Diante do impasse eleitoral no qual esbarram PT e PSB em São Paulo, tucanos, Márcio França (PSB) e mesmo aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm discutido planos de aproximação entre os três para as eleições de 2022.
No estado, o PT não abre mão de lançar Fernando Haddad, assim como França, líder do PSB, tem reafirmado que não desistirá de sua pré-candidatura.
Na segunda-feira (30), França, Rodrigo Maia (PSDB, secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Governo de SP) e Paulinho da Força, presidente do Solidariedade (que compõe a coligação petista) encarregado de tentar ampliar o arco de alianças de Lula até a centro-direita, se encontraram e discutiram formas para construir uma aliança capaz de aproximar Lula, França e Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
Segundo relatos, uma das fórmulas debatidas no encontro foi a de lançar França como candidato ao Senado na chapa de Garcia, com a liberdade para que o pessebista mantenha seu apoio a Lula no âmbito nacional.
Com isso, o atual governador se beneficiaria da saída de França da disputa e o ex-governador teria o apoio do PSDB no estado e de Lula nacionalmente.
De quebra, Lula e Garcia passariam por uma aproximação indireta em São Paulo, por meio de França, possivelmente tornando o cenário mais difícil para o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Para o entorno de França, no entanto, a equação é muito mais vantajosa para Garcia do que para o pessebista. O tucano se livraria de um concorrente na disputa pelo governo e França ganharia em troca somente o apoio do atual governador numa candidatura ao Senado.
Ainda que considerem uma negociação difícil de ser concretizada nesses termos, eles dizem que não custa nada conversar em um contexto em que as tratativas com o PT estacionaram.
França diz ao Painel que, se Garcia estiver disposto a optar por Lula, acredita que o movimento será "útil para ele próprio e para o país."
"Sempre estou disposto pelo Brasil. Pro Brasilian Fiant Eximia [pelo Brasil façam-se grandes coisas]. Um governador de São Paulo é sempre um agente político importante. Suas decisões têm repercussão. João Doria já é um passado triste a ser esquecido. Na barca da Democracia cabe sempre mais um", continua França.
O pessebista diz, no entanto, não acreditar que Garcia esteja preparado para essa decisão.
"Decisões assim, fortes, como fez Alckmin, são pra protagonistas. É hora de separar os homens dos meninos", conclui.
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