terça-feira, 2 de julho de 2024

Presidente do conselho da Sabesp deixou cargo há 7 meses na Equatorial, única interessada na privatização, FSP

 

SÃO PAULO

A presidente do conselho de administração da Sabesp, Karla Bertocco, ocupava, até dezembro de 2023, um cargo no conselho da Equatorial, empresa que foi a única interessada em virar acionista de referência da companhia de saneamento de São Paulo.

Outros interessados em participar da privatização desistiram ao longo do processo após limitações e regras estipuladas pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que a presença de Bertocco nos conselhos das duas empresas, que viriam a mostrar interesses convergentes, não é ilegal, mas é inadequada. A dupla atuação também abriu margem para executivos questionarem sobre possíveis conflitos de interesses.

Pessoas familiarizadas com o tema, no entanto, descartam que Bertocco tenha direcionado o processo de privatização, afirmando que a Equatorial tem governança sólida e que é qualificada para ser acionista de referência da Sabesp.

A imagem mostra uma mulher de cabelos castanhos e ondulados segurando um microfone enquanto fala. Ela está vestida com um blazer preto e uma blusa vermelha. Ao fundo, há um painel com linhas curvas em tons de azul e dourado.
A presidente do conselho de administração da Sabesp, Karla Bertocco, que até dezembro de 2023 também ocupava cargo no conselho da Equatorial, empresa que foi a única interessada em virar acionista de referência na privatização da Sabesp - Reprodução /Rádio Bandeirantes

Em nota, a gestão Tarcísio afirmou que Bertocco pediu desligamento da Equatorial meses antes de o diálogo com grupos interessados na privatização começar. Disse também que o conselho da companhia não participou das decisões sobre modelagem.

PUBLICIDADE

A Sabesp afirmou que a atuação da executiva na Equatorial acabou em período anterior ao início da modelagem da privatização e que, quando foi eleita para o conselho da Sabesp, não havia qualquer vedação para a prática na Lei das Estatais, na Lei das SA e no Código de Conduta e Integridade da Sabesp.

Já a Equatorial disse que o setor de saneamento tem sido avaliado pela empresa há alguns anos e que o trabalho então desempenhado por Bertocco sempre esteve alinhado com as melhores práticas de governança e do mercado, sem qualquer atuação em potencial conflito de interesse.

Bertocco integrava o conselho de administração da Equatorial desde julho de 2022, quando assumiu a vaga deixada pelo CEO Augusto Miranda, que renunciou ao cargo mas permaneceu na presidência executiva do grupo.

Pouco menos de um ano depois, em maio de 2023, foi eleita presidente do conselho de administração da Sabesp, passando a acumular as duas funções. A executiva ainda é sócia da gestora de fundos Mauá Capital e membro do conselho da Orizon Valorização de Resíduos —cargos que já tinha na época e mantém hoje.

A saída da administração da Equatorial só veio em 29 de dezembro do ano passado, quando Bertocco enviou uma carta de renúncia ao conselho, 23 dias após a privatização da Sabesp ser aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Executivos familiarizados com a privatização da Sabesp e que já trabalharam com Bertocco falaram à Folha, sob condição de anonimato, que o movimento entre conselhos das duas empresas é, no mínimo, questionável.

Um deles estranhou, por exemplo, a discrepância de remunerações. Ao sair da Equatorial, ela abriu mão de receber cerca de R$ 1,02 milhão por ano, enquanto na Sabesp o salário médio de um conselheiro fica na casa dos R$ 160 mil anuais.

Outro ponto, na avaliação desses executivos, é a influência que Bertocco teria na modelagem da privatização da companhia. Embora o Governo de São Paulo afirme que o conselho da Sabesp não participou das decisões, a executiva constava como convidada das reuniões do CDPED (Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização), onde as deliberações eram feitas.

Maior empresa de saneamento da América Latina e considerada o "filé mignon" do setor, a Sabesp já teve uma lista extensa de interessados em virar acionista de referência —uma espécie de sócio estratégico do governo e que terá 15% do capital da companhia, além de peso relevante na administração.

No entanto, regras estabelecidas pelo governo e limitações impostas ao papel de sócio estratégico foram afastando interessados ao longo do processo.

Cláusulas como a "poison pill", que impede que um sócio se torne majoritário por meio de uma oferta hostil, foram apontadas como alguns dos motivos para Aegea e IG4 Capital desistirem da disputa, por exemplo. Também ficaram pelo caminho nomes como Votorantim, Veolia, Cosan e J&F.

Além disso, restrições para participar de outras concessões de saneamento e o chamado "right to match" —regra que na prática favorecia o grupo favorito do mercado— teriam deixado a Aegea desconfortável, num momento em que ela já era apontada como a finalista.

No fim das contas, a Equatorial foi a única a apresentar proposta para acionista de referência, oferecendo R$ 67 por ação para arrematar os 15% da companhia.

Um executivo classificou a oferta como "o melhor negócio da história" para a Equatorial, que vai pagar cerca de R$ 10 reais a menos por ação do que o atual valor de mercado, que fechou esta segunda (1º) em R$ 78,30.

Na última sexta, Tarcísio buscou minimizar a falta de concorrência e disse ser "comum em uma oferta que vários investidores se manifestem e acabem desistindo".

A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, também disse que os preços do acionista de referência e de mercado não são comparáveis, dado a responsabilidade e restrições que o sócio estratégico terá na Sabesp.

Mesmo considerando questionável, alguns executivos que falaram à Folha descartam a chance de Bertocco ter influenciado o processo, e elogiam a trajetória dela no setor.

Uma pessoa com conhecimento sobre os detalhes da privatização disse que a saída da Aegea foi melhor para o futuro da Sabesp e para o setor como um todo.

A empresa, maior companhia privada de saneamento básico no Brasil, acabaria se tornando uma gigante, com o risco de concentrar as operações no país. No entanto, ele afasta qualquer hipótese de direcionamento para favorecer ou prejudicar grupos interessados.

Segundo este executivo, as regras estabelecidas são condizentes com o objetivo inicial declarado por Tarcísio, de privatizar sem ceder o controle da companhia.

Embora as limitações tenham deixado os oponentes da Equatorial desconfortáveis, ele acredita que a falta de concorrência foi o preço pago pelo governo ao não abrir mão dos critérios definidos desde o início.

PARTICIPAÇÃO DE EXECUTIVOS EM CONSELHOS DIFERENTES NÃO É CONSIDERADA BOA PRÁTICA

Renato Chaves, consultor e especialista em governança corporativa, diz ser contra a prática de acumular cargos em conselhos diferentes, independentemente da companhia e do contexto.

Segundo ele, os executivos deveriam ter dedicação exclusiva à empresa. No caso de organizações do mesmo setor, o ideal seria se declarar impedido e não aceitar o cargo.

Embora não haja regra proibindo, ele ressalta que participar de conselhos diferentes é uma prática inadequada.

"Eu entendo que esse profissional está roubando tempo. Se eu sou acionista de uma empresa, eu estou abrindo mão da minha rentabilidade, dos meus dividendos, para contratar esse profissional. Então, é um absurdo que ele roube tempo da minha empresa, onde eu invisto, para se dedicar a outra empresa", afirma.

Chaves diz que acúmulo de cargos em conselhos não é comum, mas acontece. Ele explica que a função do conselheiro está ligada ao futuro da companhia.

"É o conselheiro que vai traçar estratégias de médio e longo prazos e entregar na mão do executivo", diz. "O conselho é soberano, está acima dos executivos, tanto para estratégia como para efetivamente autorizar gastos", acrescenta.

LEIA OS POSICIONAMENTOS NA ÍNTEGRA

Governo de São Paulo

A atual presidente do Conselho de Administração da Sabesp, Karla Bertocco, solicitou desligamento do conselho de administração da Equatorial em dezembro de 2023, mesmo mês em que foi aprovada pela Assembleia a lei que autorizou o início do processo de desestatização da Sabesp. A modelagem da oferta começou a ser validada em abril de 2024, quando foi iniciado o diálogo com prováveis investidores.

Também é importante ressaltar que se trata de uma oferta de ações secundária - estão sendo oferecidas apenas ações pertencentes ao Governo de São Paulo - e que, neste caso, o conselho de administração da Sabesp não tem qualquer participação nas decisões relacionadas ao processo.

Sabesp

A presidente do Conselho de Administração da Sabesp, Karla Bertocco, ja teve atuação como membro em outros conselhos de administração de outras companhias abertas, como Corsan, Equatorial e Orizon. No caso da Equatorial, esclarecemos que sua atuação como membro independente encerrou-se em período anterior ao início da modelagem da oferta pública da Sabesp. Alem disso, a informação sobre a sua participação em demais cargos de administração é pública desde sua eleição para presidente do Conselho da Sabesp em 2023. Destacamos que não havia, na ocasião, qualquer vedação a essa participação em outros conselhos, nem pela Lei das Estatais ou pela Lei das SA, nem pelo Código de Conduta e Integridade da Sabesp.

Equatorial

Registramos que o setor de saneamento tem sido avaliado pela Equatorial desde a edição do novo marco do saneamento, motivando a participação em diversos leilões públicos, inclusive o que culminou com a aquisição da concessão de saneamento no Estado do Amapá, em 2021.

Nesse contexto, o trabalho então desempenhado pela Conselheira Independente, Sra. Karla Bertocco, a partir de 2022, no âmbito do Conselho de Administração da Equatorial, sempre esteve alinhado com as melhores práticas de governança da Companhia e do mercado, sem qualquer atuação em potencial conflito de interesse, cabendo ressaltar que a mesma renunciou ao cargo no conselho da Equatorial, em dezembro de 2023, muito antes da definição das regras do processo de desestatização da Sabesp, ocorrida através de oferta secundária de ações do estado na B3.

Vale ressaltar que o Grupo Equatorial adota os mais altos padrões de governança corporativa exigidos pelo Novo Mercado e mantém um trabalho constante de adaptação e avanço contínuo, tendo consolidado, ao longo de 2022 e 2023, políticas e regimentos importantes para fortalecer os níveis de segurança e confiabilidade de sua gestão. O Grupo segue rigidamente um Código de Ética, que disciplina toda a conduta das empresas no Brasil e de seus executivos, em todos os seus negócios e relacionamentos.

Lewandowski convida idealizador de política de descriminalização de drogas em Portugal para vir ao Brasil, FSP

 

BRASÍLIA

O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) esteve nesta segunda-feira (1°) com o médico João Goulão, considerado um dos principais idealizadores do modelo português de descriminalização das drogas, em 2001. Em Portugal, ele afirmou que a política portuguesa pode servir de modelo ao Brasil e o convidou para vir ao Brasil.

O ministro pediu o encontro para conhecer o sistema português. A reunião acontece uma semana depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional debaterem o tema.

ACOMPANHE TUDO QUE ACONTECE EM BRASÍLIA NESTA SEGUNDA (1)

A corte decidiu a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e definir 40 gramas como a quantidade para diferenciar usuário de traficante.

Na sequência da decisão, o Congresso reagiu. O presidente do SenadoRodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que respeita o entendimento do STF, mas chamou a medida de inusitada e disse que ela cria um vácuo e uma distorção jurídica.

Também no mesmo dia da sessão do Supremo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), oficializou a criação da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará a PEC (proposta de emenda à Constituição) das Drogas. O colegiado terá maioria de parlamentares da centro-direita na composição.

Em Lisboa, Lewandowski disse que o Brasil pode se inspirar na política de descriminalização das drogas adotada pelo país. Segundo ele, o Executivo está focado em desenvolver um programa educacional.

"Nós, no Poder Executivo, não estamos entrando nessa disputa que se trava entre STF e Congresso Nacional. O Congresso, que é a sede da soberania popular, vai decidir definitivamente sobre a questão", disse o ministro.

Goulão é diretor do Sicad (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências), órgão que recebe usuários flagrados com pequenas quantidades de substâncias.

A legislação portuguesa considera a situação como um ilícito administrativo e os usuários são tratados como doentes ao invés de criminosos.

Segundo Lewandowski, a política sobre drogas de Portugal tem dado grandes resultados e diminuiu, por exemplo, os crimes relacionados ao uso e as doenças ligadas ao consumo de entorpecentes, como a hepatite e a tuberculose.

"É um programa que pode, eventualmente, inspirar outros países e, especialmente, o Brasil, que neste momento está discutindo a diferenciação entre usuário e traficante de drogas", disse o ministro.

Ele também afirmou que o foco do governo brasileiro é realizar ações do ponto de vista educacional, além do desenvolvimento do Programa Nacional de Prevenção às Drogas nas Escolas.

Na última quinta (26), Lewandowski já havia defendido a decisão do STF. Após anúncios de programas para fortalecer a política sobre drogas, ele disse que há uma diferenciação "injusta" em relação ao usuário e o traficante.

"O Judiciário todo e o Supremo percebeu que quando se trata de cor negra, da periferia, preso em flagrante com drogas é considerado traficante. Quando se trata de alguém de cor branca, de classe média ou alta é considerada usuário", disse.

Câmara vota pacote que destrava novos prédios nas marginais, Berrini e outras áreas de SP, FSP

 

SÃO PAULO

O surgimento de novos prédios em áreas valorizadas da cidade de São Paulo ou com potencial interesse para expansão imobiliária deverá ganhar ritmo mais acelerado a partir de decisões a serem tomadas nesta terça-feira (2) pelos vereadores paulistanos.

Além de realizar uma minirrevisão da Lei de Zoneamento –que já tinha passado por revisão há seis meses na Casa–, a Câmara fará alterações para destravar planos urbanos para grande parte do centro expandido, entornos das avenidas Luís Carlos Berrini e Faria Lima, além de uma enorme área que contorna do trecho mais ao sul do rio Pinheiros.

Ainda haverá debate sobre a alteração do quadro de parques previstos pelo Plano Diretor para a criação do parque do Rio Bixiga (centro) e do parque do Clube Banespa (zona sul).

Rio ao centro, com duas vias para circulação de carros nas laterais. À direita há árvores e, à esquerda, prédios
Marginal do rio Pinheiros, alvo de projetos de estímulos ao mercado imobiliário em discussão na Câmara de São Paulo - Eduardo Knapp - 2.fev.2023/Folhapress

É significativa a importância do que está em jogo porque envolve as principais regras para a ocupação do solo paulistano. Acrescenta-se a isso o fato de que emendas de vereadores, se aprovadas, podem alterar quaisquer pontos das leis em discussão, a começar pelo Plano Diretor.

Esse planejamento indica como a cidade deve crescer. O Plano Diretor de São Paulo existe desde 2014, tem validade até 2029, e foi revisado em 2023. A principal alteração realizada no ano passado foi a permissão para que construtoras façam prédios maiores em terrenos próximos a estações de metrô, trens ou corredores de ônibus.

Subordinada ao Plano Diretor está a Lei de Zoneamento, que diz exatamente o que pode ou existir em cada quadra da cidade. Mas há territórios em que o plano determina regras específicas e elas se sobrepõem ao zoneamento. São as áreas de operações ou intervenções urbanas. Portanto, em um único dia, o último dia antes do início do recesso parlamentar, a Câmara passará por todos esses assuntos.

Existem duas grandes questões técnicas envolvendo tamanha mobilização da pauta urbanística da cidade, segundo o vereador Rodrigo Goulart (PSD), relator dos projetos, e integrantes da gestão Ricardo Nunes (MDB) consultados pela Folha.

PUBLICIDADE

A primeira delas é aumentar os estímulos ao mercado imobiliário nas operações e planos de intervenções urbanos aprovados antes das revisões do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento. Alguns desses planejamentos regionais foram definidos há mais de duas décadas, mas despertaram interesse do mercado e perderam ainda mais competitividade quando comparados aos benefícios para empreendimentos nos eixos de transporte, conhecidos pela sigla ZEU (Zona Eixo de Estruturação Urbana).

Os novos textos permitem que se aplique às operações os mesmos parâmetros utilizados nas ZEUs, que além de permitir mais metros quadrados construídos em relação ao terreno, não impõem altura máxima aos edifícios. Isso poderá destravar empreendimentos em poucos trechos ainda não desenvolvidos na Operação Urbana Faria Lima e, principalmente, na Operação Urbana Água Espraiada, onde houve forte concentração de empreendimentos no entorno da Berrini, mas desprezo do mercado por diversas áreas no entorno da avenida Jornalista Roberto Marinho.

O segundo grande objetivo do pacotão urbanístico em votação é corrigir erros de redação que emperravam o desenvolvimento imobiliário em locais já previstos, seja pelos planos ou pelo zoneamento.

Um desses ajustes deverá liberar obras viárias e, principalmente, a cobrança da taxa de construção (outorga) na PIU (Projeto de Intervenção Urbana) Arco Jurubatuba, uma enorme mancha territorial que corta diagonalmente a zona sul desde as bordas do município de Taboão da Serra, avança por sobre o rio Pinheiros na altura da ponte João Dias, chegando até perto da represa Billings.

Sem a definição da outorga para cada trecho do PIU, o mercado simplesmente não consegue aprovar projetos na região, explicou um especialista do setor de urbanismo da gestão municipal.

Durante audiência pública sobre o PIU Jurubatuba, nesta segunda (1º), diversos moradores de comunidades que estão na rota de obras do projeto manifestaram preocupação com a possibilidade de remoções de ao menos 3 mil famílias para a construção de um parque linear próximo à estação metroviária Vila das Belezas.

Já na minirrevisão da Lei de Zoneamento, os territórios nas várzeas dos grandes rios da cidade –muitos deles próximos às intervenções urbanas em debate– devem ganhar outro dispositivo que favorece a construção de prédios.

O novo texto permitirá a construção de edifícios com garagens em solo com perigo de afundamento se o responsável pelo empreendimento apresentar soluções técnicas para o rebaixamento do lençol freático.

Patrícia Sepe, geóloga do setor de urbanismo da prefeitura, participou de uma das audiências públicas sobre o tema e afirmou que soluções de engenharia não eliminam riscos por completo.

A oposição à Nunes na Câmara critica a discussão do pacote urbanístico no último dia antes do recesso que antecede a campanha eleitoral.

"Esse pacote urbanístico, que passará pela segunda e definitiva votação em um dia, a um mês antes do início oficial da campanha eleitoral [para prefeito e vereadores], faz concessões ao mercado imobiliário", disse a vereadora Dafne Sena, da Bancada Feminista do PSOL.

A maior parte das intervenções urbanas sob análise do Legislativo partiu da gestão Nunes. Segundo o secretário Municipal da Casa Civil, Fabrício Cobra Arbex, são adequações em relação ao Plano Diretor e à Lei de Zoneamento importantes para a requalificação de áreas em processo de degradação, em especial a região central.

Uma das pautas da prefeitura é a alteração do PIU Setor Central para a construção de uma esplanada ligando quatro viadutos do bairro Liberdade que passam por sobre a avenida Radial Leste. O local contará com prédios para atividades voltadas ao público, mas como a área não tem zoneamento, porque ainda não existe, a alteração no projeto se fez necessária para a construção, explicou um técnico da prefeitura.