Assim como o futebol e o Carnaval, o brigadeiro é uma instituição nacional. O docinho, campeão de todas as festinhas, foi criado no Brasil no final da Segunda Guerra Mundial.
Era quase impossível arranjar ingredientes para fazer sobremesas. Por isso, a ordem era improvisar. Alguém resolveu misturar leite condensado e chocolate, e acabou criando o doce.
Eu escrevi "alguém" porque há algumas diferentes versões sobre a criação do doce. São Paulo e Rio de Janeiro disputam essa primazia.
Quando foi que o doce ganhou o nome atual?
Ele foi batizado assim por causa do brigadeiro Eduardo Gomes, candidato à Presidência da República em 1945 e depois em 1950. Brigadeiro, no caso, é o nome de uma alta patente da Aeronáutica.
Durante a primeira campanha, a de 1945, um grupo de mulheres paulistanas começou a organizar festas para arrecadar fundos para o partido dele, a União Democrática Nacional (ou UDN). Vendiam docinhos de leite condensado e chocolate cobertos por uma camada fininha de açúcar. Ele passou a ser chamado de "preferido do brigadeiro" ou "docinho do brigadeiro", e depois apenas "brigadeiro".
Entre as mulheres, que votavam para presidente pela primeira vez no Brasil, o candidato-galã fazia tanto sucesso que ganhou até um slogan curioso: "Vote no Brigadeiro, que é bonito e é solteiro".
E ele acabou se casando?
Não. Eduardo Gomes morreu solteiro em 1981, aos 84 anos. Ele recebeu uma série de homenagens depois de sua morte. O aeroporto de Manaus tem seu nome e ele é o patrono da Força Aérea Brasileira. Estampou um selo em 1982.
Mas, afinal de contas, o brigadeiro ganhou a eleição?
Não. Eduardo Gomes perdeu as duas vezes. A primeira para Eurico Gaspar Dutra, e a segunda para Getúlio Vargas. Nós é que ganhamos o docinho.
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