terça-feira, 2 de abril de 2024

Bancada inteira do PSDB debanda e partido pode ficar sem representação na Câmara de SP, FSP

 Todos os oito integrantes da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo decidiram pedir desfiliação do partido, num novo marco para a crise sem precedentes que vive a legenda na cidade que é seu berço.

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Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo, no centro da cidade - Eduardo Knapp/Folhapress

Os tucanos, assim, poderão ficar sem representação no Legislativo paulistano após o fechamento da janela de filiações, em 5 de abril.

A única possibilidade de manterem um solitário parlamentar é se Carlos Bezerra Jr,. atual secretário municipal de Assistência Social, ficar no partido. Ele é vereador licenciado e deve retomar o mandato na semana que vem para disputar a reeleição. Ao Painel, disse que ainda está avaliando se permanecerá no PSDB.

Já saíram Aurélio Nomura (para o PSD), Rute Costa (PL), Sandra Santana (MDB) e Beto Social (Podemos). Gilson Barreto, Fábio Riva e João Jorge devem entrar no MDB na semana que vem. Xexéu Tripoli também aderiu à debandada, mas ainda não escolheu seu destino.

Entre as razões citadas pelos vereadores estão a instabilidade crônica na legenda, a falta de definição sobre a chapa de vereadores e sobretudo a relutância em apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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Na última sexta-feira (22), a Executiva Municipal descartou coligação com Nunes e encaminhou as possibilidades de candidatura própria ou apoio a outro nome (na prática, seria a Tabata Amaral, do PSB)

"O partido está sem rumo na cidade de São Paulo", diz Jorge. Para Tripoli, o PSDB "não tem organização, não tem chapa, não tem diálogo".

Procurado, o presidente municipal do PSDB, José Aníbal, minimizou a saída. "Em 2008, todos os vereadores do partido, à exceção de um, o Tião Faria, apoiaram o Gilberto Kassab para prefeito em vez do Geraldo Alckmin. E o partido seguiu adiante. Agora, a história se repete", afirmou.

Para o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, as possíveis trocas, se acontecerem, serão consequência de um "fisiologismo barato, resultado da frágil legislação eleitoral e partidária, que permite isso, um dos grandes males políticos do Brasil".

"O PSDB quer ao seu lado políticos preocupados com políticas públicas e não com cargos no Poder Executivo. Aliás, o PSDB nasceu sob a égide de um conceito basilar: ‘longe das benesses do poder e perto do pulsar das ruas’".

Ex-secretário em gestões tucanas, Wilson Pedroso diz que Aníbal distorce os fatos. "Na eleição do Kassab, os vereadores ficaram no PSDB e nós tivemos uma chapa. Além disso, o Ricardo Nunes foi uma escolha pessoal do Bruno Covas", diz ele, que defende apoio ao prefeito.

"Tenho a memória de uma época em que o PSDB tinha o respeito da classe política e dos paulistanos. Esse passado não pode ser manchado de forma irresponsável e eleitoreira", afirma.


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