quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Navegação na hidrovia Tietê-Paraná é reativada, Portal SP


Trecho que estava com navegação interrompida desde maio de 2014 é reaberto para a passagem de embarcações
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    Retomada da navegação representa a geração de empregos e contribui para a redução de custos das produções
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    Trecho que estava com navegação interrompida desde maio de 2014
    Trecho que estava com navegação interrompida desde maio de 2014
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    Hidrovia beneficia diretamente os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná
    Hidrovia beneficia diretamente os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná
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    Governador durante reabertura da hidrovia
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    Hidrovia oferece vantagens logísticas ao contribuir para reduzir o tráfego nas estradas
    Hidrovia oferece vantagens logísticas ao contribuir para reduzir o tráfego nas estradas
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    A navegação no trecho será reativada com o calado de 2,80 metros
    A navegação no trecho será reativada com o calado de 2,80 metros
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    A Hidrovia Tietê-Paraná ocupa importante papel no escoamento de cargas, além de ser um dos principais corredores de exportação do país
    A Hidrovia Tietê-Paraná ocupa importante papel no escoamento de cargas, além de ser um dos principais corredores de exportação do país
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     De acordo com o governador, reabertura da hidrovia é fundamental para o país e para o desenvolvimento brasileiro
    De acordo com o governador, reabertura da hidrovia é fundamental para o país e para o desenvolvimento brasileiro
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    O ponto estava interrompido em decorrência do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira
    O ponto estava interrompido em decorrência do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira
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     Governador durante discurso de reabertura
    Governador durante discurso de reabertura
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    Governador em passeio durante retomada das navegações
    Governador em passeio durante retomada das navegações
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    O Governo do Estado de São Paulo gerenciou as águas dos reservatórios localizados nos rios Tietê, Grande e Paranaíba
    O Governo do Estado de São Paulo gerenciou as águas dos reservatórios localizados nos rios Tietê, Grande e Paranaíba
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    O Departamento Hidroviário reabriu a hidrovia antes mesmo da previsão inicial, que era fevereiro deste ano
    O Departamento Hidroviário reabriu a hidrovia antes mesmo da previsão inicial, que era fevereiro deste ano
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    Governador durante coletiva de reabertura de hidrovia
    Governador durante coletiva de reabertura de hidrovia
A navegação na Hidrovia Tietê-Paraná, no trecho entre o km 99,5 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava, está reativada. A retomada das navegações aconteceu nesta quarta-feira (27) com a presença do governador Geraldo Alckmin. A hidrovia beneficia diretamente os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

A retomada da navegação representa a geração de empregos e contribui para a redução de custos das produções, já que esse tipo de transporte apresenta custos operacionais inferiores a outros modais. Além disso, a hidrovia oferece vantagens logísticas ao contribuir para reduzir o tráfego nas estradas.

"Hoje ė um dia histórico, a mais importante hidrovia brasileira do ponto de vista econômico, que liga os maiores centros produtores do agronegócio. Esta reabertura ė fundamental para o nosso país, em termos de competitividade, de redução de custo e de logística", explicou o governador ao reativar a navegação na cidade de Buritama.

Interrupção
O ponto estava interrompido para a passagem de embarcações desde maio de 2014, em decorrência do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira. A navegação no trecho será reativada com o calado de 2,80 metros, estabelecido pelo Departamento Hidroviário a partir da manutenção da cota dos reservatórios definida em 325,94 metros pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão federal responsável pelo setor energético.

O Governo do Estado de São Paulo, por meio das secretarias de Energia e de Logística e Transportes, junto ao Operador Nacional do Sistema, gerenciou as águas dos reservatórios localizados nos rios Tietê, Grande e Paranaíba, possibilitando, assim, o nível de armazenamento necessário para restabelecer a navegação.

A partir disso, em agosto do ano passado, foram iniciadas as operações para transferência de água dos reservatórios localizados à montante de Três Irmãos e Ilha Solteira. O cenário de chuvas registrado nas últimas semanas também contribuiu para o aumento dos níveis. Com isso, o Departamento Hidroviário reabre a hidrovia antes mesmo da previsão inicial, que era fevereiro deste ano.

LogísticaA Hidrovia Tietê-Paraná ocupa importante papel no escoamento de cargas, além de ser um dos principais corredores de exportação do país. De 2006 a 2013, a quantidade de cargas aumentou de cerca de 3,9 milhões de toneladas para 6,3 milhões de toneladas.

Alguns dos principais produtos transportados são: milho, soja, óleo, madeira, carvão, cana de açúcar e adubo. Com a reativação da passagem de cargas de longo percurso, a projeção de movimentação na hidrovia, em 2016, é superar o montante de 6,3 milhões de toneladas de cargas registrado em 2013. Para o ano de 2017, a expectativa é de que essa quantidade suba para 7 milhões de toneladas.

Do Portal do Governo do Estado
Destaques do dia

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Pesquisadores desenvolvem sensor de baixo custo para medir poluição em rios urbanos, Agência Fapesp

Diego Freire | Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, desenvolveram um protótipo de sensor, que pode ser conectado à internet, capaz de medir o nível de turbidez da água de rios, enviando as informações em tempo real para centrais de controle.
A tecnologia pode ser utilizada para prover um indicativo de poluição, bem como ajudar na identificação de rios com maiores chances de sofrer assoreamento causado pelo acúmulo de dejetos no leito após enchentes. O sensor pode também auxiliar na avaliação da possibilidade de reúso da água, entre outros fins.
“São diversas as aplicações que têm em comum o conceito de Sensor Web, cuja ideia central é tornar uma rede de sensores sem fio acessível via internet, permitindo que usuários leiam os dados monitorados remotamente e também direcionem sua captação, alterando a posição do equipamento, por exemplo, entre outros manejos a distância, remotamente. Buscamos produzir um protótipo eficiente e de baixo custo frente aos diversos sensores já existentes no mercado internacional, chegando a ficar 100 vezes mais em conta que os importados”, explica Jó Ueyama, coordenador do projeto e responsável pela pesquisa Explorando a abordagem sensor web e o sensoriamento participatório no monitoramento de rios urbanos, realizada com o apoio da FAPESP.
O trabalho com o protótipo é resultado do projeto de iniciação científica de Alexandre Colombo, graduado em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, e de Pedro Henrique Fini, aluno do curso de Engenharia de Computação, oferecido conjuntamente pelo ICMC e pela EESC.
Orientado por Ueyama, o projeto é uma extensão do sistema e-NOE, que começou a ser desenvolvido pelo pesquisador em 2010 também com o apoio da FAPESP com o objetivo de monitorar enchentes em rios urbanos (leia mais em agencia.fapesp.br/12355). O novo sensor de turbidez será incorporado ao sistema, que já possui um outro dispositivo capaz de medir a pressão da água do rio.
O sistema e-NOE contava com um sensor semelhante, mas que funcionava por meio da medição do grau de condutividade elétrica na água monitorada. O equipamento construído pelo grupo apresentou um alto grau de corrosão e, em virtude disso, foi descartado.
“A grande vantagem do novo sensor é a facilidade com que ele pode ser construído, pois os componentes utilizados são mais baratos e podem ser facilmente adquiridos, proporcionando uma tecnologia nacional para monitorar nossos rios”, destacou Ueyama.
Tubos de PVC
O protótipo do novo sensor foi construído com tubos de PVC reforçados, um emissor infravermelho, um receptor, cabos coaxiais para comunicação e uma placa Arduino, plataforma de prototipagem eletrônica que possibilita o desenvolvimento desse sistema. A placa processa os dados obtidos e os envia para a estação de controle usando uma tecnologia de rede sem fio chamado ZigBee. Tal tecnologia envolve baixo consumo de energia e pode transmitir a até um 1 km de distância, provendo uma menor largura de banda em relação ao wi-fi.
O equipamento para medir a turbidez possui duas extremidades, uma com o emissor infravermelho e outra com o receptor. O fluxo de água do rio passa pelo interior do cano, entre os dois sensores, e, quanto mais turva a água, menor será a incidência de luz infravermelha no receptor. A partir dessa fração de luz recebida, o sensor é capaz de estipular o nível de turbidez do rio, avaliando sua transparência.
De acordo com Ueyama, o protótipo já passou pela fase de testes e se mostrou eficiente. Entretanto, o pesquisador explica que “ainda é preciso aprimorar a calibragem do sensor para aumentar a precisão do turbidímetro, aparelho que mede a turbidez de um líquido”.
O trabalho Usando redes de sensores sem fio para monitorar a poluição de rios urbanos, de Colombo e Fini, com orientação de Ueyama, foi o vencedor da edição de 2015 do Prêmio Jequitibá de Relevância em Pesquisa Ambiental, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para estimular a produção de alunos de graduação e de cursos técnicos em busca de soluções inovadoras para a conservação e a preservação ambiental. 
 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Um desastre chamado Banco Central, in CC


O erro central do BC é ter interlocução única e exclusivamente com o mercado
por Luis Nassif — publicado 21/01/2016 11h01
Marcelo Camargo / Agência Brasil
O dia em que se fizer o inventário da atuação do Banco Central na gestão Alexandre Tombini, provavelmente se terá o retrato de uma das mais desastradas gestões da história pós-estabilização, só superada pela de Gustavo Loyolla e seus 45% de taxa básica ao ano. 
Desde o primeiro governo Dilma, avaliações incorretas do BC sobre a economia comprometeram a política econômica e ajudaram a jogar a economia nesse buraco.
 
O erro fundamental foi a reversão da política monetária em fins de 2012, voltando a subir a Selic justo em um momento em que se iniciava um remanejamento dos investimentos - dos fundos de pensão e dos grandes gestores de fortunas – em direção à infraestrutura e a investimentos de longo prazo.
 
A reversão da Selic pegou todos no contrapé, especialmente os gestores de fortuna que, entusiasmados com o sucesso das políticas anticíclicas de 2008, convenceram seus clientes a apostar no longo prazo.
 
Sabe-se lá qual cenário foi soprado no pé de ouvido de Dilma para essa mudança de rota. Mas no início de 2013 fiz uma longa entrevista com ela para tentar entender seus motivos. A explicação que a convenceu foi a de que o FED (o Banco Central norte-americano) em breve iria começar a aumentar as taxas de juros, provocando uma fuga de capitais externos do Brasil. A alta da Selic, portanto, seria preventiva.
 
O grande operador de mercado é o que consegue intuir melhor a linha de médio prazo da economia real e identificar os chamados fatores de volatilidade. Tendo clara essa linha, vai dando bicadas nos pontos fora da curva, acentuados pelo superdimensionamento de eventos políticos ou econômicos, sabendo que mais cedo ou mais tarde o mercado volta para a linha principal.
 
quantitative easing teve o mesmo papel para o mercado do “bug do milênio” para o setor de informática: aumentar a volatilidade através do pânico para faturar em cima do medo, ajudando a ampliar as oscilações.
 
Não havia nenhuma base séria para se acreditar em mudança radical no FED. Dada a fragilidade da economia mundial e norte-americana, as feridas ainda abertas dos mercados e do sistema bancário, e aos enormes impactos das decisões do FED na economia mundial, nenhum analista de fôlego apostaria em inflexões bruscas em sua política monetária. Mas o douto Banco Central do Brasil preferiu acreditar nas marolas do mercado.
 
Conclusão: a política monetária do BC brasileiro sofreu mudança brusca de rota, enquanto a política monetária do FED até hoje segue sem alterações.
 
No pós-eleição, repetiu-se o mesmo erro baseado em fantasias absurdas.
 
Para convencer Dilma a adotar políticas fiscais pró-cíclicas, que obviamente aprofundariam a recessão, o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy apelou para estudos do Departamento Econômico do BC sustentando que seria necessário um sacrifício mínimo do mercado de trabalho para se derrotar a inflação.
 
Em março, na entrevista dada a blogs, Dilma dizia que “o pior já passou”. Qualquer analista, com um mínimo de experiência sobre os humores da economia interna, com um mínimo de informações sobre a economia real, e de experiência histórica, sabia que a crise mal tinha começado.
 
Depois do desastre consumado, o BC divulgou novos trabalhos retificando as projeções otimistas.
 
O terceiro erro foi a manutenção da política monetária, mesmo após a divulgação dos dados do PIB mostrando uma economia desabando.
 
A carta formal de explicações pelo fracasso no alcance das metas de inflação é um clássico contemporâneo dos cabeças de planilha. Como justificar elevação – ou mesmo manutenção da Selic nos atuais patamares – com a demanda desabando, o PIB caindo, o desemprego em vias de explodir?
 
O relatório se valia dos dados existentes (passado) para admitir a queda do PIB – mesmo porque eram fatos. Para justificar a política de elevação da Selic, valia-se de suposições, meras suposições – não alicerçadas em nenhum dado quantitativo, nenhum conjunto de fundamentos consistentes – de que a economia iria melhorar.
 
A convicção era tão precária que, mal saíram as projeções do FMI, Tombini jogou a toalha e endossou suas previsões de que a recessão continuaria. E na véspera da reunião do Copom! Como entender que uma instituição internacional, que tem por obrigação analisar a economia de todos os países do globo, tenha mais convicção sobre a economia brasileira do que o BC, com uma enorme equipe de PhDs dedicando-se exclusivamente a estudar o Brasil?
 
Vários fatores explicam essa sucessão de erros.
 
O primeiro, o próprio enfraquecimento da discussão macroeconômica brasileira, com os economistas de mercado tornando-se o único referencial da mídia e do BC.
 
O segundo, no fato de se ter entregue o BC à corporação.
 
Em princípio, nada contra. Em outros tempos, a Sumoc e, mais tarde, o BC, tiveram papel relevante em momentos cruciais da história conduzida pela nata do funcionalismo público brasileiro da época. Mas eram técnicos que transitavam por todos os setores da economia, até por sua ligação original com o Banco do Brasil.
 
O BC atual foi vítima de um conjunto de erros.
 
O mais relevante foi subordinar toda a análise econômica a uma única linha de pensamento, com interlocução exclusiva com o mercado. Como resultado, tocavam a economia brasileira com o manual de funcionamento da economia norte-americana. O FED mantém nas suas agências estaduais e na central compartilhamento de informações com setores da economia real discussões entre economistas de linhas econômicas diversas sobre problemas reais.
 
O BC brasileiro regrediu, tornou-se vítima de um vício de gestão já superado em empresas modernas, de cada departamento definir metas para si independentemente dos resultados de sua ação sobre a companhia como um todo. O BC age como se os efeitos da política econômica sobre a dívida pública, o nível de atividade, a queda da arrecadação não fossem problemas dele.
 
Além disso, a insegurança de Tombini fê-lo focar todas as discussões exclusivamente no sistema de metas inflacionárias – que ele ajudou a desenvolver – em si. Seu conhecimento restringe-se à literatura econômica norte-americana. E a insegurança de Dilma fê-la espanar o recurso à dúvida. Porque a dúvida exige compreensão, para justificar a decisão.
 
A entropia do BC foi de tal ordem que seus PhDs sequer se deram conta de uma correlação óbvia, brandida por eles próprios:
 
1. Segundo eles, não se pode reduzir os juros enquanto a parte fiscal não for equacionada.
 
2. Juros elevados derrubam a arrecadação, inviabilizando qualquer possibilidade de ajuste fiscal.
 
3. Sem ajuste fiscal, os juros têm que continuar aumentando.
 
E como é que se sai desse círculo vicioso? Simplesmente admitindo que, com o PIB despencando, com a demanda despencando, teria que rever a política monetária.
 
Foi necessário o alerta do FMI para o BC começar a despertar.