quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

19 das 50 cidades mais violentas do mundo são brasileiras (NÃO LIDO)


Publicado por Luiz Flávio Gomes - 1 dia atrás
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A violência epidêmica está em disparada galopante. Isso ocorre desde 1980, quando tínhamos 11 mortos para cada 100 mil pessoas; em 2012, pulamos para 29 para cada 100 mil habitantes (veja Mapa da Violência). Tanto os governantes (perdidos na corrupção endêmica, de que a Petrobras e o metrô de SP são repugnantes exemplos) como outras lideranças nacionais (com raras exceções, topeiras ideológicos de esquerda ou de direita, liberal ou conservador, que não conseguem enxergar nada além das suas contas bancárias), incluindo-se também a sociedade civil (insolidária e fortemente ignorante: ¾ são analfabetos funcionais), continuam com os olhos tapados para a cruenta realidade (que vem provocando êxodos imensos em vários bairros periféricos dos grandes centros urbanos). De uma peste leprosa (violência epidêmica) não se pode esperar boa coisa. A paciência do povo tem limite (ainda que se trate de um povo amedrontado, conformista e acovardado pelo ambiente hostil). Povo que parece estar se acostumando com a violência, como se fosse uma lei da natureza.
Em 2011, tínhamos 14 das 50 cidades mais violentas do planeta; esse número subiu para 15 em 2012 e 16 em 2013 (Maceió, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Salvador, Vitória, São Luís, Belém, Campina Grande, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Recife, Macapá, Belo Horizonte e Aracaju). Em 2014 chegamos a 19 (por ordem crescente de homicídios): João Pessoa, Maceió, Fortaleza, São Luís, Natal, Vitória, Cuiabá, Salvador, Belém, Teresina, Goiânia, Recife, Campina Grande, Manaus, Porto Alegre, Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba e Macapá. João Pessoa, agora, das grandes, é a cidade mais violenta do país. Como se vê, o termômetro da violência no Brasil e na América Latina está aumentando (conforme os números apresentados pela Organização da Sociedade Civil mexicana, chamada Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública y la Justicia Penal, que divulgou, em janeiro de 2015, o ranking das 50 cidades mais violentas do planeta - cidades com mais de 300 mil habitantes).
A cidade hondurenha de San Pedro Sula ocupa, pelo quarto ano consecutivo, o primeiro lugar no ranking com taxa de 171,2 homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes. Atrás dela, assim como em 2013, vêm Caracas (Venezuela) e Acapulco (México), com taxas de 115,98 e 104,16 homicídios por cada 100 mil habitantes, respectivamente. Em seguida aparece a primeira cidade brasileira (João Pessoa, com 79 assassinatos para cada 100 mil pessoas). Eis o ranking:
Saíram da lista de 2014 a seguintes cidades que apareciam em 2013: Santa Maria (Colômbia), San Juan (Puerto Rico), Maracaibo (Venezuela) e Puerto Príncipe (Haiti). Em contrapartida, entraram mais três cidades brasileiras: Teresina, Porto Alegre e Curitiba. A diminuição mais significativa (de 2013 para 2014) ocorreu na cidade mexicana de Torreón (uma redução de 49%, passando de 54,24 em 2013 para 27,81 em 2014). Os aumentos mais expressivos ocorreram na cidade norte-americana de St. Louis (46,27%) e na cidade salvadorenha de San Salvador (36,79%).
Das 50 cidades do ranking, 19 estão no Brasil (campeão mundial nesse item), 10 no México, 5 na Colômbia, 4 na Venezuela, 4 nos Estados Unidos, 3 na África do Sul e 2 em Honduras. Com uma cidade temos El Salvador, Guatemala e Jamaica. A grande maioria das 50 conglomerados urbanos mais violentos do planeta está no continente americano (47 cidades), particularmente na América Latina (43 cidades). Recorde-se que a América Latina foi colonizada pelos espanhois e portugueses dos séculos XVI-XVIII, dois povos (então) extremamente violentos (ambos saídos das guerras contra os mouros), corruptos, violadores sexuais, pouco afeitos ao trabalho, extrativistas, fiscalistas, patrimonialistas, teocráticos e autoritários-patriarcais (A América Latina de 2015 padeceria ainda desses pecados capitais originais?)
Não estão incluídos nos assombrosos números citados os homicídios tentados. As fontes dos dados apresentados são oficiais ou alternativas (são dados e/ou estimativas verificáveis ou replicáveis). Considerando-se não apenas o ranking de 2013 senão também os dos anos anteriores, o caso de maior redução no número de homicídios foi o de Medelín, na Colômbia (que promoveu uma das mais revolucionárias políticas sociais e preventivas das últimas décadas): essa comunidade, que chegou a registrar taxas de 400 homicídios por 100 mil habitantes, em 2010 ocupou a décima posição no ranking com uma taxa de 82,62 homicídios por cada 100 mil habitantes; em 2014 caiu para a posição 49 com uma taxa de 26,91 homicídios por cada 100 mil habitantes. Ou seja, ao longo de 4 anos, a taxa diminuiu 67%. O relatório afirma que, se essa tendência se mantiver, é quase certo que, em 2015, Medelín sairá da lista.
Existe solução para o problema? No Brasil, as autoridades encarregadas da segurança pública continuam, em termos preventivos, com o discurso verborrágico nefasto da aprovação de novas leis penais mais duras e encarceramento massivo aloprado (sem critérios de justiça: muitos não violentos estão na cadeia, enquanto milhares de violentos estão nas ruas). Foram editadas 154 leis penais de 1940 a 2014; somos o 3º país do mundo em superlotação carcerária (mais de 700 mil reclusos, incluindo a prisão domiciliar). Nada disso diminuiu a criminalidade. Conclusão: praticamos no Brasil a política criminal mais burra do planeta (e enganosa da população, ávida para ser vitimizada): gastamos muito com segurança pública (mais de R$ 260 bilhões de reais em 2014, segundo o Fórum da Segurança Pública), sem nenhuma eficácia preventiva. Reprimimos pouco (é baixíssima a certeza do castigo: apenas 8% dos homicídios são apurados, conforme o Mapa da Violência) e não prevenimos nada. Daí o aumento contínuo da criminalidade. A única solução para a segurança pública é o Brasil (hoje 79º colocado) sair do 2º grupo do IDH (índice de desenvolvimento humano) e entrar no 1º, que tem a média de 1,8 assassinatos para cada 100 mil pessoas. Vejamos:
19 das 50 cidades mais violentas do mundo so brasileiras
Com exceção dos EUA, todos os países que contam com as 50 cidades mais violentas pertencem ao 2º ou 3º grupo do IDH:
19 das 50 cidades mais violentas do mundo so brasileiras
A violência epidêmica nesses países extremamente desiguais (Gini altíssimo) não acontece por acaso (a relação de causa e efeito é óbvia). E por que os EUA (5º IDH do mundo) contam com 4 das 50 cidades mais violentas? Porque é um dos países mais ricos do mundo e, ao mesmo tempo, mais desiguais do planeta (Gini 0,45). Por que na lista das 50 cidades mais violentas não aparece nenhuma da Europa? Porque seus países viveram um bom período de bem-estar social (anos 60/80), elevando a escolarização, a saúde e a renda per capita da população. Seu Gini médio (Europa) é de 0,30 (ou seja: baixa desigualdade). Essa é a solução: elevar a escolaridade, a saúde e a renda per capita da população brasileira (ou seja, o IDH). Fora disso, só resta ficar enxugando gelo com toalha quente. E ainda ficar enganando a parcela abobalhada e ignorante da população brasileira, que acredita nas baboseiras e promessas dos políticos justiceiros assim como de outras lideranças nacionais, atoladas na corrupção endêmica. * Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

Luiz Flávio Gomes
Professor
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]

Alckmin atrasa entrega de 'caixas-d'água gigantes' na Grande SP



Em meio ao agravamento da mais grave crise hídrica da Grande São Paulo, a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) entregou apenas um terço das "caixas-d'água gigantes" previstas para o ano passado.
Esse reservatório metálico, com capacidade que varia de 1,5 milhão a 20 milhões de litros de água, têm como objetivo ampliar a capacidade de abastecimento e evitar intermitências na distribuição nos bairros atendidos, em especial nas periferias.
Divulgado no início do ano passado, o Relatório de Sustentabilidade de 2013 da Sabesp, companhia estadual de água, previa que 21 desses equipamentos entrariam em operação, gradativamente, "ao longo de 2014".
O documento afirmava que os equipamentos de armazenamento, com capacidade somada de 177 milhões de litros, seriam instalados em 12 municípios da região metropolitana de São Paulo.
Editoria de Arte/Folhapress
Até o momento, contudo, segundo a empresa estatal, foram concluídas só sete dessas "caixas-d'água gigantes".
Elas foram instaladas em quatro cidades: capital (quatro), São Bernardo, Diadema e Itapecerica da Serra.
Segundo o professor titular de hidrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Tucci, os reservatórios são essenciais em bairros altos ou distantes das represas.
Cheios, garantem a pressão necessária para que a água atinja esses domicílios.
"Se não fosse por isso [pelos reservatório], a água levaria muito tempo para chegar até aquela localidade."
Segundo ele, em um eventual rodízio de água, os reservatórios metálicos garantiriam que a população atendida tivesse o abastecimento dentro dos horários estipulados pelo governo paulista.
De acordo com a Sabesp, está em estudo para este ano um "rodízio pesado" de cinco dias de torneiras secas por semana. O governo ainda avalia se adotará a medida e qual será o modelo de restrição.
Até março, a empresa estatal prevê a conclusão de oito reservatórios metálicos, entre eles um em Osasco, que atenderia bairros como Jardim Conceição, Jardim Bussocaba City, Jardim Novo Osasco, entre outros.
Segundo a Prefeitura de Osasco, desde o ano passado, a população desses bairros têm reclamado sobre problemas de abastecimento.
"A falta de água tem sido constante", reclama Raquel Navi Silva, 49 anos, funcionária de uma escola municipal.
OUTRO LADO
Procurada pela Folha, a Sabesp afirmou que as informações do Relatório de Sustentabilidade 2013 foram produzidas com base em dados daquele ano. Segundo ela, no ano passado, houve ajustes de prazos e números.
A empresa de água e saneamento informou que a previsão atual, anunciada em novembro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), é de concluir 29 reservatórios metálicos, com capacidade somada de 235 milhões de litros, até o final deste ano.
Ao todo, de acordo com a nova previsão da empresa, 15 cidades da Grande São Paulo serão contempladas.
O investimento total é de R$ 169 milhões e a previsão é de que ele amplie o armazenamento de água em 10% na região metropolitana de São Paulo. 
Editoria de Arte/Folhapress

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Produção de petróleo e gás natural bate recorde em dezembro

 

A produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de dezembro alcançou aproximadamente 3,096 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia, sendo 2,497 milhões de barris diários de petróleo e 95,1 milhões de metros cúbicos de gás natural. Tanto a produção de petróleo quanto a de gás natural foram as maiores já registradas, superando o recorde anterior, de outubro de 2014, quando foram produzidos 2,393 milhões de barris diários de petróleo e 92,7 milhões de metros cúbicos de gás natural. 

Houve aumento de 18,4% na produção de petróleo se comparada com o mesmo mês em 2013 e aumento de 5,9% na comparação com o mês anterior. A produção de gás natural aumentou 16,6% frente ao mesmo mês em 2013 e 3,8% se comparada ao mês anterior. Mais informações no Boletim da Produção da ANP, disponível em http://www.anp.gov.br/?pg=73557. 

Pré-sal 

A produção do pré-sal, oriunda de 47 poços, foi de 667 mil barris por dia (bbl/d) de petróleo e 23,6 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural, totalizando 815,8 mil barris de óleo equivalente por dia, um aumento de 11,2% em relação ao mês anterior. Os poços do “pré-sal” são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico denominado pré-sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do caput do art. 2º da Lei nº 12.351, de 2010. 

Queima de gás 

O aproveitamento do gás natural no mês foi de 94,9%. A queima de gás natural em dezembro foi de 4,9 milhões de metros cúbicos por dia, um aumento de aproximadamente 10% em relação ao mês anterior e de 11,9% em relação a dezembro de 2013. 

Campos produtores 

Cerca de 91,8% da produção de petróleo e gás natural foi proveniente de campos operados pela Petrobras. Aproximadamente 93,4% da produção de petróleo e 75,7% da produção de gás natural do Brasil foram extraídos de campos marítimos. 

O campo de Roncador, na bacia de Campos, foi o de maior produção de petróleo, com uma média de 331,5 mil barris por dia, e o campo de Lula, na bacia de Santos, foi o maior produtor de gás natural, com uma produção média de 10,3 milhões de metros cúbicos por dia. 

A plataforma P-52, localizada no campo de Roncador, produziu, através de 16 poços a ela interligados, cerca de mil barris de óleo equivalente por dia e foi a plataforma com maior produção. Os campos cujos contratos são de acumulações marginais produziram um total de 92,8 barris diários de petróleo e 6,2 mil metros cúbicos de gás natural. Dentre esses campos, Bom Lugar, operado pela Alvopetro, foi o maior produtor de petróleo e gás natural, com 30,8 barris de óleo equivalente por dia. 
  
A produção procedente das bacias maduras terrestres (campos/TLDs das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) foi de 168,6 mil barris de óleo equivalente por dia, sendo 138,0 mil barris de petróleo por dia e 4,9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Desse total, 4,2 mil barris de óleo equivalente por dia foram produzidos por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 398 barris de óleo equivalente por dia no estado de Alagoas, 2,043 mil barris de óleo equivalente por dia na Bahia, 4 barris de óleo equivalente por dia no Espírito Santo, 1,57 mil barris de óleo equivalente por dia no Rio Grande do Norte e 235 barris de óleo equivalente por dia em Sergipe. 

Outras informações 
 

Em dezembro de 2014, 309 concessões, operadas por 23 empresas, foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 85 são concessões marítimas e 224 terrestres. Do total das concessões produtoras, nenhuma se encontra em atividade exploratória e produzindo através de Teste de Longa Duração (TLD), e sete são relativas a contratos de áreas contendo acumulações marginais.

O grau API médio do petróleo produzido no mês foi de aproximadamente 24,7, sendo que 8% da produção é considerada óleo leve (>=31°API), 62%, óleo médio (>=22 API e <31 09="" 30="" a="" acordo="" anp="" api="" classifica="" com="" da="" de="" e="" font="" leo="" n="" o="" pesado="" portaria="">

A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 9.089 poços, sendo 841 marítimos e 8.248 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Canto do Amaro, na bacia Potiguar, com 1.110 poços. Marlim, na bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores, 59 no total.