quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Alckmin anuncia novos secretários da Fazenda e de Recursos Hídricos


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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciará nesta semana os nomes dos secretários de Recursos Hídricos e Fazenda para seu novo mandato.
Em meio a uma das maiores crises hídricas de São Paulo, assumirá a pasta o presidente do Conselho Mundial de Águas e professor da USP (Universidade de São Paulo), Benedito Braga, que será anunciado nesta quinta-feira (11).
A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (10), em reunião no Palácio dos Bandeirantes.
Alckmin informou a escolha ao atual secretário, Mauro Arce, na manhã desta quinta-feira (11), mas ainda não decidiu o seu destino no governo estadual.
A expectativa é de que ele seja deslocado para a Energia ou para a presidência da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
Em entrevistas, Braga sempre se posicionou contrário à adoção de um rodízio de água na Grande São Paulo e favorável à aplicação de uma sobretaxa para quem exceder acima da média o consumo de água, o que está em estudo pela administração estadual.
A mudança é a segunda feita pelo governador no comando da pasta em menos de um ano, período em que se agravou a crise hídrica em São Paulo.
Para a Fazenda, o tucano irá anunciar nesta sexta-feira (12) Renato Villela, que substituiu em 2010 o novo ministro Joaquim Levy (Fazenda) na Fazenda no Rio de Janeiro, durante o governo de Sérgio Cabral (PMDB).
O novo secretário, que já foi diretor-adjunto do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), tem bom trânsito no mercado financeiro e no mundo acadêmico.
O atual titular da pasta, Andrea Calabi, já havia anunciado que deixaria o governo estadual neste ano.
Segundo a Folha apurou, o governador chegou a convidar para a Fazenda o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, mas ele não aceitou.
As escolhas de nomes considerados prestigiados fazem parte de estratégia do governador para dar "status ministerial" à equipe do novo mandato, o que o cacifaria caso decida disputar a Presidência da República em 2018.

Propinoduto, por Celso Ming


CELSO MING
10 Dezembro 2014 | 21:00

A diretoria da empresa alega que não sabia de nada. Levou um gol após o outro pelo vão das pernas, mas agarra-se à explicação de que sua administração vem sendo marcada pela melhor das intenções

Para o ex-ministro Delfim Netto, a estrutura administrativa da Petrobrás é uma aberração: “É uma empresa sem alçadas. Um diretor tem plena autonomia tanto para comprar um rolo de papel higiênico quanto para negociar uma refinaria”. Foi a observação que ele fez, domingo, no programa Canal Livre, da TV Bandeirantes.
Não foi muito diferente do que afirmou terça-feira o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quando atacou a administração “desastrosa” da petroleira e pediu a destituição imediata da atual diretoria.
Graça. Quem sabia? (Foto:Marcos de Paula/Estadão)
Graça. Quem sabia? (Foto:Marcos de Paula/Estadão)
Boa pergunta consiste em saber se a falta de alçadas e de controles internos não vem de mais longe e se, a partir de determinado momento, não foi intencional, para que a Petrobrás pudesse se prestar a ser o propinoduto multibilionário de que a sociedade brasileira agora começa a tomar conhecimento. Apenas um gerente da área de Serviços, Pedro Barusco, se comprometeu a devolver à Justiça nada menos que US$ 100 milhões por ele desviados. Essa montanha de dólares é apenas aquela que ele está em condições de devolver. Por aí dá para se ter uma certa ideia das magnitudes envolvidas.
A diretoria da empresa alega que não sabia de nada. Levou um gol após o outro pelo vão das pernas, mas agarra-se à explicação de que sua administração vem sendo marcada pela melhor das intenções. Há alguns meses, instituiu comissões internas de averiguação que também não apuraram nada. E aí já não sabemos o que é pior para o interesse público: a participação e a conivência nos desmandos ou a incapacidade de coibir não a ação de carunchos miúdos, mas a intensa e sistemática atividade predatória de esquemas organizados. Só agora é que acaba de ser criada uma diretoria de Compliance, com o objetivo de instituir controles. Então basta isso para que tudo se considere lavado e novo?
A presidente Graça Foster passou meses declarando que os atrasos e a disparada de custos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, eram coisas que não se poderiam repetir na Petrobrás. Mas aparentemente não buscou as causas dessa e de outras distorções de maneira que não pudessem voltar a acontecer. Além disso, não mostrou firmeza quando saíram as primeiras denúncias sobre as lambanças da Refinaria de Pasadena. A própria presidente Dilma rasgou a minuta anódina que lhe foi envida pela direção da estatal, pela qual deveriam ser levadas a público explicações para a aprovação pelo Conselho de Administração do mau negócio realizado com a compra de Pasadena. E, em lugar da nota vaga, redigiu outra, em que responsabilizou o então diretor da Área Internacional, Nestor Cerveró, pela sonegação de informações cruciais aos membros do Conselho.
O diretor de Finanças, Almir Barbassa, no cargo desde 2005, sempre tão sensível a quaisquer imprecisões divulgadas pela imprensa que pudessem levantar questionamentos pela Comissão de Valores Mobiliários, não foi capaz de detectar nenhuma anormalidade entre as que produziram os rombos telúricos nas demonstrações contábeis da Petrobrás.
Por tudo quanto se sabe, a presidente Dilma reluta em dar um passo radical, sob o argumento de que não há indícios de envolvimento da atual diretoria nos escândalos. O problema é que a confiança está irremediavelmente quebrada. E é a partir desse fato que é preciso mudar tudo, juntar os cacos e começar de novo.
CONFIRA:
PETROLEO
Veja aqui a evolução das cotações do petróleo desde novembro.
Novo mergulho
Os preços do petróleo desabaram novamente, aos níveis mais baixos desde 2009. O tipo Brent fechou a US$64,24 por barril (queda de 3,9% em relação ao fechamento do dia anterior) e o WTI, a US$ 60,94 (queda de 4,5%).
Estoques altos
Desta vez, o motivo do tombo forte foi a divulgação do relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que revelou estoques de petróleo surpreendentemente altos.

57 municípios concentravam cerca de 50% do PIB do país em 2012, diz IBGE (não lido)


5,8% das cidades respondiam por 75% do PIB; seis capitais somavam 25%.
Participação das capitais (33,4%) foi a menor da série, iniciada em 1999.

Do G1, no Rio
A renda de 57 municípios dos 5.565 brasileiros concentrava cerca de metade de todas as riquezas do país em 2012. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (11), apenas seis capitais produziram, somadas, 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de todo o país naquele ano.
São Paulo, que se manteve como o município que gerou mais renda no Brasil, teve a participação reduzida de 11,6% (em 2011) para 11,4% do PIB nacional. A capital paulista é seguida do Rio de Janeiro, com 5%, Brasília, 3,9%, Curitiba (1,3%), Belo Horizonte (1,3%) e Manaus (1,1%). Com 25% da renda, estes municípios representavam 13,6% da população do país.
De acordo com o IBGE, a diminuição na participação do PIB em São Paulo foi provocada principalmente pelo baixo desempenho da indústria de transformação. Em cinco anos, a perda chegava a 0,4 ponto percentual.
“Todos os seis municípios eram capitais e tradicionalmente identificados como concentradores da atividade de serviços – intermediação financeira, comércio e administração pública, exceto Manaus, cuja economia tinha equilíbrio entre as atividades de indústria (transformação) e serviços”, pontuou o IBGE.
Municípios        PosiçãoPIB / valores correntes
(em R$ mil)
São Paulo  (SP)R$ 499.375.401                                
Rio de Janeiro (RJ)R$ 220.924.561
Brasília (DF)R$ 171.235.534
Curitiba (PR)R$ 59.151.308
Belo Horizonte (MG)R$ 49.824.579
Manaus (AM)R$ 49.824.579
Porto Alegre (RS)R$ 48.002.209
Campos do Goytacazes (RJ)R$ 45.129.215
Guarulhos (SP)R$ 44.670.723
Fortaleza (CE)10ºR$ 43.402.190
Participação das capitais
No entanto, de acordo com o órgão, a participação das 27 capitais no país respondeu por 33,4% do PIB e voltou a ter o menor resultado desde o início da série, em 1999, quando era de 38,7%. Em 2011, as capitais detinham 33,7% da renda nacional, ante uma fatia de 34% em 2010.
Santa Catarina foi a única capital fora da primeira posição em seu estado. Itajaí ocupava a primeira posição com 11,1%, seguida de Joinville, 10,3%.
Goiânia e Aracajú subiram uma posição no ranking das capitais, de 0,67% para 0,69% e 0,22% nos dois anos, respectivamente, em relação ao ano anterior. As duas cidades ultrapassaram Vitória (de 0,68% para 0,65%) e Porto Velho (de 0,23% para 0,22%).
Dependência e autonomia
Na comparação de cada capital com o PIB dos estados, Santa Catarina se destaca como o estado mais autônomo, tendo Florianópolis contribuído, em 2012, com apenas 7,1% do PIB estadual. Em 2011, a capital detinha 6,8%.
Em 2012, as regiões Norte e Nordeste continuaram se caracterizando por uma dependência dos estados em relação às capitais, sendo a principal verificada no Amazonas: Manaus contribuiu com 77,7% do PIB estadual, apontou o IBGE.
Destaques fora das capitais
Excluindo-se as capitais, 11 municípios tiveram destaque em 2011 por gerar, individualmente, mais de 0,5% do PIB nacional, agregando 8,7% da renda do país.
Essas cidades com grande integração entre indústria e serviços eram: Campos dos Goytacazes (RJ), 1%, Guarulhos (SP) 1%, Campinas (SP), 1%, Osasco (SP), 0,9%, Santos (SP), 0,9%, São Bernardo do Campo (SP), 0,8%, Barueri (SP), 0,8%, Betim (MG), 0,6%, São José dos Campos (SP), 0,6%, Duque de Caxias (RJ), 0,6%, e Jundiaí (SP), 0,5%.
“O referido indicador para o Brasil mostrou que, em 2012, a média dos 10% dos municípios com maior PIB gerou 95,5 vezes mais renda do que a média dos 60% dos municípios com menor PIB”, analisou o IBGE.
MunicípiosPosiçãoPIB per capita
Presidente Kennedy (ES)R$ 551.967,24
Louveira (SP)R$ 285.619,15
Confins (MG)R$ 270.512,88
Triunfo (RS)R$ 230.483,69
Quissamã (RJ)R$ 230.344,73
São Gonçalo do Rio
Abaixo (MG)
R$ 227.885,15
Anchieta (ES)R$ 207.431,28
Porto Real (RJ)R$ 174.372,58
Araporã (MG)R$ 173.235,94
Campos de Júlio (MT)10ºR$ 167.736,94
PIB per capita
O município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, se manteve como o maior PIB per capita do país – produto interno bruto dividido pela quantidade de habitantes – em 2012, com R$ 511.967,24. O menor foi Curralinho, no Pará, com R$ 2.720,32. O PIB per capita brasileiro naquele ano foi de R$ 22.645,86.
“É relevante salientar que nem toda a renda gerada no município é apropriada por sua população residente, uma vez que a geração de renda e o consumo não são necessariamente realizados em um mesmo município”, ressaltou o IBGE.
Mais de 30% dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul apresentaram PIBs per capita superiores ao nacional, enquanto nenhum município do Acre e Roraima mostrou essa característica.
Industria extrativa se destacou
Os municípios cujas economias estavam relacionadas às commodities minerais tiveram ganho de participação superior aos daqueles com indústria diversificada. “Os preços da indústria extrativa apresentaram crescimento significativo em 2012”, ressaltou o IBGE.
Em Campos dos Goytacazes, a participação no PIB nacional passou de 0,9% em 2011 para 1% em 2012, seguido de Cabo Frio (de 0,23% para 0,28%), Rio das Ostras (de 0,22% para 0,26%), Macaé (de 0,30% para 0,33%) – todos no Rio de Janeiro – e Presidente Kennedy (de 0,10% para 0,12%), no Espírito Santo.
O estado com maior variação positiva na indústria foi o Rio de janeiro (1,9 ponto percentual), em comparação com 2011, impulsionado pela extrativa mineral. A indústria extrativa gerou 4,3% do valor bruto. Em 2011, o setor gerava 4,1%. A variação positiva, segundo o IBGE, ocorreu devido à variação dos preços, 11,7%. Em termos reais, ocorreu queda de 1,1%.
A indústria em geral tanto em volume quanto em preços passou de 27,5% para 26% no valor adicionado bruto do pais. “Esse fato foi reflexo do fraco desempenho da indústria de transformação, tanto em volume (-2,4%) como em preços (-4,1%)”, analisou o órgão.
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Cidades com menores PIBs per capitaValores correntes
Curralinho (PA)R$ 2.720,32
Bacuri (MA)R$ 2.727,16
Novo Triunfo (BA)R$ 2.767,52
Bagre (PA)R$ 2.772,54
São Vicente Ferrer (MA)R$ 2.980,79
Fartura do Piauí (PI)R$ 3.107,68
Bujaru (PA)R$ 3.165,59
Curralinhos (PI)R$ 3.178,01
Muaná (PA)R$ 3.181,10
Timbiras (MA)R$ 3.186,38
Setor de serviços cresceu
O setor de serviços cresceu, em termos nominais, 8,1%, e apresentou crescimento real de 1,9%. Esse segmento passou a representar 68,7% dos valor adicionado bruto total em 2012 e foi beneficiado, segundo o IBGE, pelo aumento da massa salarial, expansão de crédito ao consumo, e desemprego baixo.
Apenas dois setores apresentaram quedas suaves: serviços de informação (devido ao efeito preço) e intermediação financeira (seguros, previdência e relacionados).
Suaves movimentos negativos foram verificados em todos os segmentos desse setor no Rio de janeiro (-0,2 pontos percentuais), com exceção de administração, saúde e educação públicas e seguridade social e educação e saúde mercantis. Minas Gerais apresentou ganhos em todos os segmentos do setor (0,2 pontos percentuais), exceto serviços de informação e demais serviços.
Menores PIBsValores correntes
(em R$ mil)
Santo Antônio dos Milagres (PI)R$ 8.343
Miguel Leão (PI)R$ 9.179
São Félix do Tocantins (TO)R$ 10.411
São Miguel da Baixa Grande (PI)R$ 10.627  
Aroeiras do Itaim (PI)R$ 10.677
São Luis do Piauí (PI)R$ 10.684
Tamboril do Piauí (PI)R$ 10.941
Viçosa (RN)R$ 10.980
Olho D'Água do Piauí (PI)R$ 11.005
Anhanguera (GO)R$ 11.070
Agropecuária
O crescimento nominal do valor adicionado bruto da agropecuária (2,8%), no ano de 2012, refletiu principalmente a elevação dos preços. O valor bruto da produção agrícola alcançou R$ 204 bilhões em 2012, um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior.
Entre os alimentos que mais tiveram incrementos no valor de produção destacaram-se milho e feijão (ambos cresceram 20,7%, algodão herbáceo (11,8%) e mandioca (10,5%).
As maiores variações positivas na distribuição estadual do valor adicionado bruto da agropecuária ocorreram em Mato Grosso (2,4 pontos percentuais), Goiás e Paraná (0,9 ponto percentual). Santa Catarina (1,2), São Paulo (1,1) e Minas Gerais (0,9) apresentaram as maiores variações negativas.
PIB cresceu 1%
Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado cresceu 6% nominalmente e 1% em termos reais, em comparação com o ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o resultado alcançado foi de R$ 4.392,10 bilhões.
A expansão do PIB foi resultado do crescimento de 0,9% do valor adicionado bruto a preços básicos e do aumento de 1,6% nos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.
Desigualdade
O índice de Gini (medida de desigualdade de distribuição de renda) para o PIB em 2012 foi de 0,86% enquanto para o valor adicionado bruto da agropecuária, indústria e serviços foi de 0,61%, 0,90% e 0,86%, respetivamente. Segundo o IBGE, esses coeficientes se mantiveram praticamente inalterados desde 2004.