“O fim da noite populista.” Assim Javier Milei se referiu na tarde de ontem, em discurso do balcão da Casa Rosada, a sua posse como presidente da Argentina. Além do tom combativo, seu governo começou com uma quebra de protocolo. Após assinar o termo de posse e receber a faixa presidencial de Alberto Fernández na manhã deste domingo, Milei não discursou no Congresso, como é de praxe. Em vez disso, deixou para falar do lado de fora da sede do Legislativo, onde milhares de apoiadores o aguardavam. Ali, não poupou críticas ao antecessor, dizendo que “nenhum governo recebeu uma gerência tão ruim” quanto a que Fernández lhe estava entregando. “O kirchnerismo, que em seu começo se gabava dos superávits, hoje nos deixa um déficit de 17% do PIB”, afirmou. Ele disse não haver alternativa a um choque econômico e repetiu: “No hay plata” (não há dinheiro). Entretando, Milei procurou dar tom otimista a sua fala. “Hoje começa uma nova era para a Argentina, hoje termina uma longa era de decadência e começamos a reconstrução do país”, disse. Confira os principais pontos do discurso. (Clarín) A cerimônia teve momentos inusitados. Junto de sua assinatura, Milei escreveu no livro de presença do Congresso “Viva la libertad, carajo”, seu lema de campanha. Mesmo que na Argentina o termo seja menos forte que no Brasil, equivalendo a “caramba”, ainda foi algo inédito. Assim como o gesto obsceno com o qual a ex-vice-presidente Cristina Kirchner reagiu às vaias ao chegar ao Congresso para a posse do adversário político. (g1) O aperto econômico vai ser anunciado às 8h de hoje pelo novo ministro da Economia, Luis Caputom. A julgar pelo que disse Javier Milei ao longo da campanha, a principal delas será a dolarização da economia como forma de enfrentar a inflação. O novo governo também pretende um reordenamento do Estado e uma redução de 15% nos gastos públicos, além de cortes de impostos e uma reforma trabalhista. (La Nacion) Em seu primeiro ato como presidente, Milei reduziu de 18 para nove o número de ministérios, extinguindo pastas como Educação, Trabalho, Cultura e Meio Ambiente, que serão absorvidos por outros setores. (Globo) O presidente Lula não compareceu à posse de Milei, mandando o chanceler Mauro Vieira representá-lo. Evitou uma saia justa. Convidado do novo presidente, Jair Bolsonaro foi ovacionado pelos apoiadores de Milei ao chegar à cerimônia. Em compensação, foi barrado, como conta o Painel, ao tentar se infiltrar na foto com chefes de Estado. (Metrópoles e Folha) Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, vão se encontrar na próxima quinta-feira, com a participação do presidente Lula, para discutir a crise sobre a região de Essequibo, que corresponde a 70% do território guianês e é reivindicada por Caracas. O encontro acontecerá na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, cujo primeiro-ministro, Ralph Gonsalves, também tem atuado como mediador da crise entre os dois países. Na manhã de sábado, Maduro conversou por telefone com Lula, que se disse preocupado com a situação e defendeu o diálogo. Horas depois, o venezuelano usou sua conta no X para suavizar o discurso e dizer que a Guiana deveria “sentar e conversar” sobre Essequibo. (g1) Enquanto isso, o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que o reforço de tropas brasileiras em Roraima, que faz fronteira com os dois países, não é uma questão de “se meter em confusão com ninguém”, mas de preservar a segurança da fronteira. “Nosso papel na Defesa é ficar preparado para um incidente diplomático. Cuidamos das nossas fronteiras”, afirmou. (Poder360) Por conta dos combates entre Israel e o grupo terrorista Hamas e da quantidade insuficiente de ajuda humanitária, metade da população da Faixa de Gaza está passando fome. O alerta foi feito pelo vice-diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, Carl Skau, acrescentando que nove em cada dez habitantes do território palestino não tem garantido o acesso diário a alimentação. Já Israel diz que o esforço para eliminar o Hamas e resgatar todos os reféns tomados nos ataques de 7 de outubro vai continuar. (BBC) Um porta-voz do Hamas fez ameaças neste fim de semana, dizendo em transmissão de TV que Israel “não receberá seus prisioneiros com vida sem uma troca” e sem atender às exigências da ‘resistência’, como o grupo terrorista se classifica. Estima-se que 137 israelenses ainda estejam em poder do Hamas. (Guardian) Para ler com calma. Em setembro, semanas antes de os ataques do Hamas matarem 1.200 pessoas em Israel, David Barnea, chefe do Mossad, esteve no Catar, principal financiador do grupo islâmico, e deu sinal verde em nome do governo israelense para que o país árabe continuasse a mandar dinheiro para Gaza. A aposta de Tel Aviv era que o Hamas preferiria governar a lutar e ainda enfraqueceria a Autoridade Palestina na Cisjordânia. Erro fatal. (New York Times) O PT realizou neste sábado em Brasília sua conferência eleitoral e deixou explícitas as divergências entre a presidente da legenda, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Os dois participaram de um debate no qual ela defendeu o aumento de gastos públicos para aquecer a economia, mesmo com um déficit de até 2% do PIB. Haddad, que defende um déficit zero no ano que vem, respondeu que um rombo nas contas públicas não significa necessariamente uma economia aquecida. Mas Gleisi não está sozinha. O partido aprovou no evento uma resolução condenando “a ditadura do Banco Central independente” e o que chamou de “austericídio fiscal”. Mais cedo, a deputada já havia defendido o aumento de gastos como forma de manter a popularidade do presidente Lula. “Se a gente baixar a popularidade do presidente, esse Congresso engole a gente. Foi o que aconteceu com a Dilma”, afirmou. (Poder360) Um grupo de bolsonaristas protestou na tarde de ontem na Avenida Paulista contra a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O protesto, que ocupou um quarteirão, teve faixas contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes e xingamentos à primeira-dama Janja. Um ato aconteceu também em Brasília, mas com adesão ainda menor, especialmente por conta do calor de 30º C. Dino e Paulo Gonet, indicado à Procuradoria-Geral da República, serão sabatinados na quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. (Folha) Procura-se um relacionamento maduro
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário