segunda-feira, 2 de julho de 2018

Tereos e VLI anunciam investimento de R$ 200 milhões em infraestrutura logística de ponta para exportação de açúcar 27/06/2018 - Tereos/VLI, RF


Hoje, a Tereos e a VLI anunciam um investimento conjunto para a construção de dois armazéns de açúcar no estado de São Paulo e a assinatura de um contrato de longo prazo para o transporte de 1 milhão de toneladas de açúcar bruto por ano. Os armazéns serão instalados dentro do sistema ferroviário da VLI, que começa no interior de São Paulo e termina no Porto de Santos. Durante este ano fiscal e o próximo, a Tereos investirá um total de R$ 145 milhões. A VLI também aportará R$ 60 milhões em dois anos.
Por meio desta parceria, a Tereos, segunda maior produtora de açúcar do mundo, assegura infraestrutura logística para o escoamento, do interior do estado até o porto, da sua atual produção própria de açúcar bruto e vendas originadas por trading – garantindo a expectativa de crescimento destas operações.
A VLI, operadora logística que integra ferrovias, terminais intermodais e portos, oferece soluções para o agronegócio, siderurgia e produtos industrializados no Brasil e é uma das maiores empresas ferroviárias do país. Seu principal mercado é o agronegócio, respondendo por quase 50% do total das cargas transportadas. Com este acordo, a empresa unirá a sua experiência e conhecimento em transportes de cargas em grande escala à sólida e duradoura posição do Grupo Tereos no Brasil.
A parceria prevê um acordo comercial para transporte ferroviário de açúcar bruto com destino à exportação. As cargas partem do terminal intermodal da VLI na cidade de Guará, no Noroeste de São Paulo, próximo ao polo de produção da Tereos, e seguem pelos trilhos até o Tiplam, terminal portuário da VLI em Santos. De 2013 a 2017, o açúcar transportado pela VLI nessa mesma rota dobrou (passando de 2,3 milhões de toneladas para 4,6 milhões de toneladas), impulsionado pela operação desses terminais.
Para viabilizar o acordo, a Tereos e a VLI investirão na construção de um armazém de açúcar bruto em Guará, com capacidade de armazenamento de 80.000 toneladas, e outro em Tiplam, com capacidade de armazenamento de 114.000 toneladas, que serão operados pela VLI.
O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com uma participação de mercado próxima a 50% das exportações mundiais. O investimento anunciado, em um mercado-chave para o açúcar como o Brasil, oferece uma sólida plataforma de entrada para a Tereos no segmento logístico brasileiro, um passo importante para aprimorar os negócios de açúcar bruto. Durante o último ano fiscal, a Tereos Commodities comercializou cerca de 1,4 milhão de toneladas de açúcar no mundo, um aumento de cerca de 40% em relação ao ano anterior.
Para Alexis Duval, diretor-presidente da Tereos, este investimento reforça a importância de se investir em logística no Brasil e a relevância da divisão brasileira de açúcar para o Grupo. “É uma grande oportunidade para a Tereos ter uma parceria de longo prazo com uma empresa líder em logística com um sistema integrado de última geração. Este investimento fortalecerá a presença da Tereos no Brasil”, afirma.
Segundo Marcello Spinelli, diretor-presidente da VLI, a empresa tem como principal compromisso transformar a logística no Brasil, sempre compartilhando valor com seus parceiros. “O anúncio com a Tereos enfatiza nossa missão de oferecer soluções logísticas integradas ao negócio de nossos clientes, e a VLI tem a estrutura ideal para este acordo estratégico: investimos mais de R$ 9 bilhões em 2013 em um sistema integrado de logística, interligando ferrovias, terminais e portos. O fato de termos dobrado o volume de transporte de açúcar nos últimos anos é um grande resultado destes investimentos”, explica.

Acidente com bois reacende polêmica de embarque de animais vivos em SP, Globo Rural

A queda de um boi no mar após embarque num navio com 5 mil animais que zarpava do Porto de São Sebastião, na última quinta-feira (14/6), reacendeu a discussão sobre o embarque de animais vivos para exportação. No acidente mais recente, o animal foi resgatado por um veleiro na Praia das Cigarras, após ficar cerca de seis horas na água. A distância do porto para a praia é de aproximadamente 10 quilômetros.
Após o resgate, executado pela Defesa Civil de São Sebastião e pela Transcopa, empresa responsável pela carga de animais vivos do navio, o boi voltou para a embarcação, chamado Aldelta. Segundo a Companhia Docas de São Sebastião, responsável pelo porto, um veterinário a bordo do navio avaliou que o animal estava em boas condições e podia seguir viagem.
“O boi estava muito cansado. Ele nadou por seis horas na água gelada da madrugada, e em uma noite de ressaca, com altas ondas no mar”, disse Rodrigo Polacow, ambientalista que mora próximo à Praia das Cigarras. Ele acompanhou e registrou o resgate do animal. “Sinceramente, não vejo como um veterinário poderia julgar que um boi exausto estava em boas condições”, disse. A operação envolveu um caminhão com um guindaste na traseira para puxar o boi para o veículo.
boi-são sebastião-porto (Foto: Rodrigo Polacow)
Na última segunda-feira (18/6), quatro dias após o acidente, o governador de São Paulo, Márcio França, manifestou-se nas redes sociais apoiando o projeto de lei 31/2018, do deputado Feliciano Filho. Apresentado em fevereiro, o texto sugere proibir “o embarque de animais vivos no transporte marítimo e/ou fluvial, com a finalidade de abate para o consumo, no Estado” de São Paulo. O governador garantiu que sancionará a lei assim que o PL 31/2018 for aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). França não citou o acidente do dia 14 em sua postagem.
São Paulo é um dos poucos estados brasileiros que exportam animais vivos. Outros terminais, no Pará e Rio Grande do Sul, também praticam esta operação.
A declaração do governador gerou resposta da Sociedade Rural Brasileira (SRB), que divulgou nesta terça-feira (19/6) uma nota de repúdio, assinada também por outras seis entidades ligadas à pecuária. “A medida vai contra o setor agropecuário e o desenvolvimento econômico do Brasil”, diz o comunicado, que também explica que “a exportação de animais vivos no País já é regulamentada em âmbito federal, respeitando normas da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)”.
boi-são sebastião-porto (Foto: Rodrigo Polacow)
Entenda o caso
Desde fevereiro, o embarque de animais vivos para exportação tem sido tema de discussões entre políticos, representantes do agronegócio, ambientalistas e entidades protetoras dos animais. A polêmica começou quando o navio Nada, com 20 mil bois com destino à Turquia, foi impedido de zarpar, após a intervenção de ativistas, que alegavam maus-tratos aos animais, e uma liminar judicial que determinava o desembarque dos bois.
O navio ficou uma semana retido no porto e, além dos transtornos logísticos causados, o odor das fezes acumuladas dos animais incomodou os habitantes da cidade de Santos. O Nada partiu no dia 5 de fevereiro, após determinação da Justiça Federal. No dia 9, o deputado estadual Feliciano Filho apresentou o projeto de lei que atualmente está em tramitação.
Em abril, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), sancionou uma lei municipal que proibia o transporte de animais vivos nas áreas urbanas e de expansão urbana. Na prática, a determinação inviabilizava o acesso ao cais, impedindo o embarque e a exportação.
Após ação movida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que questionava a lei e a considerava inconstitucional, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a decisão e o trânsito de animais voltou a ser realizado na cidade no final de abril.
No dia 8 de junho, dois bois caíram do navio FM Spiridon, no Porto de São Sebastião. Segundo a administração do porto, os animais foram prontamente resgatados, e, após avaliação, seguiram viagem no navio, com capacidade para 5 mil animais.
Procurada pela reportagem, a Transcopa preferiu não se manifestar sobre o caso mais recente do boi que apareceu na praia.

SRB estuda ação judicial contra proibição ao controle de javalis em São Paulo, OESP

Projeto de Lei sancionado nesta quinta-feira pelo governador Márcio França desconsidera os riscos à saúde pública, ao meio ambiente e à atividade agropecuária causado por espécies invasoras como os Javalis
A decisão do governador de São Paulo, Márcio França, de sancionar nesta quinta-feira o Projeto de Lei 299/2018, que impossibilita a caça de javalis como forma de manejo, representa uma grande ameaça econômica e ambiental ao Estado. A medida também coloca em risco o planejamento do Brasil de prevenir e erradicar a febre aftosa no País. A entidade repudia a decisão do governador e lamenta que representantes do poder legislativo cedam a pressões ideológicas de grupos sem compromisso com a realidade do setor e com os anseios da sociedade.
De autoria do deputado Roberto Trípoli (PV), o PL determina que o controle populacional, manejo ou erradicação de espécie declarada nociva ou invasora não poderão mais ser realizados por pessoas físicas ou jurídicas não governamentais através da caça. A iniciativa inviabiliza o controle da população de javalis, espécie de porco selvagem considerada invasora no Brasil, responsável por grande desequilíbrio ambiental e transmissora da febre aftosa. A SRB já alertava sobre os riscos do projeto desde a sua aprovação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no dia 22 de maio deste ano.  
Os javalis são espécies exóticas, ou seja, que não pertencem à fauna brasileira. A SRB alerta que, sem um predador natural ou uma estratégia de manejo, os animais são capazes de se multiplicar de forma exponencial e ainda atacar animais silvestres, destruir espécies da flora, assorear nascentes e rios, danificar o solo, prejudicar lavouras e ainda ameaçar a saúde e a segurança de pessoas. Segundo levantamento feito pela equipe da SRB, estima-se que no Estado de São Paulo existam mais de 500 mil animais asselvajados. “A presença dessas espécies representa um risco sanitário sério”, diz Marcelo Vieira, presidente da SRB. Além da possibilidade de um novo surto de febre aftosa no País, o javali pode transmitir outras doenças, como peste suína, brucelose e tuberculose.
Um estudo realizado pelo Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) em 2015 constatou que os javalis estão presentes em 472 municípios brasileiros. Calcula-se que, em algumas regiões, agricultores perdem de 30% a 60% das lavouras a cada safra em razão dos ataques, que também atingem rebanhos. “Os prejuízos inviabilizam várias culturas agrícolas e trazem um risco sanitário extremamente grave para nosso país”, diz Vieira.
A caça, única ferramenta disponível hoje para o manejo do javali, é regulamentada pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ibama. Nestes casos, o manejo da espécie visa controlar a população de javalis, protegendo a fauna e flora, bem com as lavouras afetadas. A SRB enfatiza que o abate não deve ser feito com armadilhas venenosas ou qualquer método que cause sofrimento ao animal. Para a caça com arma de fogo, é necessário se inscrever no Cadastro Técnico Federal (CTF) e prestar contas com o envio do Relatório de Manejo de Javalis trimestralmente para o Sistema Ambiental Paulista (SMA). Os manejos ocorridos em Unidade de Conservação são feitos apenas após autorização das autoridades competentes.
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Fonte: SRB