigadas só para capturá-los —a não ser, talvez, políticos em busca de votos piedosos.

Saúde cara, Opinião FSP

A regulação de serviços privados de saúde constitui tarefa complexa em qualquer lugar do mundo. O exemplo clássico é o dos Estados Unidos, onde o sistema baseado em planos e seguros leva a alta de custos e perda de eficiência.
Os americanos gastam cerca de 18% de seu Produto Interno Bruto (PIB) no setor, montante quase igualmente dividido entre setor público, de um lado, e famílias e empresas, de outro. Nenhum outro país chega perto dessa cifra, mas nem por isso os EUA ostentam os melhores resultados globais.
Uma das explicações é que o modelo incentiva a expansão de despesas, mesmo quando desnecessária. Até pelo medo de processos judiciais, médicos conveniados tendem a recomendar mais exames e consultas; os usuários não têm razão evidente para recusá-los.
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No Brasil, embora a Constituição de 1988 estabeleça um sistema público e universal de saúde, a prática mostra outra realidade. Os dispêndios totais na área foram estimados em 9,1% do PIB, sendo 5,2% a cargo de entes privados.
Há, pois, um vasto mercado de planos, que atende 47 milhões de contratantes —e suscita queixas e demandas de todo tipo.
As mais notórias dizem respeito aos reajustes das mensalidades, que não raro parecem exagerados. Há poucos dias, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou índices de até 10% para os planos individuais neste 2018, enquanto a inflação esperada para o ano está próxima dos 4%.
Para os coletivos, cujos aumentos não são alvo do controle do órgão, os percentuais médios devem ficar entre 18% e 19%, conforme informações do jornal Valor Econômico.
A polêmica mais recente se dá em torno das novas regras para coparticipação —em que os pacientes poderão pagar por até 40% dos atendimentos— e franquia, ambas limitadas ao valor da mensalidade.
As duas modalidades permitem contratos, em princípio, mais baratos. Entretanto o consumidor pode ser levado a pagar mais quando precisar de fato dos serviços, ainda que alguns deles sejam mantidos isentos de cobrança.
Há que ter cuidado quanto ao que esperar da regulação do setor. O encarecimento decorrente do envelhecimento populacional, da introdução de novas tecnologias e das derrotas judiciais das operadoras, por exemplo, é um fato.
Se o monitoramento de preços não pode inviabilizar a atividade, os esforços devem se concentrar em garantir a competição, orientar usuários e reduzir custos. Um tema a ser debatido é o mecanismo de remuneração dos agentes, que hoje leva em conta o número de procedimentos realizados.
Nesse modelo, os hospitais ganham com os doentes que sofrem mais complicações, o que se torna um incentivo na direção errada.