sexta-feira, 18 de outubro de 2024

USP cria centro de inovação para transição energética e vai lançar nova disciplina em 2025, FSP

 Pedro Lovisi

SÃO PAULO

USP inaugurou nesta sexta-feira (18) o Centro de Inovação para Transição Energética (Etic, na sigla em inglês), ligado à Escola Politécnica, faculdade de engenharia da instituição. O grupo vai focar parcerias entre alunos da universidade e empresas privadas para resolver problemas diários dessas companhias relacionados à geração de energia e eficiência energética.

No primeiro semestre de 2025, a USP vai também lançar uma nova disciplina optativa sobre transição energética disponível para alunos de todos os cursos de graduação da universidade. Com isso, o objetivo é que o grupo seja multidisciplinar.

A imagem mostra um painel de discussão com quatro pessoas sentadas em uma mesa. À esquerda, um homem de camisa roxa. Ao lado dele, uma mulher com cabelo preso e blusa escura. No centro, um homem de óculos e camisa clara. À direita, uma mulher com cabelo solto e blusa branca, que está falando e segurando um microfone laranja. Ao fundo, há um banner com o texto 'A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA: O BRASIL E A COP-30'. O ambiente é de uma sala com paredes de madeira.
Lançamento do ETIC, da USP; da direita para esquerda: Gilca Palma, diretora de produtos e projetos do ClimaTempo, o jornalista Roberto Rockman, a subsecretária de Energia da Secretaria de Meio Ambiente de SP, Marisa Barros, e o coordenador do ETIC, Erick Rego - Rafaela Araújo/Folhapress

"Queremos atrair a garotada para essa discussão e vamos usar a disciplina para que os alunos vivenciem problemas de verdade; a empresa vai dizer qual é o problema dela e os alunos vão tentar resolver esses problemas. A gente quer que a molecada curta esse desafio", diz Erik Eduardo Rego, ex-diretor da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e coordenador do novo centro.

Também poderão fazer parte do centro alunos de pós-graduação, pré-mestrado (quando o aluno está terminando a graduação), mestrado e pós-doutorado. Nos últimos três casos, haverá bolsa de pesquisa para os participantes ao menos pelos próximos dois anos.

Os valores das bolsas, segundo Rego, estarão abaixo da tabela da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e acima do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) —essas instituições têm bolsas de diferentes valores; o mínimo nas do CNPq é R$ 700 e, nas da Fapesp, R$ 1.800; o máximo pode chegar a R$ 5.000 no CNPq e a R$ 12 mil na Fapesp..

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As bolsas serão custeadas em parte pela Cosan, grupo dono de várias empresas de produção e distribuição de combustíveis, como Raízen e Comgás.

"A transição energética é um grande guarda-chuva. Eu trabalho no setor elétrico há muito tempo, há cerca de 20 anos, então pesquisa relacionada ao setor de energia elétrica eu consigo orientar com mais facilidade. Estamos olhando também para SAF (combustível sustentável de aviação) e hidrogênio verde, mas com cuidado de não dar o passo maior que a perna" afirma Rego.

A inauguração do centro aconteceu em um debate organizado pela Poli sobre os desafios e oportunidades do Brasil na transição energética, inclusive relacionados ao financiamento climático. Estavam presentes a subsecretária de Energia e Mineração na Secretaria de Meio Ambiente do estado São Paulo, Marisa Barros, a diretora de produtos e projetos da ClimaTempo, Gilca Palma, além de professores da universidade.

"A transição energética é o caminho que a gente escolhe hoje para poder viver o amanhã e a engenharia inova a tecnologia, inova o processo. Isso é fundamental para que a gente sustente um futuro mais sustentável", diz Celma de Oliveira Ribeiro, vice-chefe do Departamento de Engenharia de Produção da Poli. "Por isso, a gente pretende engajar a geração Z para realizar pesquisa de ponta; não dá para fazer transição energética sozinho e a Poli tem uma boa interação com empresas", acrescenta.

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