Ninguém segura a inteligência artificial. A começar pela previsão mais terrível: Stuart Russel, professor de ciência da computação na Universidade da Califórnia, está preocupado com a segurança de sistemas que –por ora– ainda não existem, aparatos tão influentes que, livres para tomar decisões, poderão definir se continuamos a sobreviver como espécie. Em outras palavras, o fim do mundo como o conhecemos. O apocalipse, a hecatombe, o armagedom.
Não adianta fugir: a IA acha você em qualquer lugar. Tão assombrosos quanto os executores do juízo final são os instrumentos de liquidação em massa, já utilizados na matança de Gaza, segundo denúncia da revista israelense +972. Os alvos de carne e osso são escolhidos por algoritmos, que avaliam atitudes "suspeitas". Depois, como nos pesadelos da guerra nuclear, é só apertar um botão.
De acordo com o Financial Times, duas empresas se preparam para lançar em breve modelos de máquinas pensantes, aptas a refletir, planejar ações e ter memória, atividades essenciais que vão equiparar ou superar a capacidade humana. Quer dizer, nem para apertar o botão seremos mais necessários.
Em contrapartida, há um conceito, formulado no Vale do Silício, berço das big techs, que prega a fé cega no avanço tecnológico sem limites e desregulamentado como solução para todos os males do planeta: pobreza, fome, alterações climáticas e, claro, guerras. Uma espécie de "aceleracionismo" para combater o alarmismo daqueles que, como no samba de Assis Valente, garantem que o mundo vai se acabar. O slogan do movimento é justamente "Acelerar ou Morrer".
No quintal doméstico, além da preocupação com as eleições, há mais uma. O governo Tarcísio de Freitas vai usar o ChatGPT para produzir conteúdo digital na rede de ensino. A própria ferramenta, se provocada, diz que é impossível substituir o papel do professor em sala de aula.
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