domingo, 15 de novembro de 2015

Primeira residência de Xanxerê com energia solar fotovoltaica entra em operação, Procel

13.11.15
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Fonte: Tudo Sobre Xanxerê - 13.11.2015
Divulgação
Santa Catarina - Entrou em operação no fim de outubro a primeira residência com energia solar fotovoltaica conectada à rede da concessionária de energia elétrica de Xanxerê. O sistema com potência de 3 kW deve produzir em média 450 kWh mensalmente e atender toda a demanda de energia da residência. O projeto foi desenvolvido a partir da resolução 482/2012 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que os consumidores também possam produzir energia.

O proprietário da residência, Leodi Gandolfi, comenta que apenas na primeira semana de produção, o total de energia produzido foi duas vezes superior ao consumido na residência. A expectativa é que o sistema reduza em até 90% o valor da conta de energia.

“Nós estávamos bastante ansiosos, pois há alguns meses já estávamos estudando o projeto junto a Iguaçu Energia, e por se tratar do primeiro projeto homologado pela concessionária todos os cuidados foram tomados”, comenta Leodi.

Além do sistema de geração de energia, outras adequações na rede da residência e na parte da iluminação proporcionarão uma redução no consumo de energia.

Aumento no custo de energia

Um dos grandes vilões da inflação em 2015 foi o aumento nas tarifas de energia elétrica. A média de aumento em nível nacional chega a 51% acumulado no ano. Tal cenário reflete principalmente o repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, e da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O custo de produção também aumentou em função da queda acentuada no armazenamento de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do país, o que provocou o acionamento das usinas termoelétricas que possuem um custo de produção mais elevado.

O aumento no custo da energia só não foi maior esse ano devido à redução no consumo, fruto da desaceleração da economia e dos processos produtivos. Com uma economia fraca, se produz menos e se consome menos energia.

O que é micro e minigeração distribuída?

Em 2012 com o intuito de desenvolver fontes renováveis de energia e a geração distribuída, a Aneel aprovou a resolução 482/2012, que passou a viabilizar que qualquer consumidor de energia elétrica também possa produzi-la, operando de forma integrada a rede das concessionárias através de projetos de micro e minigeração distribuída.

A microgeração é qualquer sistema de produção de energia igual ou inferior 100 quilowatts (kW) de potência. Já a minigeração engloba as geradoras entre 101 kW e 1 megawatt (MW) de potência. As fontes de geração precisam ser renováveis ou com elevada eficiência energética, isto é, com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada. Através da micro e minigeração, qualquer consumidor pode produzir sua própria energia.

Para saber mais sobre micro e minigeração consulte o caderno da Aneel.

Como funciona um sistema de geração distribuída?

Se tomar como exemplo uma residência que possui um sistema de geração fotovoltaico (solar) a captação de energia ocorre geralmente no telhado da residência com a instalação de módulos fotovoltaicos. Basicamente são placas coletoras que conseguem transformar a radiação solar em energia elétrica. A energia fornecida por esses módulos é injetada na rede através de um inversor, equipamento que tem a finalidade de estabilizar e transformá-la para ser consumida na residência ou devolvê-la para a rede da concessionária.

No caso do sistema fotovoltaico a produção ocorre exclusivamente durante o dia. A capacidade de produção de energia do sistema é maior do que o consumo da residência durante este período. Toda a energia excedente então é enviada para a rede da concessionária, registrada pelo medidor e torna-se um crédito. Durante a noite, quando não há produção, a residência utiliza a energia da concessionária.

O medidor instalado nestas residências possui duas medições, uma de consumo e outra de produção e consequentemente ao final do ciclo de faturamento se a residência produziu mais energia do que consumiu ela possui um crédito de energia, se o produziu menos do que consumiu e não possui créditos, o consumidor paga apenas a diferença. Portanto, a rede funciona como uma bateria, armazenando o excedente até o momento em que a unidade consumidora necessite de energia proveniente da distribuidora.

Crescimento dos sistemas de micro e minigeração distribuída

Segundo a Aneel em 2014 o total de sistemas instalados no Brasil era de 402. Já em outubro de 2015 esse número chegou a 1.125. Os principais estados com projetos instalados são Minas Gerais (213), Rio de Janeiro (110) e Rio Grande do Sul com (109).

Para Tuane Caus Rossatto proprietária da empresa xanxerense Energybio que atua no setor, a tendência é que em 2016 os projetos devam aumentar consideravelmente.

“Desde fevereiro deste ano, nossa empresa atuou em projetos nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espirito Santo, Minas Gerais e Ceará. Em 2016 esperamos expandir nossas atividades em outros estados”, comenta.

Esta notícia não é de autoria do Procel Info, sendo assim, os créditos e responsabilidades sobre o seu conteúdo são do veículo original, exceto no caso de notícias que tenham necessidade de transcrição ou tradução, visto que se trata de uma versão resumida pelo Procel Info. Para acessar a notícia em seu veículo original, clique aqui.
  

Identificado gene-alvo para terapias contra distrofia muscular, da Agência Fapesp


13 de novembro de 2015

Karina Toledo | Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) identificaram um gene – conhecido como Jagged1 – que poderá ser alvo para o desenvolvimento de novas terapias contra a distrofia muscular de Duchenne, doença hereditária que causa a progressiva degeneração dos músculos.
A pesquisa foi realizada no âmbito do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-tronco (CEGH-CEL), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. O artigo com os resultados foi publicado ontem (12/11) na revista Cell. No mesmo dia, o site da revista Nature publicou reportagem sobre o assunto.  
“Todas as terapias gênicas testadas até agora, com pouco sucesso, tinham como alvo o gene codificador da proteína distrofina. Nós estamos apresentando uma abordagem diferente, que abre um leque de novas possibilidades”, afirmou a professora do IB-USP Mayana Zatz e coordenadora do CECH-CEL. 
A distrofia muscular de Duchenne, explicou a pesquisadora, é a forma mais comum de distrofia muscular e também a que evolui mais rapidamente, afetando apenas pessoas do sexo masculino. Em decorrência de uma mutação – geralmente herdada – no gene que codifica a proteína distrofina, os portadores sofrem de ausência total dessa molécula essencial para a saúde dos músculos.
“A distrofina mantém a integridade da membrana que envolve as células musculares. Quando ela está ausente, é como ter uma capa furada: proteínas importantes saem do tecido muscular e caem na circulação. Por outro lado, substâncias que deveriam ficar do lado de fora, como o cálcio, conseguem entrar”, explicou.
Não apenas os músculos esqueléticos são afetados, mas também o coração e o diafragma. Em geral, os meninos começam a apresentar problemas na marcha entre os 3 e os 5 anos de idade. Entre 10 e 12 anos já estão dependentes de cadeira de rodas.
“Sem cuidados especiais os portadores não chegam aos 20 anos de idade. Hoje, com auxílio de aparelhos respiratórios, podem passar dos 40”, disse Zatz.
Nos últimos 15 anos, o grupo do CEGH-CEL tem realizado estudos em animais portadores de distrofia muscular para ampliar o entendimento sobre a doença, como, por exemplo, os cachorros da raça Golden Retriever que nascem com mutação no gene da distrofina e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao de portadores de Duchenne. A maioria dos cães distróficos não passa dos 2 anos de idade.
“Mas há algum tempo identificamos um cachorro que, apesar da ausência total de distrofina, apresentava um quadro muito mais leve da doença. Ele viveu até os 11 anos de idade, o que é considerado normal para a raça, e deixou um descendente também com a mutação que já está com 9 anos de idade”, contou Zatz.
Os cachorros conhecidos como Ringo e Suflair passaram a ser o centro das atenções nas pesquisas do grupo, em particular doestudo da então aluna de doutorado Natássia Vieira. Em parceria com Sergio Verjovski-Almeida, professor do Instituto de Química da USP, Vieira comparou a expressão dos genes em cachorro sadios, nos portadores de distrofia severa e nos dois animais com a forma mais branda da doença.
“Achamos alguns genes candidatos e então, graças à parceria com a equipe do professor Louis Kunkel (Harvard Medical School) e da professora Kerstin Lindblad-Toh (Broad Institute), ambos nos Estados Unidos, foi possível combinar os resultados com dados genéticos. Vimos que existe uma região do genoma que está associada ao quadro clínico benigno e que um gene nesta região, oJagged1, está com expressão aumentada no Ringo e no Suflair. Essa poderia ser a explicação para o quadro mais benigno da doença”, explicou Vieira, primeira autora do artigo publicado na Cell.
Prova de conceito
Para confirmar se, de fato, modificar a expressão de Jagged1 poderia alterar a gravidade da doença, Vieira conduziu experimentos com um modelo de peixe-zebra (Danio rerio), popularmente conhecido como paulistinha, espécie cujo genoma é quase 70% semelhante ao humano.
O trabalho foi feito no laboratório de Kunkel, descobridor do gene da distrofina e atualmente pesquisador da Harvard Medical School.
“O peixe-zebra modelo também apresenta uma mutação no gene da distrofina e isso faz como que ele tenha uma fraqueza muscular e não consiga se movimentar. Quando nós aumentamos a expressão de Jagged1 nos peixes sem distrofina, observamos que 75% deles não desenvolveram o fenótipo distrófico”, contou Zatz.
A superexpressão nos peixes foi induzida com uma injeção do RNA mensageiro da proteína Jagged1 nos embriões.
De acordo com Zatz, o passo seguinte é tentar reproduzir o experimento em um modelo de camundongo sem distrofina e que também possui uma outra mutação em um gene que codifica a proteína utrofina.
“Esses roedores costumam viver apenas 4 meses. Se conseguirmos aumentar a sobrevida com esse tratamento será um sinal muito positivo”, disse a pesquisadora.
Nova estratégia
Segundo Zatz, há uma forma mais branda da doença em humanos conhecida como distrofia muscular de Becker. Os portadores de uma mutação diferente no mesmo gene produzem distrofina, mas em quantidade menor que os indivíduos sadios. Nesses casos, o quadro clínico é mais ameno e as dificuldades na marcha costumam surgir após os 20 anos de idade.
“Quanto maior é a produção de distrofina, mais leve é o quadro clínico. Por esse motivo as terapias gênicas tentadas até agora tinham como alvo a distrofina. Nós mostramos que há outro caminho, talvez a proteína Jagged1 não seja a resposta, mas uma outra da mesma via, que poderá ser identificada em estudos futuros”, concluiu.
Para Kunkel, uma possibilidade seria desenvolver uma droga capaz de aumentar a produção da proteína Jagged1 e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente. “Mas não acredito que uma terapia gênica focada no Jagged1 será algo que vai substituir a terapia gênica focada no gene da distrofina. Seria um possível complemento”, disse em entrevista à Agência FAPESP.
O pesquisador afirmou ainda que pretende manter a colaboração com o grupo brasileiro para testar novas drogas capazes de aumentar a expressão de Jagged1.
“Este projeto realmente mostra como a pesquisa interdisciplinar pode ser útil e impulsionar a ciência para a frente”, disse Lindblad-Toh. 

O artigo Jagged 1 Rescues the Duchenne Muscular Dystrophy Phenotype (doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2015.10.049), de Natassia M. Vieira e outros, está disponível para assinantes da Cell em: www.cell.com/cell/abstract/S0092-8674(15)01405-1.  
O Núcleo de Divulgação Científica da USP fez um site especial para a pesquisa, com textos, infográfico, fotos e vídeos de entrevistas com os autores do estudo: http://sites.usp.br/distrofia.

O PSDB perdeu a batalha do impeachment, do Blog do Ilimar Franco


POR ILIMAR FRANCO
Passaram-se 11 meses desde a posse da presidente reeleita, Dilma Rousseff. A crise econômica entrou o ano de 2015 galopando. O PSDB, que perdeu as eleições com 48% dos votos, pegou carona nesse galope. Desde o segundo dia de mandato adotou, como sua principal proposta programática para o país, o impeachment da presidente Dilma.
Estamos no fim de 2015. Por isso, o núcleo estratégico do PSDB debate uma reviravolta na sua linha de ação. Avalia-se que agora se deveria dar prioridade à crise econômica. Em busca de um projeto alternativo, o vice-presidente da Executiva, Alberto Goldman, está coordenando um grupo de trabalho. Na falta dessa linha programática, alguns tucanos constatam, com desconforto, que até o PMDB já tem uma proposta para o Brasil.
-- Não podemos adotar a mesma agenda em 2016. Devemos dar prioridade à crise. O PMDB tem uma proposta para o país. O PSDB não tem um projeto definido -- alerta o secretário-geral do PSDB, deputado Sílvio Torres (SP).
Sobre as razões pelas quais a destituição da presidente Dilma não saiu, ele analisa:
-- Não saiu por dois motivos. Primeiro: o governo se recompôs. Não temos os votos necessários para recorrer de uma decisão do presidente da Câmara e muito menos os 342 para aprovar o impeachment.
A situação enfrentada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que recebeu o apoio dos tucanos até a última terça-feira, é o segundo fundamento que explica por que fracassou a campanha pelo impeachment.
-- O Eduardo Cunha foi se enfraquecendo muito. A saída de Eduardo Cunha é uma exigência. Como ele pode decidir o encaminhamento da votação dos projetos mais importantes para a economia do país? -- completa Torres.
Dito isso, não é o caso de debater quem tem razão. Ou do que cada um merece. Se as decisões do TCU ou do TSE são suficientes ou não. Se é necessário, ou não, uma ligação direta da presidente Dilma com a Lava-Jato. Ou se ela sabia ou não do que acontecia na Petrobras. Nem se a derrota da luta pelo impeachment é definitiva ou temporária. Mas cabe analisar friamente o retrato do momento e por que a palavra de ordem da oposição não foi adiante.
1. O PSDB não tem apoio social suficiente para empunhar essa bandeira sozinho. Especialistas dizem que o partido tem o respaldo (direto) entre 15% a 20% dos eleitores nacionais. Sendo assim, o restante de seus votos (como o de qualquer outro partido) é de quem é "anti" alguma coisa.
2. Para o PSDB levar adiante o impeachment, é preciso muito mais que as ruas. O partido deveria estar unido internamente em torno dessa bandeira. Até hoje não está. A legenda deveria reconhecer suas limitações e buscar o apoio de outras forças políticas. Não foi o que os tucanos fizeram. Aliás, a história recente ensina que a unidade das forças foi decisiva no impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
3. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, apostou na divisão. Adotou como sua palavra de ordem "Eleições Já". Seria o caso de perguntar: ela contribuiu para unir ou dividir as forças políticas? Vamos nos ater ao PMDB. O partido que elegeu o vice-presidente da República.
Um experiente consultor político faz as seguintes perguntas: "Será que o PMDB toparia novas eleições e ser excluído do poder? O partido tem o vice-presidente. Será que ele se conformaria em mendigar a vice na chapa dos tucanos? O partido tem sete ministérios. Será que ele derrubaria a presidente Dilma para depois implorar ao PSDB para que tenha seus sete ministérios?
Enfim, ao defender novas eleições, o PSDB mandou o recado que também queria a cabeça do vice Michel Temer.
4. O alvo do impeachment, a presidente Dilma, não pode ser comparada ao ex-presidente Fernando Collor, que era um outsider. Collor recebeu aquele voto de quem é contra tudo que está aí. Serviu para ganhar, mas não para governar. Por isso, venceu as eleições sem ter base social ou partidária. Mais uma vez, não se trata de debater quem tem ou não razão. O fato é que o PRN não é o PT. Collor e o PRN não tinham no seu entorno um cinturão de políticos e partidos aliados. Ele também não tinha apoio na sociedade, devido às suas medidas econômicas iniciais. Nem mesmo tinha ao seu lado organizações, por mais débeis que sejam, que saíriam em sua defesa, como a CUT, o MST, a UNE, a Contag, a UBES, a CTB etc
5. Por fim, a presidente Dilma e seu governo, têm na retaguarda um líder político como Lula. Por mais quebrada que esteja sua asa, ele não pode ser desprezado. Para muitos, trata-se da maior liderança popular do país desde Getúlio Vargas. Não cabe discutir se é ou não é. As pesquisas públicas mais recentes, neste momento de maré baixa, dão ao ex-presidente a liderança, com 23%, nas pesquisas espontâneas de intenções de voto.
Um dos políticos mais antigos, em atividade, adverte que não se deve subestimar, com o aprofundamento da crise econômica, uma personalidade política que encarna um período de bem-estar. Ele pergunta: "Será que os eleitores não verão em Lula a encarnação de quem seria capaz de trazer de volta a bonança e a prosperidade?". Se essa imagem se criará, ou não, ninguém sabe.