Nesta segunda-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta segunda-feira (3), o início da primeira etapa das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), o primeiro projeto do Plano Anual de Contratações (PAC).
Essa porção da linha ferroviária tem como objetivo unir a cidade de Caetité, localizada no sudoeste do estado da Bahia, à cidade de Ilhéus, situada no sul do mesmo estado.
O trecho da ferrovia terá uma extensão de 537 quilômetros e passará por 19 municípios.
A responsabilidade pela execução das obras foi confiada à empresa Bahia Mineração (Bamin), que obteve a concessão da construção através de um leilão.
Embora o prazo para a conclusão dessa etapa seja até 2027, o presidente Lula solicitou aos empresários celeridade na entrega do empreendimento.
“Eu gostaria de fazer um apelo aos empresários: é necessário que vocês entreguem a ferrovia antes de 31 de dezembro de 2026. Se for preciso, trabalhem além do horário normal e até mesmo aos fins de semana para que possamos inaugurá-la o mais rápido possível. Caso contrário, corremos o risco de permitir que outra ‘coisa negativa’ retorne ao nosso país, e a ferrovia em questão fique paralisada novamente”, afirmou.
Além disso, Lula destacou que o país deixou de investir na formação de engenheiros especializados em ferrovias e na indústria ferroviária em si.
“O Brasil não produz mais trilhos. Na verdade, nem dormentes são fabricados aqui. Eu me recordo que criamos a maior fábrica de dormentes do mundo quando começamos a construir a Transnordestina, mas agora ela está inativa. Há 40 anos, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) produzia trilhos, mas hoje não produz mais”.
“É vergonhoso para um país do tamanho do Brasil, que deseja possuir uma extensa malha ferroviária para facilitar o transporte de sua riqueza, ter que importar trilhos de outros países. Temos uma quantidade significativa de minério de ferro e siderúrgicas em nosso território. Isso é um desafio para nós, pois o Brasil está importando trilhos quando poderia produzi-los internamente”.
Ferrovia de Integração Oeste-Leste
No total, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) será composta por três trechos, que somarão uma extensão total de 1,5 mil quilômetros.
A proposta é que a ferrovia conecte o futuro Porto de Ilhéus à cidade de Figueirópolis, no Tocantins, onde haverá a interligação com a Ferrovia Norte-Sul.
A infraestrutura em questão será utilizada para o escoamento de grandes quantidades de minério proveniente da região Sul da Bahia e de grãos oriundos da região oeste do país.
Em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o governo federal está em busca da concessão para os outros dois trechos da Fiol: a Fiol II, que ligará Caetité a Barreiras, cujas obras já estão em andamento, e a Fiol III, que vai de Barreiras a Figueirópolis, aguardando ainda a obtenção da licença de instalação.
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