quarta-feira, 12 de abril de 2023

Xi, a Ucrânia e o liberalismo, Deirdre Nansen McCloskey, FSP

 As três novas ideias sobre política nos tempos modernos são o liberalismo desde o século 18, o nacionalismo desde o início do século 19 e o socialismo desde o final do século 19. As três foram implementadas provisoriamente nos anos 1900. Todas permanecem vívidas nos anos 2000.

Liberalismo significa dar a cada adulto uma igualdade de permissão individual. Às esposas. Aos afro-brasileiros. Aos moradores das favelas. Nacionalismo e socialismo significam subordinar cada um desses adultos a uma concepção da vontade geral. Assim, Xi Jinping na China, Maduro na Venezuela e Bolsonaro no Brasil. O nacionalismo e o socialismo matam o liberalismo. O estatismo mata o adultismo.

Na outra semana, Xi estava cortejando "o sul global". Você sabe quem são. Índia, África do Sul e Brasil. Ele estava tentando fazer com que esses países, por motivos nacionalistas, se afastassem dos ucranianos. O sul global deve se afastar do campo de batalha central desta década pelo liberalismo. Bom para os tiranos iliberais.

A tática de Xi é despertar uma paixão egoisticamente nacionalista. O nacionalismo, claro, fortalece a tirania dele sobre os chineses. O literato inglês Samuel Johnson observou em 1775 que um falso patriotismo é "o último refúgio de um canalha". Um canalha como Xi o usa repetidamente. "Pobre China. Devemos resistir ao Ocidente. Uma imprensa livre? Eleição aberta? Não, são ideias ocidentais, não para o Reino do Meio."

É verdade que a finada dinastia Qing, como a finada dinastia Romanov na Rússia, falhou repetidamente em se modernizar completamente. Os chineses foram repetidamente humilhados. Até os amáveis missionários americanos chamavam os chineses de "nossos pequenos irmãos". Pequenos.

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No entanto, agora, à moda adulta, a humilhação deve ser deixada de lado. Sim, o Estado deve prevenir a força e a fraude por parte de cidadãos privados. Nada de barões das drogas. Mas, acima de tudo, o Estado não deve se envolver em força e fraude.

A força pública e a fraude têm nomes: socialismo e nacionalismo.


Cuidado, meus amados brasileiros, para não caírem na retórica nacionalista de Xi matando a liberdade. Você sabe como a retórica anti-ianque foi usada e, de maneira mais geral, o nacionalismo contra os estrangeiros e o socialismo contra o comércio.

Xi está tentando reanimar a aliança com a Índia e o Brasil como nações "não alinhadas", posicionando-se entre um Ocidente liberal imperfeito e um Oriente horrivelmente socialista.

Sou uma historiadora. Não quero que esqueçamos a história. Mas a história deve dar sabedoria aos adultos, não ferramentas aos tiranos.

Tradução de Luiz Roberto Gonçalves

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