terça-feira, 30 de abril de 2024

Eletrolisadores de hidrogênio podem ser próxima grande exportação da China, diz especialista, FSP

 

Lu YutongChen Yaoyu
CAIXIN

Com os baixos custos e a forte capacidade de produção alcançada na China, fabricantes de eletrolisadores de hidrogênio podem levar o equipamento a se tornar a quarta maior exportação relacionada a novas energias no país.

A liderança hoje é de painéis solares, seguidos por baterias de lítio e veículos elétricos, de acordo com um especialista.

"Atualmente, a única maneira de produzir hidrogênio verde é [através da eletrólise] usando fontes renováveis como solar e eólica", disse o professor da Universidade Tsinghua, Ouyang Minggao, no Fórum Zhongguancun em Pequim neste domingo (28).

Condições climáticas favoráveis à geração de energia solar e eólica colocam o Brasil no centro do debate do “combustível do futuro” - Benoit Tessier/REUTERS

A crescente capacidade dos eletrolisadores tem sido um auxílio fundamental para a transição global para a energia limpa. Eles usam eletricidade de fontes renováveis ou nucleares para dividir a água em hidrogênio e oxigênio, produzindo assim o hidrogênio de baixa emissão, também batizado de hidrogênio verde.

A China possui atualmente a maior capacidade instalada e capacidade de fabricação de eletrolisadores do mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).

A capacidade de fabricação de eletrolisadores anunciada pela China deve atingir 13,1 gigawatts este ano, disse a AIE. O volume é seguido de perto pela Europa, com 10,8 gigawatts em capacidade, e pela Índia e América do Norte com 4,3 e 3,1 gigawatts respectivamente, de acordo com os dados da agência.

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A participação da China na capacidade de produção global aumentou aproximadamente 30 pontos percentuais em 2022, atingindo quase 60%, de acordo com a S&P Global.

Apesar de outras nações estarem aumentando suas capacidades de fabricação, espera-se que a China represente ao menos metade da capacidade até 2025.

A eletrólise alcalina segue como o método mais viável para a produção de hidrogênio, de acordo com Ouyang, que também é membro da Academia Chinesa de Ciências. Os outros dois métodos, membrana de troca de prótons, e óxido sólido, usam tecnologias menos maduras e mais caras, disse Ouyang Minggao.

Aproximadamente 200 empresas chinesas planejam expandir seus negócios para eletrolisadores alcalinos, incluindo os setores de combustíveis fósseis e energia renovável, de acordo com um relatório de agosto da consultoria TrendBank.

Os fabricantes chineses de eletrolisadores começaram a explorar mercados internacionais em 2023, oferecendo uma vantagem de custo significativa sobre muitos concorrentes em áreas como a Europa, onde os equipamentos chineses são cerca de 70% mais baratos do que as alternativas locais, de acordo com um analista de hidrogênio.

No entanto, eles enfrentam padrões mais rigorosos para testes de segurança de produtos e financiamento na União Europeia antes de conseguir exportar para a região, disse o analista.

As empresas chinesas podem encontrar mercados mais receptivos na Austrália, Índia, Oriente Médio e América do Sul, disse ele, acrescentando que o sucesso nessas regiões poderia pavimentar o caminho para uma expansão futura em mercados ocidentais mais rigorosos.

No ano passado, fabricantes como Longi Hydrogen Technology, Jiangsu Guofu Hydrogen Energy Equipment e Beijing Peric Hydrogen Technologies assinaram contratos de fornecimento com clientes principalmente na Austrália, Oriente Médio e Índia.

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