sábado, 11 de março de 2017

Emprego na indústria naval sofre os efeitos da política do PT - EDITORIAL ECONÔMICO


ESTADÃO - 09/03

Pesquisa do Dieese mostra que o número de empregados na indústria naval caiu de 71.554 em 2014



Os efeitos da desastrosa política de investimentos que a administração lulopetista impôs à Petrobrás e da instalação, nela, de um bilionário esquema de corrupção – que beneficiou o partido no governo e seus aliados, abalou as finanças da empresa e comprometeu sua eficiência técnica – se estendem para muito além das operações da estatal. A indústria naval, que cresceu estimulada pelos projetos de expansão da Petrobrás, já demitiu quase 60% de seu pessoal desde que os planos mirabolantes do governo petista começaram a ruir. Os planos fracassaram em razão de seu irrealismo e em decorrência do desvendamento, pela Operação Lava Jato, do esquema de assalto a que a estatal foi submetida durante a administração anterior.

Pesquisa do Dieese mostra que o número de empregados na indústria naval caiu de 71.554 em 2014 (quando começaram as demissões) para 40.232 no fim de 2016. Por esses dados, baseados em registros do Ministério do Trabalho, a redução foi de 44%.

Números levantados pelo sindicato nacional das empresas do setor, o Sinaval, diretamente com suas filiadas mostram redução ainda mais intensa. Segundo o levantamento do Sinaval, o total de empregados do setor naval caiu de 82,5 mil em 2014 para 35 mil em dezembro de 2016, redução de 57,6%, segundo reportagem do jornal Valor.

A gestão petista na Petrobrás causou-lhe pesadas perdas financeiras, em decorrência do desvio de recursos da estatal e de políticas equivocadas. Fortemente endividada, a empresa teve de rever drasticamente seus planos de investimentos.

Os cortes afetaram, em primeiro lugar, as operações da Sete Brasil – empresa constituída com participação da própria Petrobrás para executar os delirantes planos petistas para o pré-sal – e, em seguida, as das empresas fornecedoras do setor, entre elas as do setor naval. Dezenas de navios-sonda chegaram a ser encomendados, mas boa parte das encomendas foi cancelada.

A situação que se observa na Bahia, onde a indústria de construção pesada e de montagem chegou a empregar 4,8 mil pessoas e hoje mantém apenas 200 funcionários, resume o drama do setor.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Não foi gafe, Por Miriam Leitão

POR MÍRIAM LEITÃO
Não foi gafe do presidente. Ele é assim. Estava convencido de que era uma homenagem às mulheres quando disse toda aquela coleção de frases feitas e velhas que confirmam o papel tradicional da mulher. Michel Temer, quando organizou seu ministério só com homens, ouviu críticas. Prometeu, então, procurar alguém “do mundo feminino”. Para ele, somos do outro mundo.
É preciso ter estado muito desatento nos últimos 50 anos para não ter visto a revolução passar. Mulheres mudaram tudo: valores, comportamentos, atitudes. Ainda lutam, ainda enfrentam bloqueios e desigualdades, mas estão virando a vida de ponta cabeça desde os anos 1960. Há precursoras antes disso. O livro seminal sobre o assunto é o “Segundo Sexo”, de Simone de Beauvoir, publicado há exatamente 68 anos, cuja leitura ensina sobre a alteridade da mulher: ela é vista como o diferente, o outro, uma pessoa do outro mundo.
Ele sequer notou o que há de errado na frase “o quanto a mulher faz pela casa, o quanto faz pelo lar, o que faz pelos filhos”. Alguém ao seu lado, do grupo que tem se esforçado para dizer que ele foi mal interpretado, deveria informá-lo que isso reforça o detestável estereótipo da “rainha do lar”. As mulheres fazem muito hoje por muito mais: nas escolas, nos hospitais, nas redações de jornais, nas pesquisas científicas, nas companhias aéreas, nas construções, no mercado financeiro, na administração pública, na política, no Judiciário. Difícil é encontrar uma área onde as mulheres não estejam fazendo muito.
Colocando a educação dos filhos como tarefa da mulher, e não dos dois, em outra frase infeliz — “seguramente, isso quem faz não é o homem” — de novo, Temer reforçou o estereótipo. Ao contrário do que diz o presidente da República, isso é seguramente tarefa dos pais, dos dois, e não de uma pessoa só.
O discurso parecia perdido já, sem qualquer chance de salvação, quando Temer lançou uma frase que parecia levar a alguma ideia atualizada. “Eu vou até tomar a liberdade de dizer que na economia também a mulher tem participação”. Seria hora de falar que as mulheres quebraram barreiras na economia brasileira sendo determinantes na direção das empresas, no marketing, no jornalismo econômico, como economistas. E em quanto ainda falta para corrigir-se a ofensiva desigualdade salarial. Ele poderia ter reduzido o dano do seu discurso desatualizado, mas completou o desastre sugerindo que a participação da mulher na economia é fazer as compras de supermercado.
Não é gafe. Esse é o horizonte do seu entendimento. É assim que ele vê a mulher e seu papel na sociedade. O presidente não foi informado de que hoje a tarefa de fazer as compras de supermercado tem sido cada vez mais assumida pelos maridos, e que em lares modernos não se diz mais que a função da mulher é ir às compras para abastecer a despensa. É dos dois.
O presidente sempre diz, e repetiu no discurso, ter aberto a primeira delegacia da mulher. E falou de outra iniciativa. “E sobremais, ainda estabeleci que uma das mulheres teria assento na reunião de líderes, para ter voz e voto”. Nada sobre o fato de que as mulheres deveriam ser líderes, e não ficar de ouvintes nesse colégio.
É difícil explicar o que há de errado com as frases ditas no Planalto, para quem não entendeu até o momento. Felizmente, a maioria do país entendeu. As mulheres estão no meio de travessia difícil em que muito foi conquistado e muito precisa ser conquistado. É um meio do caminho em que há motivo para orgulho, mas também para novos protestos. Ela tem mais escolaridade do que o homem e tem salários menores. Ainda é vítima de violência, mas já denuncia agressores. As desigualdades estão em toda a parte. A luta é contra a ideia de que às mulheres cabe apenas cuidar da casa, dos filhos, fazer as compras de supermercado. E foi exatamente esse estereótipo que se fortaleceu no dia da mulher no Palácio do Planalto.
Quando seu ministério foi organizado só com homens brancos, seus defensores diziam que ele havia escolhido pelo mérito. Ou seja, não havia visto competência que não fosse masculina. Tantas quedas de ministros depois, pode-se perguntar qual era mesmo o mérito dos senhores escolhidos.
(Com Alvaro Gribel, de São Paulo)

VLI realiza melhorias em linha férrea que passa por São Paulo



A VLI, empresa que administra a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), realiza desde janeiro uma série de reformas e melhorias no trecho da linha férrea que passa pela cidade de Aguaí, em São Paulo, num investimento que gira em torno de R$ 12 milhões. As obras consistem na correção geométrica na via, na troca dos trilhos, que agora possuem espessura e resistência maiores, na substituição de 100% dos dormentes, que eram de madeira e agora são de concreto, e na renovação do lastro, que consiste na colocação de brita nova ao longo da ferrovia.

Ao todo, foram utilizados aproximadamente 20 mil metros de trilhos e mais de 16 mil dormentes na reforma. Os novos dormentes se destacam pela durabilidade e podem ser utilizados por até 40 anos com as devidas manutenções, enquanto os antigos, de madeira, precisavam ser trocados a cada sete anos.

Além da troca de material, será realizada também a correção geométrica da ferrovia, que consiste no nivelamento e alinhamento dos trilhos, com a utilização de equipamentos de alta tecnologia. Estão mobilizadas cerca de 90 pessoas para realizar as melhorias, previstas para serem finalizadas em meados de março.

Esse trecho faz parte do Corredor Centro-Sudeste da VLI, importante rota de exportação do país de produtos como fertilizantes, combustíveis, fosfatos, soja e açúcar. O corredor interliga, através da ferrovia, o Terminal Integrador de Uberaba, no Triângulo Mineiro, o de Guará, em São Paulo, e o Tiplam (Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita), na Baixada Santista, que está com 96% das obras de ampliação concluídas.

Segundo o gerente de manutenção de via permanente da VLI, Diógenes Segantini, “essas ações fazem parte de um plano para 2017 que visa a aumentar a capacidade de transporte de cargas pelo corredor, com expectativa de renovação de 40 km de linha férrea ao longo do ano”.

Em Aguaí, já foram renovados 10 km de ferrovia, que abrangem os perímetros urbano e rural da cidade. Por esse trecho da FCA são transportados milho, soja, açúcar, bauxita e produtos siderúrgicos.

“As melhorias também irão trazer mais segurança operacional para a comunidade. Além disso, a eficiência dos trens será consequentemente otimizada, porque as composições sofrerão menos impactos ao percorrer a linha férrea, o que contribuirá para a maior agilidade das operações”, completa Segantini.


Fonte: Burson-Marsteller - Corporate Communications
Publicada em:: 11/03/2017