quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mais retrofit energético



Bunker nazista se torna usina sustentável

Torre que resistiu a bombardeios e tentativas de implosão na cidade alemã de Hamburgo fornecerá energia elétrica para 3 mil residências

10 de agosto de 2011 | 0h 00
- O Estado de S.Paulo
HAMBURGO - Durante a 2.ª Guerra, até 30 mil pessoas se aglomeravam no bunker de Wilhelmsburg, na cidade alemã de Hamburgo, buscando abrigo contra as bombas lançadas pelos Aliados - a enorme torre construída no Terceiro Reich por Adolf Hitler é tão resistente que sobreviveu às tentativas de implodi-la no pós-guerra. Décadas mais tarde, o edifício estava em ruínas. Mas agora urbanistas fazem dele um abrigo para um importante projeto de energia renovável.
A modernização do "bunker da energia" está bem adiantada. Escavadeiras puseram por terra suas paredes de 2 metros de espessura, abrindo uma das fachadas. A reforma deve ser concluída no início de 2013 e a parte central oca abrigará uma usina termoelétrica movida a biomassa. O teto e a parede do lado sul serão cobertos de painéis solares e a usina terá um tanque de armazenamento para bombear água para casas vizinhas.  
 
A iniciativa é da IBA Hamburg, projeto de renovação que busca soluções ambientais para as cidades. Urbanistas e especialistas em energia pretendem mostrar que as cidades podem fazer mais que importar energia renovável de áreas rurais. Segundo eles, as cidades, que consomem 80% dos recursos, estão demorando para repensar a fonte da energia que consomem.
Concentrando-se no bairro de Wilhelmsburg, a equipe do IBA dá uma amostra em pequena escala do que pode ser uma paisagem urbana sustentável. "Estamos realizando algo novo, trazendo a produção de energia para o centro do ambiente urbano", disse Karsten Wessel, coordenador do projeto Cidades e Mudança Climática. "Na Alemanha, temos povoados que são 100% suficientes em termos energéticos, mas estão quase todos em áreas rurais."
Em 2010, Munique anunciou planos para consumir apenas energia renovável em 2015. "Mas o que eles pretendem é importar energia da Europa e de fazendas eólicas em alto-mar", diz Wessel. "Nosso trabalho é local." Ele e seus colegas pretendem tornar Wilhelmsburg num bairro isento de carbono e suprir suas necessidades com energias renováveis dentro de 15 anos. Em 2050, as energias renováveis também deverão prover os sistemas de aquecimento do bairro.
A bordo de uma construção flutuante repleta de painéis solares no Elba, os urbanistas trabalham para atingir sua ambiciosa meta. Sua colorida "casa flutuante" abriga uma exposição do projeto. Guias conduzem grupos de bicicleta em visitas ao local. Da sacada, os visitantes observam a paisagem industrial. É um bairro que abriga uma das maiores populações imigrantes de Hamburgo e importantes vias de tráfego.
Ambivalência. Mas a reação dos moradores tem sido ambivalente. Margaret Mackert, que cria um centro de documentação sobre a torre, diz que o local é importante e sua história precisa ser preservada. "Para as pessoas mais velhas, que eram crianças durante a guerra, o bunker é visto como algo positivo, como se oferecesse proteção. Os mais jovens o consideram um memorial feio e ameaçador - mas sabem que é importante que permaneça." / DER SPIEGEL. TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Contêiners estão virando casas, lojas e até hotel



As gigantes caixas de aço usadas no transporte marítimo têm menos impacto ambiental e mais economia

JUSSARA SOARES
DIÁRIO SP
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No primeiro semestre deste ano, 891.729 unidades de contêineres, de diversos tamanhos, ajudaram a movimentar R$ 43,8 bilhões e 44, 8 milhões de toneladas de carga no Porto de Santos. Enquanto isso, em um dos condomínios de alto padrãoda Granja Viana, na Grande São Paulo, o arquiteto Danilo Corbas dava os retoques finais em quatro contêineres que ele transformou na própria casa. E o empresário André Krai acompanhava a instalação de mais 50 novas franquias da sua loja de roupas e começava as obras de um hotel em Ribeirão Preto, a 336 quilômetros capital. Ambos os empreendimentos abrigados em gigantes caixas de aço e sob o manto da sustentabilidade e economia. 

É este conceito mundial da construção civil ecologicamente correta que tem livrado contêineres de seu destino mais provável: o ferro velho. Eles têm vida útil para transporte marítimo internacional de aproximadamente dez anos. Para armazenar carga no porto, pode ser utilizado até por duas décadas. Mas depois as toneladas de aço costumam virar sucata. Ou no máximo são usadas como alojamento, escritórios e cômodos provisórios, mas nada sofisticado. 

A utilização dos contêineres como substituto de cimento, areia e tijolo, como já acontece em países como Estados Unidos e Inglaterra, está apenas chegando ao Brasil. Há duas semanas, Corbas se mudou para a casa-contênier, a primeira deste modelo habitada no país. Durante os sete meses de construção, Corbas manteve um diário na internet e, após concluída a obra, em maio, abriu a casa para exposição e recebeu três mil visitantes. Atualmente, ele trabalha no projeto de quatro outras casas-contêineres. 

foto: Daniel Pera/Diário SP
Do Porto de Santos para a Granja Viana: em três horas, a casa-contêiner estava de pé graças ao trabalho do guindaste, que colocou as quatro caixas gigantes de aço no lugar. A vizinhança estranhou, mas já se acostumou com o imóvel. A fachada foi pintada com tinta à base de água


Lar sustentável lar /A casa-contêiner não deixa nada a dever em conforto e design a qualquer outro lar doce lar de alvenaria, mas ganha em economia, rapidez e sustentabilidade. A obra fica 35% mais barata que uma convencional e produz menos entulho, diminuindo o impacto ambiental.

Para construir sua casa de 196 metros quadrados, o arquiteto utilizou quatro contêineres de 40 pés (12 m de comprimento por 2,90 m de altura) ? a estrutura custou em torno de R$ 250 mil. Como a estrutura é leve, a fundação usou sapatas isoladas, sem o uso de armação ou ferragens. As caixas foram colocadas nos lugares por guindastes. "Em três horas eu já tinha batido a laje", brinca o arquiteto.

Em todas as etapas da obra, foram usados materiais de baixo impacto ambiental e consumo de energia e água. Para equilibrar a temperatura, nas paredes em drywall foram utilizadas lã de PET como isolante térmico. O telhado do primeiro pavimento ganhou uma cobertura vegetal e do segundo, um telhado na cor branca, que ajuda a diminuir a temperatura.

Por dentro, apenas o teto do contêiner evidencia que não se trata de uma construção convencional. "Se não olhar para cima, estou dentro de uma casa normal", diz Corbas, que do lado de fora preferiu apenas pintar os contêineres, cuja porta de um deles se tornou também a porta de casa. "É bruto, mas acho legal. É possível fazer um acabamento que não identifique que é um contêiner. Mas para mim perderia o sentido e começaria a gastar mais", diz. 

Galeria de arte itinerante 
No fim de julho, contêineres trouxeram a São Paulo uma galeria de arte itinerante. A mostra ficou instalada na Praça das Flores, na região da Avenida Paulista, e reuniu obras de 15 artistas.

R$ 6 mil  
é o preço de um contêiner de 40 pés

Terminais em Santos aumentam vendas
Segundo Roberto Dantas Gonçalves, da RPA Terminais de Contêineres,  as escolas de lata, sem o devido isolamento térmico,  estigmatizaram o uso do contêiner. "O Brasil ainda está engatinhando, mas a cada dia há mais procura", afirma. Ele trabalha em um escritório construído com oito contêineres.

Mais procurado custa em média R$ 5,5 mil
A RPA vende, faz as adaptações a pedido dos clientes e o transporte dos contêineres. O mais procurado é o de 20 pés (6 m x 2,40 m)  e custa em média R$ 5,5 mil.

Até outubro, São Paulo  ganha o primeiro hotel em contêiner

Até outubro, Ribeirão Preto, a 336 quilômetros da capital, ganhará o primeiro hotel-contêiner do Brasil. Será um prédio de oito andares, com  120 quartos na categoria econômica, construído com 70 embalagens gigantes para o transporte marítimo.  Até o ano que vem a meta é que a rede já tenha 20 hotéis.

"Em  Londres, existe  hotel de 200 quartos. No Brasil, será o primeiro. Ainda não temos a cultura de reaproveitar as coisas. Ficará aconchegante. A ideia é que o hóspede tenha conforto e satisfação",  diz o  André Krai, que há dois anos e meio abriu a primeira loja  de roupas instalada em um contêiner em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul.  Ele procurava uma alternativa econômica para sua loja e descobriu nos contêineres  não apenas uma solução, mas um  negócio promissor.

"Foi assim que surgiu o primeira  contêiner comercial do mundo. Então pensei: ?opa, tenho de patentear?", diz Krai, que, além da marca Container Ecology Store, detém a patente do uso do contêiner para fins comerciais, como o hotel, restaurantes, bares, cafeterias, temakeria etc.

Além das lojas próprias, uma delas instaladas na Vila Olímpia, na Zona Oeste,  a Container Ecology Store já tem 50 franquias instaladas em todo o Brasil. Até o fim do ano este número chegará a cem.  O sucesso do negócio o empresário associa  à economia, uma vez que é mais barato alugar um terreno do que uma loja comercial.  "Em alguns lugares chega a ser dez vezes mais barato. Além disso, o projeto é totalmente sustentável e ecologicamente correto. Não causa impacto ambiental", afirma. Uma franquia da loja-contêiner custa de R$ 79 mil a R$ 250 mil.

Minha casa, minha 'container'


"Containers" GÊMEOS



"Fui convidado para fazer duas casas bioclimáticas, mas não fez nada " . O arquiteto, certamente as palavras. "Eu não sei se a chamada arquitetura, eu não gosto de 'sustentável'. Miguel Angel Diaz Camacho prefere disparar uma metáfora: "É como pedir uma ostra pérola e decidir que fazer." Isto teve um lote de 1.000 metros nos arredores de Griñón. Um retângulo developable plana e que, como muitos outros, foi preso em uma crise aberta. "Uma área é uma construção cultural", diz Diaz Camacho. Um pedaço de um vilarejo agrícola na última década, dobrou sua população (cerca de 10.000) por um modelo conhecido: casas geminadas, jardim e piscina-dependente do consumo de água eo carro.

    A notícia em outros sites

    "Por outro lado, um campo de energia é um mapeamento, hidrografia, vento, sol, umidade, geotérmica relativa ... tudo mapeado", explica o arquiteto desenhos mostrando a incidência do sol e do vento. O enredo é parte da Sagra Madrid, uma região belíssima que vai desde as fronteiras políticas. "Cereal A planície castelhana, que é único como o vento." Então, sempre havia moinhos, e, portanto, as casas GÊMEOS consome 10 vezes menos do que as convencionais, as moradias têm turbinas eólicas.
    Removendo a partir daqui e chegar lá ", como fazem os holandeses polders ", Diaz Camacho formas do terreno para construir mais vento e sol. Em sua trama sem cercas "que cortam a terra como se fosse cocaína precioso": ". Tudo que você vê é o seu, se só se trata de uma parte, como o elevador de uma comunidade" Fez a ostra ", poderia ser colocado dentro de uma casa vitoriana e que iria funcionar melhor", diz Diaz Camacho.Não é o caso. Suas casas são "bolhas" que partilham instalações comuns escondido nas dunas da paisagem (redes de caldeira de biomassa, ar e água, esgoto). "Além de mudar as regras do jogo imobiliário." Eles são um kit: um container com 200 componentes.Para cada um há um contrato com o fabricante se compromete a recomprá-los ou, pelo menos, reutilizar quando não for mais necessário. "Assim, o usuário não é casada com o objeto, você se cansar de sua casa, e os iPhone3, mas você assumir a responsabilidade pelo que acontece em seguida com ela." O ciclo termina com a mobília (laminação e de dobramento) que será confiado a um Griñón marceneiro.
    Para inventar um modelo de negócio. "Comprar o usuário do recipiente ea renda da terra? Ou vice-versa? o momento só está claro que aqueles que se deslocam para ser um usuário ativo ", diz Diaz Camacho. Alguém próximo e janelas abertas no momento oportuno e move seus 150 metros, dependendo da época. "Não há nada novo", diz o arquiteto, "é o que nossas avós em sua cidade natal de Castela