Itaipu joga fora 10 milhões de litros por segundo por causa de obras não concluídas em usina de Porto Primavera
Cesp, responsável pela concessão, diz que geração adicional não compensa custo; para TCU, há interesse social
MACHADO DA COSTADE SÃO PAULOPor causa de obras inacabadas na Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, na divisa entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, o país está desperdiçando cerca de 10 milhões de litros de água por segundo com a cheia do rio Paraná.
Se o reservatório, que teria capacidade de 5 bilhões de litros, estivesse terminado, seria possível controlar o fluxo do rio Paraná e a quantidade de água que chega à usina de Itaipu, 500 km à frente.
Itaipu não possui capacidade de armazenamento e, por isso, é obrigada a liberar a passagem da água excedente, sem gerar energia.
Apenas como comparação, a quantidade de água que é perdida na usina de Itaipu representa metade do volume que é retirado atualmente do sistema Cantareira.
A obra de Porto Primavera, de responsabilidade da Cesp, faz parte de um imbróglio jurídico que se estende por anos. Há problemas desde a década de 1970, quando a companhia recebeu a concessão da construção da usina.
A Cesp diz que não conclui o reservatório porque o ganho adicional na geração de energia não compensa os custos. A companhia afirma ainda que, apesar de quase 100% da área correspondente ao reservatório já ter sido desapropriada, o Ibama não forneceu as licenças ambientais necessárias.
"Quando foram iniciadas as obras da usina com o projeto para operar o reservatório até 259 metros [acima do nível do mar], não havia a Política Nacional de Meio Ambiente, portanto, sem exigência de licenciamento ambiental. No decorrer do processo de obtenção da licença de operação, o Ibama autorizou, em 2000, operar o reservatório limitado na cota 257 metros", diz a Cesp.
O último episódio se deu em 2011, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) viu a conclusão do reservatório como algo de interesse social, por impedir enchentes na região, e não financeiro.
No processo do TCU, o Ibama diz que nunca recebeu o pedido para o licenciamento.
Em 2013, Carlos Augusto de Ramos e Kirchner, ex-presidente da TermoRio e atual diretor do Sindicato de Engenheiros de São Paulo, em ofício endereçado ao TCU, pedia ao órgão que obrigasse a Cesp a concluir a obra.
Segundo ele, o reservatório é importante para controlar a vazão do rio Paraná. CHEIA INÚTIL
Normalmente, o fluxo de águas nesse rio é de 17,3 milhões de litros por segundo.
Entre 7 e 12 de junho deste ano, após chuvas na região de Mato Grosso do Sul, essa vazão subiu para 24 milhões de litros por segundo, segundo Itaipu, provocando enchentes que desalojaram cerca de 700 famílias.
"O ganho na geração de energia é pequeno, mas a armazenagem é enorme", diz.
Segundo Kirchner, o momento atual evidencia uma ironia no país.
Enquanto não chovia, foi deflagrada uma crise energética com possível desabastecimento. No entanto, mesmo com as chuvas, o país não consegue armazenar a água.
"O governo federal também tem sua parcela de culpa. Deu uma concessão para uma usina com reservatório e não cobra a conclusão", diz.
Às vésperas do segundo mundial em casa, o país do futebol se vê mais uma vez entre o ufanismo e a vergonha. Afinal, que Copa do Mundo é a nossa?
No mês em que Roberto DaMatta completaria 14 anos, seu pai o levou para ver um jogo da seleção no Maracanã. Era dia 1º de julho e o escrete canarinho composto por Barbosa, Augusto, Juvenal, Bauer, Danilo, Bigode, Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico entrou em campo diante de um público – hoje impensável – de 142.429 pagantes. Ademir e Zizinho fariam os dois únicos gols da vitória sobre a Iugoslávia, na primeira fase da Copa do Mundo de 1950, que encheu os olhos do menino de Niterói, hoje antropólogo e colunista do Estado: “Eu me lembro que fomos e voltamos de barca e bonde, da porta de casa até o estádio, na maior tranquilidade. Quem vai poder se deslocar assim na Copa de 2014?”
O Complexo. Gangorra do Brasil Fim-de-mundo versus Brasil-Paraíso se sucede na históriaALE SILVA/FUTURA PRESS
A “Copa das Copas”, o Mundial da mobilidade urbana, do Brasil com B de Bric, nos paralisa num dilema. Demos um passo maior que a perna? Pipocamos na organização do segundo maior evento esportivo global, que comprovaria o talento brasileiro sem a bola nos pés? Ou a vaia generalizada que se ouve no Brasil hoje espelha apenas o “Narciso às avessas” – personagem mitológico que, em sua versão nacional, cospe na própria imagem em vez de se apaixonar por ela –, nosso velho “complexo de vira-latas”, adquirido na derrota para o Uruguai na final de 50, segundo Nelson Rodrigues?
No dia 24, o dramaturgo e cronista maior do nosso futebol foi evocado pela presidente Dilma Rousseff em resposta à virada de casaca de Ronaldo Fenômeno. Na véspera, o craque-cartola, membro do Comitê Organizador Local da Copa, se dissera “envergonhado” da burocracia e dos atrasos nas obras nas cidades-sede. E, num espetacular elástico, anunciou que vai jogar em dobradinha com o tucano Aécio Neves nas eleições de outubro. “Não temos do que nos envergonhar. Não temos complexo de vira-lata”, garantiu a ponta de lança do Partido dos Trabalhadores na sucessão, sem medo de as arquibancadas pedirem a Lula que saia do banco e vá para o aquecimento.
Mas será, como supõe a presidente, que já cantamos “eu não sou cachorro, não” com essa convicção toda?
Na definição rodriguiana, o complexo de vira-latas é “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isso em todos os setores e, sobretudo, no futebol”. Em meio à festa que começa a se adivinhar, ainda que discretamente, nos bares e nas ruas com a aproximação do pontapé inicial da Copa, percebe-se também certo mal-estar da civilização brasileira – expresso nos protestos das últimas semanas e nas oscilações das pesquisas eleitorais. “A Copa está sendo usada para manifestações políticas de grande profundidade, que tocam em temas fundamentais para o País”, diz Roberto DaMatta. “Nesse sentido, o futebol tem sido tudo menos o tal ‘ópio do povo’ que alguns imaginavam ser. É um despertar.”
Para o antropólogo, que sofreu adolescente o Maracanazo de 1950, a conquista da primeira Copa pelo Brasil, em 1958, foi mesmo terapêutica, mas não curou o mal de vez. “Como o próprio Nelson Rodrigues conta em outra crônica, no dia seguinte à conquista de 1958 um país de analfabetos saiu às ruas para comprar todos os jornais sobre a Copa. Aquela vitória deu ao Brasil a vestimenta de que éramos bons em algo universal.” Mais que isso, afirma DaMatta, o futebol “amaciou e pulverizou” ideias sobre a superioridade de raças e classes sociais. “O fato de um jogador nascido na favela ganhar mais que um médico instruído tem um efeito extraordinário numa sociedade tão desigual como a nossa.”
Outros olheiros do time Brasil preocupam-se com a ideia de que dar uma caneta em campo tenha mais valor que um canudo na escola. Num artigo publicado em 2011, O Complexo de Inferioridade do Brasileiro, Humberto Mariotti, professor da Business School São Paulo, põe na marca do pênalti a precariedade da formação no País: “Nossa única profissão exportável, mesmo assim não qualificada pela educação formal, é, como todos sabem, a de futebolista”. E chama a atenção para o baixíssimo nível do português escrito nos comentários de internet – exemplo da inserção capenga do brasileiro no mundo globalizado e digital. “O que nos torna humanos é a palavra, o entendimento. Se ela nos falta, se somos analfabetos funcionais, não é possível liberar as potencialidades de cada um. A causa da baixa autoestima no País é o baixo investimento em educação, sem o qual a percepção do brasileiro será sempre de que todos os outros povos lhe são superiores.” A ver, ainda, em que nível se dará a interação popular com os turistas estrangeiros que estão chegando para a Copa.
“Queremos que o mundo conheça o brasileiro do jeito que a gente é”, declarou Lula recentemente, com sua incomparável capacidade de contemporizar. Mas será que sabemos de que jeito (no caso, jeitinho) a gente é? Ou esperamos descobrir a “verdade” nos olhos de quem nos vê?
Eis a questão para a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, autora de O Espetáculo das Raças – Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil do século XIX e organizadora de Um Enigma Chamado Brasil (ambos pela Companhia das Letras), entre outros livros. “A identidade de um povo é uma construção social que está sempre se modificando. É um jogo de espelhos que se constitui de dentro para fora e de fora para dentro”, explica ela. Professora da USP e da Universidade Princeton, nos EUA, ela diz ter sentido na pele as oscilações da nossa imagem no exterior, com reflexos equivalentes na autoestima nacional.
“Na primeira vez em que fui lecionar fora ainda éramos o país exótico, do samba, da capoeira e do Zé Carioca. Depois, viramos o país das favelas, motivo de preocupação. E, nos últimos anos, o B dos Brics, a periferia que virou centro, a bola da vez”, conta. “Conforme o momento, minhas aulas lotavam ou esvaziavam”, diverte-se. Para a professora, o Brasil atual “viveu uma bolha, que estourou”, gerando um desencantamento quase infantil com nós mesmos.
“A impressão que dá é que a identidade, que sempre esteve em jogo no Brasil, vive um momento de grande polarização agora.” E cita a gangorra do Brasil fim-de-mundo versus Brasil-paraíso que se sucede indefinidamente na história: no século 16, quando o viajante português Gândavo desconfiava dos nativos do Novo Mundo, “homens sem fé, sem lei e sem rei”; o Brasil-éden retratado pelos viajantes franceses Debret e Taunay no século 18; as teorias raciais que o viam como “laboratório degenerado de raças” no século 19; reabilitado outra vez nos anos 1930, por Gilberto Freyre e sua “democracia racial”, o melting pot que serviria de exemplo ao mundo do pós-guerra devastado pela intolerância.
Jogo jogado, pois. Como, de resto, a partida disputada nas ruas por manifestantes e grevistas às vésperas do apito inicial da Copa, dia 12 de junho. Problema que remonta aos protestos desse mesmo mês no ano passado e que, para outros analistas, vai além da disputa de imagens e autoimagens sobre o Brasil. “Falta água! Quer coisa mais básica do que isso?”, pergunta o cientista político Carlos Melo, fazendo coro à provocação feita por Dilma ao governador Geraldo Alckmin na quinta-feira. Jogo de empurra do qual ninguém sai bonito, garante o professor do Insper: “Do outro lado, o partido no poder em Brasília, que está também na prefeitura da maior cidade do País, é incapaz de antecipar, com a Abin ou com sua dita base sindical, que um dos setores mais estratégicos para a boa realização da Copa, o sindicato dos motoristas de ônibus, ia rachar?”
“O problema com a Copa é um problema com a política”, resume Melo, para quem a presidente teve razão na resposta dada a Ronaldo sobre o complexo de vira-latas, “mas é corresponsável, como todos nós, pela volta desse sentimento”. Quanto a Ronaldo, “ele pode até ter dito uma verdade, mas Romário é quem tem razão ao dizer que não se muda de lado no meio do jogo”.
E o que será do país do futebol após o apito final no Maracanã? É o que tenta responder a coletânea de artigos Brasil em Jogo – O que Fica da Copa e das Olimpíadas?, que a editora Boitempo leva às livrarias esta semana. Para o também cientista político Antonio Lassance, pesquisador do Ipea e autor de um dos ensaios do livro, os governos, tanto estaduais quanto o federal, não souberam se comunicar: “Eles demoraram a mostrar o que havia de bom e fugiram do debate sobre os problemas. A população não perdoa nem uma coisa, nem outra”. Para ele, no entanto, o movimento anti-Copa escolheu o alvo errado. “Não se boicota um evento esportivo, por mais justas que sejam as razões. Cito como exemplo a Olimpíada da Alemanha, em 1936, em pleno nazismo. Se tivesse havido boicote, Jesse Owens (o velocista negro norte-americano) não teria tirado dos nazistas as medalhas que eles aguardavam ansiosamente para ilustrar o mito da supremacia ariana.”
Já o professor do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ, José Sergio Leite Lopes, em outro artigo de Brasil em Jogo, vê com bons olhos toda essa agitação na geral. “Em vez das esperadas vantagens monetárias, a Copa fez surgir uma economia moral, um catalisador de reivindicações que talvez seja um de seus legados mais interessantes”, diz.
Entre os eventuais legados da Copa de 2014, o mais disputado será o das urnas nas eleições presidenciais. E, nesse campo, os times já se movimentam freneticamente. Na opinião de Carlos Melo, pouco importa se a seleção ganha ou não o hexa, pois a avaliação que vai se fazer após o torneio “não é necessariamente esportiva, mas o saldo organizativo e de imagem da Copa”. A essa altura do campeonato, acredita ele, o saldo para Dilma será, na melhor das hipóteses, neutro – um empate, digamos assim. Tampouco será fácil para a oposição levar vantagem, pois tanto Aécio quanto Eduardo Campos tomaram parte da organização em seus Estados e “terão de encontrar a justa medida para suas críticas”.
E, já que falamos o tempo todo em Nelson Rodrigues, Melo arrisca suas próprias metáforas futebolísticas: “A final de 1958 tem uma imagem muito forte. Aos 4 minutos de jogo, o Brasil toma o primeiro gol da Suécia e a sombra do fracasso de 1950 bate à porta novamente. Então, Didi pega a bola dentro das redes, ergue a cabeça e vai até o meio-campo com ela debaixo do braço. O Brasil vira o jogo e acaba vencendo por 5 a 2. Hoje, falta na política brasileira um Didi, alguém que organize o País. Mas falta também um time à altura daquela Seleção de 58. A verdade é que, em todos os partidos, com raríssimas exceções, só tem zagueiro que dá chutão, num grande campeonato de várzea nacional”.
No atual impasse na USP faltou a cautela de não entrar em greve sem estratégia de saída
A mistura de ocorrências desencontradas nos últimos dias na USP põe em cena o eventual poder criativo dos impasses. Tudo vai depender dos protagonistas. O reitor, acompanhado por seus colegas do Cruesp, declara que não tem condições de conceder reajuste salarial a professores e funcionários. Professores em assembleia, nem um pouco representativa dos quase 6 mil docentes, declaram greve e decidem dar murro em ponta de faca para exigir aumento assim mesmo. Fazem-no em compreensível defesa de salários que foram corroídos por uma inflação negada pelo governo federal, mas confirmada pelo dono do supermercado. Os alunos pegam carona na greve dos outros em defesa de um cardápio de temas cuja solução não está ao alcance da universidade nem deles. Concebem a universidade como miniatura do mundo que querem consertar: mexendo nela, o mundo se move.
Um manifesto de docentes justifica a greve como ato de “reivindicação de democracia e eleições diretas para reitor, na USP; de contestação do autoritarismo dos governos da cidade e do Estado de São Paulo; de crítica às políticas de fundo neoliberal sempre em curso no Brasil”. Parar a USP não vai resolver nenhum desses problemas, até porque há também autoritarismo em impor à maioria as decisões da minoria. O que não quer dizer que não sejam demandas pertinentes. Mas se tais problemas existem é porque as maiorias votaram democraticamente e decidiram desse modo. Falta, portanto, uma pedagogia política de convencimento democrático de que a minoria talvez tenha razão.
Essas inviabilidades apontam noutra direção. Em política, há pelo menos duas cautelas a serem observadas em movimentos grevistas, coisa que na USP raramente se faz. Uma dessas cautelas era sempre lembrada pelo falecido professor Leonel Itaussu de Melo, de ciência política, que participava das paralisações advertindo: não se entra numa greve sem uma estratégia de saída. As greves na USP vêm de grupos que tem iniciativa, mas não tem acabativa. A outra cautela é a de avaliar o efeito bumerangue dos movimentos grevistas, o efeito fora de controle e oposto ao pleiteado. Um exemplo do efeito bumerangue dessas ocorrências está em artigo há dias publicado na Folha de S. Paulo sugerindo a hipótese do ensino pago na USP (e por extensão em todas as universidades públicas). Sessenta por cento dos alunos da USP teriam condições de pagar mensalidade equivalente à dos alunos da PUC do Rio de Janeiro. Com esse recurso, a USP arrecadaria R$ 1,8 bilhão por ano, cerca de um terço do que recebe do governo do Estado.
A problemática sugestão, infelizmente, tem tudo para sensibilizar todos os ressentidos com os que tiveram o privilégio de ingressar na melhor universidade pública do País e o pagam com greves, cadeiraços e depredações, como se viu nas últimas greves.
No compreensível pão-durismo de não corrigir os salários deste ano talvez tenha faltado considerar a prioridade possível, necessária e mais mansa de uma reforma administrativa que racionalize os serviços e atenue o primitivismo caro de muitos dos serviços da universidade. As universidades públicas no Brasil, o que inclui a USP, são no geral perdulárias, uma característica própria do serviço público brasileiro. Com facilidade, pode-se fazer uma lista de itens e procedimentos de puro desperdício, desde carros e ônibus oficiais até o cafezinho ruim e dispensável e o adicional para docentes que ocupam funções administrativas. Não tem o menor cabimento que cientistas e docentes sejam desviados para funções que seriam mais bem desempenhadas por profissionais nelas especializados, ressalvada a função legislativa e supervisora dos colegiados. Além do que, hoje, a escolha de um chefe de departamento, de um diretor de unidade ou do reitor é transformada descabidamente em episódio da luta de classes, num mundo em que as classes se tornaram mais ficção teórica do que realidade. Discutimos o poder na universidade com categorias do século 19.
Está em andamento um subterrâneo movimento para desqualificar a USP e, por extensão, as universidades públicas. Não se trata de questionar por aí o direito de greve. Mas não há como não levar em conta que qualquer pequena ocorrência negativa na USP se torna objeto de destaque e considerações sobre sua suposta “decadência”. É o caso do ligeiro declínio de pontuação no Índice QS, para a América Latina, em comparação com a Universidade Católica do Chile. A USP não recuou um ponto em relação a anos anteriores quanto aos itens que de fato qualificam uma universidade. Perdeu para a UCC porque, sendo aquela uma universidade relativamente pequena e paga, conseguiu melhorar a proporção de alunos por professor. As grandes conquistas da USP, e também da Unicamp e da Unesp, na diversidade dos seus campos do conhecimento, internacionalmente reconhecidas, nem sequer são citadas. As grandes universidades do mundo levaram séculos para chegar aonde chegaram. A USP chegou aonde chegou em apenas 80 anos.
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José de Souza Martins é sociólogo, professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP e autor, entre outros, de 'A política do Brasil Lúmpen e Místico' (Contexto)