O ano que agora termina foi ruim na avaliação de alguns e bom na opinião de outros. Tudo depende da comparação. Exemplo: os desacertos verbais de Luiz Inácio da Silva ficaram deglutíveis face as vulgaridades do antecessor.
No entanto, apesar da expectativa de um "efeito alívio" duradouro, a avaliação positiva do novo governo oscilou entre a estabilidade e a queda.
As pesquisas indicaram insatisfação com a ausência do presidente devido a prioridade dada à reinserção internacional do Brasil. Também apontaram visão negativa quanto aos problemas na segurança pública.
Na economia houve perdas e ganhos. O saldo foi positivo nas questões relativas ao Congresso. Embora insuficientes para assegurar a meta do déficit zero por meio do aumento da arrecadação, ocorreu crescimento acima do esperado, inflação controlada, balança comercial positiva e reforma tributária aprovada.
Já no campo político nada deu muito certo. A coisa foi aos trancos e barrancos. A ideia do ministro Alexandre Padilha (PT) de que a incorporação de PP e Republicanos lhe daria vida fácil não se concretizou.
Os parlamentares continuaram atuando conforme suas conveniências. Vetos foram derrubados com votos da base formal, medidas provisórias caducaram, decretos e projetos tiveram tramitação recusada.
Na teoria a maioria apoia o Planalto, mas na prática suas altezas só fazem o que lhes interessa: avançam no Orçamento, aumentam exponencialmente o valor do fundo eleitoral e não se constrangem em cortar recursos do PAC. Algo impensável nos dois primeiros governos de Lula.
Tanto que o presidente se voltou a uma inusitada —e eticamente questionável— aliança com o Supremo Tribunal Federal para escapar da armadilha que lhe armou o Parlamento e da qual não apresentou ainda uma forma criativa de se desviar.
O ano que se inicia dirá como o governo resolverá, ou não, esse difícil dilema.
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