sexta-feira, 11 de maio de 2018

Ex-presidente da UNE, Gustavo Petta assume mandato de deputado, Vermelho



Publicidade

Notícias relacionadas a: Gustavo Petta

[Gustavo Petta protesta contra censura do filme “Olmo e a Gaivota”][ gustavo petta vereador campinas][Deputado critica os oposicionistas do projeto.<br />][Gustavo Petta<br />]


terça-feira, 8 de maio de 2018

SP muda Sabesp, mas capitalização não deverá sair neste ano. FSP

Governo substitui Jerson Kelman na presidência; mudança pode ter sido motivada por pressão de prefeitos

SÃO PAULO
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), trocou o comando na Sabesp, empresa responsável pelo saneamento básico no estado. O engenheiro Jerson Kelman deixará a presidência da companhia. Em sem lugar, assume Karla Bertocco, subsecretária da Secretaria de Governo.

França tem feito mudanças no secretariado, priorizando nomes de sua confiança. O governador mexeu nas pastas da Agricultura, Planejamento e na Procuradoria-Geral.

Segundo a Folha apurou, pressão de prefeitos pode ter contribuído para a saída de Kelman. Algumas prefeituras pleiteavam, na renovação de contratos, garantir que receberiam parte da receita da Sabesp dentro de novas condições, incluindo termos como antecipação de receitas por parte do que a Sabesp recebe pela prestação de serviços ou percentuais maiores de participação dessas receitas. 

Kelman se opunha aos termos por considerar que extrapolam o escopo de atendimento de uma empresa de água e saneamento. 

Substitui-lo aliviaria queixas de políticos em ano eleitoral —embora na prática a percepção é que a posição da Sabesp não mudaria, já que Bertocco  tenderia a ter a mesma posição de Kelman nessa questão.

França encaminhou o nome da nova presidente na sexta-feira (4), para que o Conselho de Defesa dos Capitais do Estado, ligado à Secretaria da Fazenda, oriente o Conselho de Administração da Sabesp a eleger Bertocco.

A troca de comando foi publicada no site da Sabesp ainda na sexta (4), em notificação aos investidores. A companhia é uma empresa de capital misto, mas controlada pelo estado.

Kelman se pronunciará oficialmente sobre o assunto na próxima terça-feira (8). Por ora, diz apenas entender que a mudança é natural, parte da troca de comando da gestão. 
Karla Bertocco, sozinha, enquanto concede entrevista
Karla Bertocco, subsecretária da Secretaria de Governo de SP, que assume a presidência da Sabesp - Zé Carlos Barretta/Folhapress
A indicação de Bertocco sinaliza uma continuidade ao processo de capitalização da Sabesp —ela vinha atuando ao lado de Kelman no processo e, em 2017, atuou nas negociações que levaram à aprovação de uma lei para permitir a criação de uma holding para atrair investidores privados ao setor de saneamento.

Essa empresa controladora, da qual a Sabesp será uma subsidiária, é controlada pelo governo do estado de São Paulo. A ideia é vender participações do grupo para levantar recursos —a maioria das ações com direito a voto ficará nas mãos do estado.

Com o projeto de lei aprovado no Legislativo, ainda resta estruturar o modelo de capitalização —ou seja, a atração dos entes privados.

A operação é complexa e dificilmente será concluída ainda neste ano, segundo pessoas que acompanham o processo.

A avaliação é que o governo paulista perdeu o timing, e que a proximidade das eleições deverá atrapalhar o processo nos próximos meses.

Um dos pontos em negociação é a estruturação de cláusulas de proteção aos investidores, para garantir o interesse dos entes privados em colocar recursos na empresa, mesmo esta sendo de controle estatal.

Além disso, há negociações para a definição dos preços das participações.

A entrada de Bertocco não deverá acelerar o processo, mas é uma boa notícia aos investidores, já que a operação estava paralisada desde queFrança assumira a administração do estado de São Paulo, em abril, após a renúncia de Geraldo Alckmin (PSDB).

Karla Bertocco
Graduada em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas e em Direito pela PUC-SP, com especialização em Direito Administrativo pela Escola de Direito da FGV. 

Na Secretaria de Governo, ocupou o cargo responsável por viabilizar negócios do governo com o setor privado.

Foi diretora de relações institucionais da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento em Energia do Estado de SP), e diretora-geral da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de SP) 

ENTENDA O PROCESSO DE REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA DA SABESP

O projeto de lei 659, de agosto de 2017, abriu espaço para a reorganização societária da Sabesp. A partir dele, o governo paulista criou uma sociedade controladora da companhia para a qual o estado transferiu 50,3% do que detinha na Sabesp. A intenção é que o próximo passo seja a capitalização da empresa, ou seja, a venda de participação na holding para captar recursos no mercado. Segundo o governo do estado, o objetivo é ampliar a capacidade de investimentos.

Escalada de preço do petróleo eleva em 30% distribuição de royalties no Brasil, FSP

Nicola Pamplona
RIO DE JANEIRO
disparada das cotações internacionais do petróleo pode ser motivo de preocupação para consumidores de combustível, mas tem ajudado estados e municípios em dificuldades. A arrecadação com royalties do petróleo subiu 23,4% nos primeiros quatro meses do ano, chegando a R$ 6,4 bilhões.
Considerando o pagamento de participações especiais — espécie de Imposto de Renda cobrado sobre grandes campos produtores — os beneficiários pela renda do petróleo arrecadaram R$ 11,8 bilhões no primeiro quadrimestre, 30% a mais do que no mesmo período de 2017.
Os royalties são calculados mensalmente de acordo com uma fórmula que considera a produção de cada campo, o preço do petróleo e a taxa de câmbio. E é dividida entre a União e estados e municípios produtores.
Já a participação especial é paga por trimestre e varia de acordo com a rentabilidade de cada campo produtor. Em fevereiro, foram depositados R$ 5,4 bilhões referentes à produção do quarto trimestre de 2017.
Dentre os maiores beneficiados com o aumento dos preços, está o estado do Rio de Janeiro — que vem sofrendo nos últimos anos de grave crise financeira também causada pela queda do petróleo— e municípios com grande produção, como Macaé, Maricá e Niterói, no Rio, e Ilhabela, em São Paulo.
Na primeira revisão de seu orçamento, feita em fevereiro, o governo fluminense ampliou a estimativa de arrecadação com petróleo em 2018 para R$ 8,7 bilhões, ante os R$ 7,8 bilhões projetados quando o orçamento foi elaborado, em setembro de 2017.
Os recursos estão ajudando a cobrir parte do rombo do Rioprevidência, o fundo de aposentadoria dos servidores estaduais, e liberando outras fontes de receita para regularizar os salários, que foram postos em dia em abril, após mais de dois anos com atrasos.
O último relatório de acompanhamento do Regime de Recuperação Fiscal do Rio, referente ao mês de janeiro, destacou "o bom desempenho das receitas tributárias e receitas advindas de royalties e participações especiais do petróleo", que superaram as projeções.
O especialista em contas públicas Raul Velloso diz que um sinal do efeito benéfico na arrecadação foi o anúncio pelo governo federal, neste domingo (6), de liberação de crédito suplementar de R$ 4 bilhões referentes a royalties e compensações pelo uso de recursos hídricos.
O dinheiro pertence aos estados e municípios beneficiados, mas como as projeções anteriores de arrecadação foram superadas, o desembolso foi necessário.
"É um efeito dessa alta do petróleo. Mas resta saber até quando isso vai durar", afirma Velloso, que aposta em manutenção do quadro pelo menos durante o cenário eleitoral, que impacta a taxa de câmbio.
Nesta segunda (7), o petróleo WTI, negociado em Nova York, ultrapassou a barreira dos US$ 70 por barril pela primeira vez desde 2014.
O Brent, negociado em Londres, também vem mantendo patamares de quatro anos atrás: nesta segunda, fechou em US$ 75,53.
A alta sustentada, aliada à disparada da cotação do dólar, ameaça o bolso dos brasileiros ao pressionar os preços dos combustíveis: a gasolina, por exemplo, está sendo vendida pelas refinarias da Petrobras pelo maior valor desde que a estatal iniciou sua política de reajustes diários.
Nesta segunda, a Petrobras anunciou aumento de 7,1% no preço do gás de cozinha vendido em grandes vasilhames e a granel, mais consumidos por indústria e comércio. Foi o segundo aumento seguido --em abril, a alta foi de 4,7%.
Por outro lado, com as cotações do petróleo em alta, Estados e municípios produtores têm arrecadado mais do que em anos anteriores. Os R$ 11,8 bilhões acumulados em 2018 já representam mais do que o dobro da receita obtida com petróleo em 2016, R$ 5,7 bilhões.
O valor ainda é menor do que o pico de arrecadação com a rubrica, registrado em 2014, de R$ 13,4 bilhões. Mas a perspectiva para o ano é que os valores permaneçam em alta, diante de incertezas com o cenário político no exterior e no Brasil e da queda dos estoques nos Estados Unidos.
"O inverno foi mais rigoroso do que em outros anos e os estoques americanos caíram também. E, olhando para o futuro, o que se vê é uma queda de produção", diz Manuel Fernandes, sócio da consultoria KPMG. A cotação do WTI subiu 17% desde o fim de 2017, até os US$ 70,81 do fechamento desta segunda.
O risco de rompimento do acordo que pôs fim ao embargo econômico ao Irã e a delicada situação na Síria também têm pressionado os preços. A crise na Venezuela, dona das maiores reservas mundiais, é outro fator, diz o especialista.
No Brasil, o impacto da alta das cotações internacionais é ainda maior por causa da desvalorização do real frente ao dólar, que acumula quase 10% de alta no ano e tende a sofrer pressão até as eleições.
Fernandes, porém, vê o cenário como positivo. "Para um país exportador, o petróleo caro é bom", explica.