segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Milei assume a Argentina avisando: ‘No hay plata’, MEIO

 


“O fim da noite populista.” Assim Javier Milei se referiu na tarde de ontem, em discurso do balcão da Casa Rosada, a sua posse como presidente da Argentina. Além do tom combativo, seu governo começou com uma quebra de protocolo. Após assinar o termo de posse e receber a faixa presidencial de Alberto Fernández na manhã deste domingo, Milei não discursou no Congresso, como é de praxe. Em vez disso, deixou para falar do lado de fora da sede do Legislativo, onde milhares de apoiadores o aguardavam. Ali, não poupou críticas ao antecessor, dizendo que “nenhum governo recebeu uma gerência tão ruim” quanto a que Fernández lhe estava entregando. “O kirchnerismo, que em seu começo se gabava dos superávits, hoje nos deixa um déficit de 17% do PIB”, afirmou. Ele disse não haver alternativa a um choque econômico e repetiu: “No hay plata” (não há dinheiro). Entretando, Milei procurou dar tom otimista a sua fala. “Hoje começa uma nova era para a Argentina, hoje termina uma longa era de decadência e começamos a reconstrução do país”, disse. Confira os principais pontos do discurso. (Clarín)

A cerimônia teve momentos inusitados. Junto de sua assinatura, Milei escreveu no livro de presença do Congresso “Viva la libertad, carajo”, seu lema de campanha. Mesmo que na Argentina o termo seja menos forte que no Brasil, equivalendo a “caramba”, ainda foi algo inédito. Assim como o gesto obsceno com o qual a ex-vice-presidente Cristina Kirchner reagiu às vaias ao chegar ao Congresso para a posse do adversário político. (g1)

O aperto econômico vai ser anunciado às 8h de hoje pelo novo ministro da Economia, Luis Caputom. A julgar pelo que disse Javier Milei ao longo da campanha, a principal delas será a dolarização da economia como forma de enfrentar a inflação. O novo governo também pretende um reordenamento do Estado e uma redução de 15% nos gastos públicos, além de cortes de impostos e uma reforma trabalhista. (La Nacion)

Em seu primeiro ato como presidente, Milei reduziu de 18 para nove o número de ministérios, extinguindo pastas como Educação, Trabalho, Cultura e Meio Ambiente, que serão absorvidos por outros setores. (Globo)

O presidente Lula não compareceu à posse de Milei, mandando o chanceler Mauro Vieira representá-lo. Evitou uma saia justa. Convidado do novo presidente, Jair Bolsonaro foi ovacionado pelos apoiadores de Milei ao chegar à cerimônia. Em compensação, foi barrado, como conta o Painel, ao tentar se infiltrar na foto com chefes de Estado. (Metrópoles e Folha)

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Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, vão se encontrar na próxima quinta-feira, com a participação do presidente Lula, para discutir a crise sobre a região de Essequibo, que corresponde a 70% do território guianês e é reivindicada por Caracas. O encontro acontecerá na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, cujo primeiro-ministro, Ralph Gonsalves, também tem atuado como mediador da crise entre os dois países. Na manhã de sábado, Maduro conversou por telefone com Lula, que se disse preocupado com a situação e defendeu o diálogo. Horas depois, o venezuelano usou sua conta no X para suavizar o discurso e dizer que a Guiana deveria “sentar e conversar” sobre Essequibo. (g1)

Enquanto isso, o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que o reforço de tropas brasileiras em Roraima, que faz fronteira com os dois países, não é uma questão de “se meter em confusão com ninguém”, mas de preservar a segurança da fronteira. “Nosso papel na Defesa é ficar preparado para um incidente diplomático. Cuidamos das nossas fronteiras”, afirmou. (Poder360)

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Por conta dos combates entre Israel e o grupo terrorista Hamas e da quantidade insuficiente de ajuda humanitária, metade da população da Faixa de Gaza está passando fome. O alerta foi feito pelo vice-diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, Carl Skau, acrescentando que nove em cada dez habitantes do território palestino não tem garantido o acesso diário a alimentação. Já Israel diz que o esforço para eliminar o Hamas e resgatar todos os reféns tomados nos ataques de 7 de outubro vai continuar. (BBC)

Um porta-voz do Hamas fez ameaças neste fim de semana, dizendo em transmissão de TV que Israel “não receberá seus prisioneiros com vida sem uma troca” e sem atender às exigências da ‘resistência’, como o grupo terrorista se classifica. Estima-se que 137 israelenses ainda estejam em poder do Hamas. (Guardian)

Para ler com calma. Em setembro, semanas antes de os ataques do Hamas matarem 1.200 pessoas em Israel, David Barnea, chefe do Mossad, esteve no Catar, principal financiador do grupo islâmico, e deu sinal verde em nome do governo israelense para que o país árabe continuasse a mandar dinheiro para Gaza. A aposta de Tel Aviv era que o Hamas preferiria governar a lutar e ainda enfraqueceria a Autoridade Palestina na Cisjordânia. Erro fatal. (New York Times)

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O PT realizou neste sábado em Brasília sua conferência eleitoral e deixou explícitas as divergências entre a presidente da legenda, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Os dois participaram de um debate no qual ela defendeu o aumento de gastos públicos para aquecer a economia, mesmo com um déficit de até 2% do PIB. Haddad, que defende um déficit zero no ano que vem, respondeu que um rombo nas contas públicas não significa necessariamente uma economia aquecida. Mas Gleisi não está sozinha. O partido aprovou no evento uma resolução condenando “a ditadura do Banco Central independente” e o que chamou de “austericídio fiscal”. Mais cedo, a deputada já havia defendido o aumento de gastos como forma de manter a popularidade do presidente Lula. “Se a gente baixar a popularidade do presidente, esse Congresso engole a gente. Foi o que aconteceu com a Dilma”, afirmou. (Poder360)

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Um grupo de bolsonaristas protestou na tarde de ontem na Avenida Paulista contra a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O protesto, que ocupou um quarteirão, teve faixas contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes e xingamentos à primeira-dama Janja. Um ato aconteceu também em Brasília, mas com adesão ainda menor, especialmente por conta do calor de 30º C. Dino e Paulo Gonet, indicado à Procuradoria-Geral da República, serão sabatinados na quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. (Folha)

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Viver

A mina 18 da Braskem rompeu em Maceió (AL) neste domingo, confirmou a prefeitura. O desabamento aconteceu sob a lagoa Mundaú, numa área já desocupada (veja imagens de antes e depois). A empresa, por meio de monitoramento, identificou movimentos atípicos de água na lagoa e acionou autoridades. Não há informações sobre danos nem sobre o diâmetro da cratera. O afundamento do solo sobre as minas de sal-gema da Braskem, que já afeta cinco bairros da capital alagoana, acelerou, chegando a 0,54 cm por hora. Maceió está em estado de emergência. (Folha)

E o Senado vai instalar nesta terça-feira a CPI da Braskem. A sessão inaugural, que definirá a presidência dos trabalhos, e nomeará relator e vice-presidente, será dirigida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do pedido de abertura. A CPI vai investigar os impactos da extração de sal-gema pela companhia na capital alagoana. Por enquanto, nove dos 11 integrantes já foram indicados. (Terra)

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O presidente Lula enviou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o presidente do Incra, César Aldrighi, a Parauapebas (PA) a fim de acompanharem as investigações sobre um incêndio que matou nove pessoas e deixou 37 feridos em um assentamento do MST. Segundo os próprios integrantes do movimento, técnicos trabalhavam numa rede de internet perto do assentamento quando houve uma explosão, que atingiu dois barracos. As autoridades locais, porém, acreditam que pode haver mais vítimas. (g1)

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Os alertas de desmatamento no Cerrado bateram recorde em novembro, segundo dados do Inpe. Foram 572 km² afetados no mês passado, a pior marca para o mês desde que o sistema Deter começou a fazer as medições, em 2017. Já na Amazônia, os resultados são positivos, com 201 km² no último mês, o menor índice de alertas do Inpe desde 2015. (g1)

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Economia

Dezembro ainda não chegou à metade, mas sua semana mais importante começa hoje. Todas as atenções dos mercados, no Brasil e no exterior, estão voltadas para decisões sobre taxas de juros e índices macroeconômicos. Na terça-feira o IBGE divulgará o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, enquanto o Departamento de Trabalho dos EUA anunciará o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês). Os dois números devem balizar, em cada país, o debate sobre juros que acontece na quarta-feira. O Fed, Banco Central dos EUA, deve manter inalteradas as taxas, na faixa de 5,25% e 5,50% ao ano. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve reduzir em meio ponto a Selic, para 11,75%. E na quinta os bancos centrais de União Europeia, Reino Unido e México também anunciarão suas taxas de juros. (Valor)

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Para ler com calma. A União Europeia e a China estão prestes a entrar num conflito comercial por conta da tradição chinesa de subsidiar a capacidade excedente de um setor promissor. Com isso, o país vem assumindo a liderança em áreas antes dominadas por empresas europeias, como turbinas eólicas e energia solar. O foco agora são os carros elétricos, com a UE lançando uma investigação sobre os subsídios que Pequim concede para dar uma vantagem desleal a seus veículos. (Estadão)

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Os Estados Unidos criaram 199 mil vagas de emprego em novembro, segundo o departamento de estatísticas do país. O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma criação de 185 mil vagas no último mês. Enquanto isso, a taxa de desemprego desacelerou de 3,9% em outubro para 3,7% em novembro. O dado conhecido como payroll mostra que o mercado de trabalho americano continua resiliente. Segundo o governo, esse aumento foi puxado pela criação de vagas na área da saúde e no setor público. Também houve aumentos na manufatura, refletindo o retorno de trabalhadores de uma greve. O mercado tem monitorado o payroll em busca de pistas sobre as próximas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em relação à trajetória de juros. Em novembro, o Fed manteve inalteradas as taxas no país, no intervalo de 5,25% a 5,50%. (Bloomerg Línea)

Após a divulgação do payroll, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que sob sua gestão “os salários e a riqueza doméstica estão mais altos do que antes da pandemia". Entretanto, ele reconheceu que a inflação permanece muito elevada para muitos americanos. “Minha prioridade é reduzir os custos para os trabalhadores”, disse Biden, em comunicado. (InfoMoney)

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Os brasileiros retiraram mais de R$ 100 bilhões da Poupança em 2023. De janeiro a novembro, o saque líquido foi de R$ 101,59 bilhões, segundo o Banco Central (BC). O resgate líquido foi o segundo maior para o período da série histórica, iniciada em 1995. Só ficou na frente em 2022, quando os saques totalizaram R$ 109,5 bilhões. Em 2022, a Poupança teve saldo negativo recorde de R$ 103,2 bilhões. Historicamente, costuma ter entrada de recursos em dezembro em função do pagamento do 13º salário aos trabalhadores. Portanto, a expectativa é de que 2023 não ultrapasse o ano passado como o ano de maior retirada de recursos. O endividamento das famílias e a política monetária mais restritiva no país ajudam a explicar o aumento dos saques. (Poder360)

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