Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) entre 2003 e 2007, Gustavo Petta fez história ao ser único a dirigir a entidade maior dos universitários brasileiros por dois mandatos. Eleito vereador de Campinas (SP) por duas vezes, Petta chegou a exercer um breve mandato de deputado federal e agora assumirá como deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), pelo PCdoB. Ele assumirá no lugar de Junior Aprillanti (PSB), que tomou posse como secretário estadual de Turismo.
Em conversa com o Vermelho/SP, Gustavo Petta, que formará a bancada do PCdoB na Alesp ao lado de Leci Brandão, falou sobre sua trajetória política, os desafios e a expectativa de atuação como deputado estadual. Petta falou também sobre a conjuntura política do estado de São Paulo, onde os tucanos governaram ao longo de mais de vinte anos e agora é governado por Márcio França, do PSB.
Leia a entrevista:
Você já foi deputado federal e é vereador. Como essa experiência parlamentar pode contribuir para o mandato na Alesp?
Na minha trajetória, tive a oportunidade de ser presidente da UNE, que foi, sem dúvida, a maior responsabilidade que tive até hoje na vida política. Participei, também, do poder executivo, ao ser secretário de esportes em Campinas. E nos últimos anos atuei no parlamento, como vereador Campinas e de deputado federal. Essa experiência em três esferas diferentes contribuem muito para o desafio de assumir o mandato de deputado estadual. Nosso mandato será um instrumento das lutas progressistas e democráticas em um momento de grande instabilidade e de retrocessos que o país vive. Estaremos lado a lado dos movimentos sociais e suas lutas por direito. E terei um orgulho enorme de representar o PCdoB na Alesp.
Quais serão os principais desafios nesse mandato e quais pautas serão suas prioridades como deputado estadual?
A primeira prioridade será de contribuir para a unidade do campo progressista no Estado de São Paulo com o objetivo de evitar o aprofundamento da pauta conservadora representada pelos tucanos através da candidatura de João Doria. Uma pauta ultra-liberal na economia com privatizações e retirada de direitos, e neofascista no aspecto comportamental com retrocessos nos direitos civis. Vamos denunciar essa agenda conservadora na tribuna, nas ruas, nas Universidades, sempre lado a lado dos movimentos sociais e populares.
A luta pela educação pública, gratuita e de qualidade com a valorização do professor, a briga por fortalecer o SUS e o direito à moradia serão prioridades também. Luta pela manutenção e ampliação de direitos.
Terei também o objetivo de fortalecer a representação de Campinas, da sua região e suas demandas. Uma região com grande relevância para o cenário estadual, nas áreas industrial , científica e cultural.
Em que medida a gestão de Márcio França, que substituiu o ex-governador Geraldo Alckmin, altera a correlação de forças na Assembleia e na política estadual?
A chegada ao palácio dos Bandeirantes do governador Márcio França, e sua candidatura, movimentam as placas tectônicas da política estadual e o PSDB corre, pela primeira vez, o risco de perder o governo do estado. João Dória pretende aprofundar a agenda conservadora com uma política mais agressiva nas privatizações, na criminalização dos movimentos sociais e na retirada de direitos. Precisamos, portanto, unir as forças progressistas democráticas para evitar esse mal maior que é a possibilidade da eleição de João Dória. Além disso, a oportunidade de deslocamento das forças tucanas do centro do poder em São Paulo depois de mais de vinte anos.
Você é o 25° representante do Partido Comunista do Brasil a assumir um mandato na Alesp. O que distingue a atuação de um parlamentar comunista?
Em primeiro lugar, pra mim é uma honra assumir um mandato na Alesp sob a liderança da Leci Brandão, mulher, negra, com uma trajetória de luta na vida e que tem honrado o legado do PCdoB e da luta progressista. Será uma honra e um enorme desafio seguir o exemplo de deputados como Jamil Murad, Nivaldo Santana, Ana Martins, Benedito Cintra, Denis Carvalho, Alcides Amazonas, entre outros. Entendo que o mandato comunista deve ser marcado, neste momento, por cinco questões principais. A primeira é a luta contra os retrocessos democráticos e a retomada de um projeto nacional e popular para o Brasil; segundo, a luta contra a desigualdade e por mais direitos; terceiro, ser instrumento de fortalecimento dos movimentos sociais, populares, de juventude, dos trabalhadores; quarto, o mandato deve ajudar na elevação do nível de consciência politica da população e, por último, o mandato deverá ser conduzido de forma participativa, colaborativa e democrática contrariando o padrão dos mandatos conservadores. O desafio será enorme mas me sinto fortalecido por representar um partido onde milito desde os meus 16 anos.
Leia a entrevista:
Você já foi deputado federal e é vereador. Como essa experiência parlamentar pode contribuir para o mandato na Alesp?
Na minha trajetória, tive a oportunidade de ser presidente da UNE, que foi, sem dúvida, a maior responsabilidade que tive até hoje na vida política. Participei, também, do poder executivo, ao ser secretário de esportes em Campinas. E nos últimos anos atuei no parlamento, como vereador Campinas e de deputado federal. Essa experiência em três esferas diferentes contribuem muito para o desafio de assumir o mandato de deputado estadual. Nosso mandato será um instrumento das lutas progressistas e democráticas em um momento de grande instabilidade e de retrocessos que o país vive. Estaremos lado a lado dos movimentos sociais e suas lutas por direito. E terei um orgulho enorme de representar o PCdoB na Alesp.
Quais serão os principais desafios nesse mandato e quais pautas serão suas prioridades como deputado estadual?
A primeira prioridade será de contribuir para a unidade do campo progressista no Estado de São Paulo com o objetivo de evitar o aprofundamento da pauta conservadora representada pelos tucanos através da candidatura de João Doria. Uma pauta ultra-liberal na economia com privatizações e retirada de direitos, e neofascista no aspecto comportamental com retrocessos nos direitos civis. Vamos denunciar essa agenda conservadora na tribuna, nas ruas, nas Universidades, sempre lado a lado dos movimentos sociais e populares.
A luta pela educação pública, gratuita e de qualidade com a valorização do professor, a briga por fortalecer o SUS e o direito à moradia serão prioridades também. Luta pela manutenção e ampliação de direitos.
Terei também o objetivo de fortalecer a representação de Campinas, da sua região e suas demandas. Uma região com grande relevância para o cenário estadual, nas áreas industrial , científica e cultural.
Em que medida a gestão de Márcio França, que substituiu o ex-governador Geraldo Alckmin, altera a correlação de forças na Assembleia e na política estadual?
A chegada ao palácio dos Bandeirantes do governador Márcio França, e sua candidatura, movimentam as placas tectônicas da política estadual e o PSDB corre, pela primeira vez, o risco de perder o governo do estado. João Dória pretende aprofundar a agenda conservadora com uma política mais agressiva nas privatizações, na criminalização dos movimentos sociais e na retirada de direitos. Precisamos, portanto, unir as forças progressistas democráticas para evitar esse mal maior que é a possibilidade da eleição de João Dória. Além disso, a oportunidade de deslocamento das forças tucanas do centro do poder em São Paulo depois de mais de vinte anos.
Você é o 25° representante do Partido Comunista do Brasil a assumir um mandato na Alesp. O que distingue a atuação de um parlamentar comunista?
Em primeiro lugar, pra mim é uma honra assumir um mandato na Alesp sob a liderança da Leci Brandão, mulher, negra, com uma trajetória de luta na vida e que tem honrado o legado do PCdoB e da luta progressista. Será uma honra e um enorme desafio seguir o exemplo de deputados como Jamil Murad, Nivaldo Santana, Ana Martins, Benedito Cintra, Denis Carvalho, Alcides Amazonas, entre outros. Entendo que o mandato comunista deve ser marcado, neste momento, por cinco questões principais. A primeira é a luta contra os retrocessos democráticos e a retomada de um projeto nacional e popular para o Brasil; segundo, a luta contra a desigualdade e por mais direitos; terceiro, ser instrumento de fortalecimento dos movimentos sociais, populares, de juventude, dos trabalhadores; quarto, o mandato deve ajudar na elevação do nível de consciência politica da população e, por último, o mandato deverá ser conduzido de forma participativa, colaborativa e democrática contrariando o padrão dos mandatos conservadores. O desafio será enorme mas me sinto fortalecido por representar um partido onde milito desde os meus 16 anos.
Quem é Gustavo Petta
Nascido em Campinas em 26 de dezembro de 1980, Gustavo Lemos Petta iniciou sua trajetória aos 16 anos, quando se elegeu presidente da União Campineira de Estudantes Secundaristas (UCES) e liderou a luta que resultou na conquista de 60% de desconto no transporte público para estudantes – um direito até hoje em vigor. No início dos anos 2000, quando cursava a faculdade de Jornalismo, presidiu o DCE da PUC-Campinas.
Entre 2003 e 2007, Petta teve o que ele considera uma das suas mais importantes experiências de vida: ser presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) por dois mandatos consecutivos – feito inédito na história da entidade. Nesse período ajudou a formular, junto ao presidente Lula, o Programa Universidade para Todos (Prouni) – que incluiu mais de 1 milhão de jovens de baixa renda no ensino superior.
Na sequência, exerceu por dois anos o cargo de secretário de Esportes e Lazer de Campinas – ocasião em que implantou ciclofaixas, trouxe de novo para a cidade os Jogos Universitários, viabilizou a montagem de uma equipe nacional de vôlei e deu início à construção do centro olímpico de alto rendimento.
Em 2010, foi candidato a deputado federal, obtendo mais de 60 mil votos e ficando na sexta suplência. De fevereiro de 2014 a janeiro de 2015 assumiu o posto de deputado federal em Brasília e participou da aprovação de leis importantes, como o Marco Civil da Internet e o Plano Nacional de Educação, além de destinar mais de R$ 3 milhões em emendas parlamentares para o nosso município e região.
Em 2012 foi eleito vereador em Campinas com 3.219 votos. Em 2016 foi reeleito com 4.211 votos. Entre as principais leis aprovadas pelo parlamentar do PCdoB estão a lei que garante o acesso gratuito a menores de 12 anos em eventos esportivos, a lei que proíbe homenagens a torturadores em ruas e prédios públicos e a lei que instaura o programa Cultura Viva Municipal. Nos primeiros quatro anos de atuação legislativa, Petta protocolou 40 projetos de lei, 345 requerimentos e 860 indicações. Em 7 de maio de 2018, Petta se licenciou do cargo para assumir cadeira na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, da qual era suplente.
Serviço
Posse Formal - Segunda-feira, dia 14 de maio, às 14h30
Posse Política - Segunda-feira, dia 21 de maio, às 19h.
Local das posses: Aassembleia Legislativa - Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira
End.: Av Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera, São Paulo/SP
Vermelho-SP com informações da Câmara Municipal de Campinas