domingo, 10 de dezembro de 2023

O golpe de Maduro está no mar, Elio Gaspari, FSP

 Nicolás Maduro não quer as terras do planalto do Essequibo com suas matas seculares. O mapa que ele exibiu, incorporando mais da metade das terras da Guiana, foi um gesto teatral. Seu interesse está debaixo d'água, na plataforma continental, onde foi achada uma reserva de petróleo estimada em 11 bilhões de barris, algo equivalente a 75% das reservas brasileiras.

No mesmo dia em que Maduro nomeou um general para governar as terras hipotéticas, ele autorizou a estatal PDVSA a negociar contratos para a exploração do petróleo na zona de litígio.

Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, discursa em evento em frente ao palácio presidencial de Miraflores, em Caracas - Marcelo Garcia/Presidência da Venezuela/via AFP

Problema: a Guiana tem um contrato com a ExxonMobil americana para operar na reserva e um acordo de cooperação militar com os Estados Unidos. Maduro disse que ela tem três meses para suspender suas operações. Na quinta-feira, o Comando Sul dos EUA anunciou "operações de rotina" na Guiana.

No meio de tantas ameaças, Maduro disse que "está aberto para conversar". Ele busca uma janela de oportunidade para arrancar da Guiana pelo menos uma parte do petróleo que venha a sair do fundo do mar. Maduro espera que apareçam mediadores que peçam negociações, ignorando o absurdo de seu ultimato. Essa é a melhor das hipóteses, para ele.

Na pior, e a mais provável, se ele não recuar, a Marinha americana, com o possível apoio da inglesa, garantirá a exploração de petróleo nas águas territoriais da Guiana.

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Nesse caso, Maduro entraria para a galeria onde estão os retratos de Saddam Hussein e Leopoldo Galtieri. Um invadiu o Kuwait em 1990 e acabou enforcado em 2006. O outro invadiu as ilhas Malvinas em abril de 1982 e foi deposto em junho.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um visionário e defende a criação de um organismo supranacional para resolver todos os problemas do mundo, sem que o Congresso de cada país possa barrar suas decisões.

O cretino achou correta a decisão do Itamaraty de classificar o plebiscito para decidir a questão da anexação do Essequibo como "um assunto interno da Venezuela".

Eremildo teme apenas que Javier Milei resolva denunciar o laudo arbitral do presidente americano Grover Cleveland de 1895 e convoque um plebiscito para que os argentinos decidam se ele deve anexar o oeste de Santa Catarina.

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