Visitei recentemente a Índia para uma reunião da Sociedade Mont Pélerin. Fui empossada como a nova presidente da sociedade. Foi glorioso.
Um amigo chinês liberal me deu uma tiara de rainha —como piada, porque os verdadeiros liberais não aprovam a hierarquia hereditária de rainhas, reis ou aristocratas.
O ponto original do Movimento pela Liberdade, desde 1776, era derrubar tudo isso.
Em um dia que estávamos de folga na conferência, fomos visitar castelos gloriosos e o superglorioso Taj Mahal. Esses lugares despertaram em nós a reflexão de que o liberalismo não aprova a tributação ou a escravização de dezenas de milhares de camponeses para servir ao poder e à vaidade dos reis.
No entanto, os Estados modernos dos dias de hoje nos tributam e nos escravizam para que sirvamos ao poder e à vaidade dos nossos governantes. E os governantes nos dizem que isso é para o nosso próprio bem; e, afinal, nós os elegemos de vez em quando.
Mas permitam-me fazer uma pergunta: é para o seu próprio bem que o Brasil mantém um grande Exército? Exército que às vezes ocupa o Estado e que, de qualquer forma, protege a população brasileira apenas do Paraguai?
Algumas pessoas conseguem bons empregos no Exército, mas o resto da população é que paga.
É para o bem dos brasileiros que o Estado cria tarifas protecionistas para que vocês não possam comprar produtos estrangeiros que seriam oferecidos a preços mais baixos? Algumas pessoas conseguem com isso obter preços mais altos por seus produtos feitos no Brasil, mas o resto de vocês paga por isso.
Durante a conferência na Índia, entrei em uma discussão com o principal conselheiro econômico do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que presidiu uma sessão sobre o equilíbrio entre a ação estatal e ação a privada na economia.
Fiquei irritada com o fato de ele ter ido a uma conferência organizada por verdadeiros liberais para alegar que os mercados privados têm muitas "imperfeições" e que, portanto, o Estado, que é perfeito, claro, deveria intervir.
Eu já disse a vocês, e disse então também a ele, que essa alegação é na verdade um conto de fadas científico.
No entanto, a Índia, desde o governo de Manmohan Singh (2004-2014), e depois com Narendra Modi, tornou-se muito mais liberal em sua economia do que era sob o socialismo sombrio que existiu no período 1947-1991.
Como resultado disso, o PIB real per capita da Índia aumentou em 300%. Enquanto isso, o do Brasil aumentou apenas 50%.
Em 1991, a renda da Índia era inferior a 7% da renda brasileira, mas atualmente ela já atinge 23% da renda do Brasil.
Por favor, por favor, meus amados brasileiros, parem de eleger estatistas.
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário