sábado, 2 de junho de 2018

Lucro da Petrobras diz mais sobre erros do que acertos de Pedro Parente, FSP

Deseja-se que estatal tenha gestão profissional, não privada

Pedro Parente, ao anunciar o resultado da Petrobras no primeiro trimestre de 2018 - Sergio Moraes - 8.mai.2018/Reuters
Ganhou corpo nas últimas semanas a tentativa, aqui e ali, da construção de uma narrativa  sobre as supostas eficiência, retidão e resistência de Pedro Parente a toda sujeira que ameaçaria invadir seu gabinete pelas frestas da porta.
Nesta sexta (1º), o executivo anunciou sua saída do comando da Petrobras e acrescentou o epílogo à história: o herói, ao constatar que nem mesmo sua eficiência sobre-humana seria capaz de barrar o avanço dos visigodos, resolveu se recolher e preservar a própria biografia.
Parente assumiu uma empresa deficitária e a entrega, dois anos depois, superavitária. E bota superavit na planilha: R$ 7 bilhões de lucro líquido no primeiro trimestre do ano.
Se comandasse a empresa da família, mereceria uma estátua na entrada da casa de campo e o rosto estampado em brasões rococó.
Mas o diabo, é sabido, mora nos detalhes. Parente comandava uma estatal dona de um quase monopólio e, em consequência, da definição prática do valor final nas bombas. 
E implantou uma política de reajuste —em alguns casos, diários—  dos combustíveis baseada na variação do dólar e do preço do petróleo no exterior. Se em nome dos bilhões de lucro da Petrobras alguém está feliz em pagar R$ 5 pelo litro da gasolina e R$ 80 pelo botijão de gás —e como diria Buzz Lightyear, tendo o céu como limite—, ótimo. Os caminhoneiros, parece, não estavam.
O país virou de ponta-cabeça, o governo teve que entregar anéis e dedos. Saúde, educação e outros tantas áreas que já iam mal das pernas vão piorar mais um pouquinho.
Até o PSDB, ninho político (ops) de Parente, quer mudanças na sistemática de reajustes. Geraldo Alckmin e Aécio Neves —é, ele ainda se considera apto a apontar caminhos políticos ao país— defenderam um novo gestor que tenha “sensibilidade” ao impacto da política de preços   na vida dos consumidores.
Na narrativa citada no início, diz-se que o Brasil não está preparado para uma gestão profissional à Pedro Parente. De fato, não está.
Ranier Bragon

Menos barulho, por favor, FSP



A iniciativa, como tantas outras na legislação brasileira, é bem-intencionada, limitada e de difícil fiscalização. Acompanhando o que já se fez em Santos e Campinas, a Prefeitura de São Paulo sancionou projeto fixando multas a quem disparar fogos de artifício ruidosos.
Argumenta-se que crianças, idosos e animais sofrem com a violência acústica que se impõe, por vezes em plena madrugada, a pretexto de comemorações diversas.
A lei municipal estabelece multa de R$ 2.000 a quem se engajar nesse tipo de festejo, dobrando-se o valor na hipótese de reincidência. Estão preservados da sanção, por bom senso e bom gosto, os artefatos apenas luminosos.
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Originalmente, pretendeu-se proibir também a produção e a venda dos rojões —algo de que se recuou, tanto por motivos econômicos quanto por problemas de atribuição legislativa. É com base neste último ponto, aliás, que representantes do setor já contestam a lei, arguindo sua contradição com um decreto federal de 1942.
A medida terá de ser ainda regulamentada, definindo-se quais os níveis aceitáveis de ruído, num prazo de 90 dias. As festas juninas e a Copa do Mundo deverão transcorrer, portanto, com as celebrações —ou sobressaltos, a depender do ponto de vista— de sempre.
São difíceis, de qualquer modo, os passos no sentido de controlar a poluição sonora na cidade.
O barulho de helicópteros ou aparelhos de som em carros estacionados, por exemplo, tem sido objeto da atenção dos legisladores, dentro de um quadro de normas que remonta à década de 1970.
O protótipo de um mapa do ruído urbano de São Paulo, organizado pela Associação Brasileira de Qualidade Acústica, teve seu lançamento público em abril deste ano, em meio a campanhas de conscientização para o problema.
Se é possível fiscalizar a emissão de sons em locais determinados, como boates ou pontos de tráfego, não há dúvida de que, quanto aos rojões, o essencial seriam providências para esclarecer o público. 
Trata-se, afinal, de comemoração que pode ser substituída em boa parte dos casos. No pressuposto, claro, de que haja mesmo algo a ser comemorado nos dias que correm —ou, ao menos, na Copa.

Facebook começa a perder de YouTube, Instagram e Snapchat, FSP

Pesquisa Pew mostra três outras plataformas na dianteira junto aos adolescentes americanos

Entre os adolescentes americanos, o Facebook caiu para o quarto lugar entre as plataformas sociais mais usadas. Segundo pesquisa Pew com jovens entre 13 e 17 anos, 85% declararam usar YouTube; 72%, Instagram; 69%, Snapchat; “enquanto só 51% disseram que usam Facebook”.
A pesquisa foi noticiada com enunciados como “Teens estão rompendo com Facebook mais rápido do que pensávamos”, pelo site Mashable, e “Facebook não é tão cool quanto Snapchat e YouTube entre teens”, pelo The Wrap.
Segundo a diretora do estudo, Monica Anderson, “o ambiente de mídia social entre adolescentes é muito diferente de apenas três anos atrás”, quando o Facebook era dominante. “Hoje, os hábitos se desenvolvem menos em torno de uma única plataforma.”
O Facebook perde espaço, mas comprou parte da concorrência, caso do Instagram —adquirido em 2012 e hoje usado para conter o Snapchat —que recusou oferta de compra do mesmo Facebook.
Por outro lado, a liderança do YouTube confirma o sucesso no esforço de décadas empreendido em mídia social pelo Google —que comprou a plataforma de vídeo e, no ano passado, também fez propostas para levar o Snapchat.
Na ilustração do WSJ, os ‘titãs’ Jeff Bezos (Amazon), Larry Page (Google), Mark Zuckerberg (Facebook) e Tim Cook (Apple), ‘pé ante pé a caminho do monopólio’ Reprodução
Na ilustração do WSJ, os ‘titãs’ Jeff Bezos (Amazon), Larry Page (Google), Mark Zuckerberg (Facebook) e Tim Cook (Apple), ‘pé ante pé a caminho do monopólio’

‘ROBBER BARONS’

Facebook e Google, mais Amazon, são tratados pelo Wall Street Journalcomo os novos “impérios” —comparados por especialistas a Standard Oil e AT&T pelos “esforços similares para derrubar concorrentes”.
Abrindo a longa reportagem, “Imagine um futuro não muito distante em que os destruidores de trustes forçam o Facebook a vender o Instagram e o WhatsApp”, como o governo americano fez com os monopólios privados do passado.

O PRIMEIRO TIRO

Jornais americanos como New York Times e WSJ destacaram que as novas tarifas anunciadas por Donald Trump atingem os “aliados mais próximos” dos EUA.
Na manchete do britânico Financial Times, “EUA dão o primeiro tiro na guerra comercial com os aliados”.
Alemanha e França, nos destaques de Süddeutsche Zeitung e LeMonde, lamentaram timidamente a decisão, “ilegal”.

‘THE OMEGA MAN’

Financial Times perdeu a esperança que chegou a cultivar com “Mr. Temer” e seu país.
Em editorial publicado nesta sexta (1º), escreve que “nos últimos dez dias o Brasil pareceu à beira do apocalipse”, com “estradas desertas” no entorno de São Paulo e o “abate macabro de 100 milhões de galinhas”. Cenas que, sublinhou, “parecem vir do filme de 1971 sobre o fim dos tempos”, chamado “The Omega Man” no original, “A Última Esperança da Terra” no Brasil.
Sobre 2019, o jornal avisa que “governar o Brasil é tarefa cada vez mais difícil” e aconselha: “Os investidores devem precificar o país de acordo”.