A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto em razão da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
A investigação, que foi concluída pela Polícia Federal no fim de fevereiro, apurava se Zambelli contratou os serviços de Delgatti com esse objetivo.
A denúncia, que está sob sigilo, foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha.
Em agosto do ano passado, Delgatti e Zambelli foram alvos de operação da PF. A parlamentar, uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de mandado de busca e apreensão. O hacker foi preso.
Dados de transações financeiras entregues à Polícia Federal por Delgatti mostraram que pessoas próximas Zambelli repassaram R$ 13,5 mil ao hacker, que invadiu os sistemas do CNJ e inseriu documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Os dois são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e que resultou na invasão dos sistemas do CNJ e na inserção dos alvarás de soltura falsos.
Ao ser indiciada, a defesa de Zambelli negou as alegações. "Ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude. Aliás, a arbitrária interpretação deduzida pela autoridade policial asseverando que a deputada tenha recebido eventualmente documentos, não evidencia adesão ou qualquer tipo de colaboração, ainda mais que ficou demonstrado que não houve qualquer encaminhamento a terceiros", disse a defesa, à época.
A defesa de Walter Delgatti declarou que "não se surpreende com o indiciamento". "Desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ. O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a Justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele", disse, em nota.
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