Com a aprovação do nome de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal por 47 votos contra 31, ficaram mal na foto os intermediários que defendiam a escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, argumentando que o ministro da Justiça seria rejeitado. Alguns deles eram notáveis petistas.
MANDATOS NO STF
Pela conta de hoje, o Senado aprovará a PEC que estabelece mandatos com prazo para os futuros ministros do Supremo Tribunal Federal.
A reação impulsiva de alguns ministros contra a aprovação da emenda que limita as decisões monocráticas do tribunal contribuiu para fortalecer o mal-estar.
COMUNISTAS NO STF
Lula disse que "pela primeira vez na história desse país conseguimos colocar na Suprema Corte um ministro comunista".
Flávio Dino filiou-se ao PC do B em 2006, quando já se haviam apagado as luzes de todos os partidos comunistas, inclusive os da China e da Albânia, que haviam iluminado a organização. Deixou o partido 16 anos depois, indo para o Partido Socialista Brasileiro.
Pelo menos na visão do professor Henry Kissinger, que morreu há pouco, Lula pode ter se enganado. Em 1962, Kissinger esteve no Brasil, encontrou-se com o então primeiro-ministro Hermes Lima e escreveu a um amigo:
"O New York Times, com sua habitual perspicácia, descreve-o como um socialista moderado. Se ele é isso, eu gostaria de saber como é um comunista".
Meses depois, João Goulart nomeou Hermes Lima para o Supremo Tribunal Federal, onde ele ficou até 1968, quando foi aposentado pelo AI-5.
Hermes Lima nunca pertenceu ao Partido Comunista.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
O alto comissariado petista está olhando para o Ministério da Justiça como um cargo que ilustra biografias.
Flávio Dino foi um ministro combativo nas palavras e bem-humorado nas atitudes. Só. Nesses atributos nenhum sucessor fará melhor, mas é pouco.
Lula pode fazer o que quiser com o ministério, desde que não se esqueça que a segurança pública será um tema central nas próximas campanhas eleitorais.
Seu primeiro ano de governo foi rico em palavras e planos.
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