quarta-feira, 31 de outubro de 2018

PSL ‘assedia’ senadores e deputados eleitos, OESP

Renan Truffi e Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo
31 Outubro 2018 | 05h00
BRASÍLIA - Nanico até o início do ano, o PSL, do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem feito investidas para se tornar o maior partido do Congresso. Com 52 deputados eleitos, o segundo maior número da Câmara, e quatro senadores, dirigentes da sigla têm como alvo parlamentares de legendas que não atingiram a cláusula de barreira e, portanto, ficarão sem estrutura partidária.
Bia Kicis
Deputada eleita pelo Distrito Federal, Bia Kicis (PRP) admitiu que está se transferindo para o PSL de Bolsonaro Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
O objetivo é conquistar postos-chave nas duas Casas e poder ter controle sobre pautas prioritárias do futuro governo.
A intenção é chegar a 60 nomes na Câmara, ultrapassando o PT, que elegeu 56 deputados, e ganhar mais dois no Senado, chegando a seis, e se tornar a quarta maior bancada, empatada com PT e DEM. Os cargos na direção das duas casas e das comissões são divididos de acordo com o tamanho das bancadas. As maiores têm prioridade na escolha.
Um dos nomes alvo de assédio é o do senador eleito Capitão Styvenson (Rede-RN), conhecido em seu Estado por ser o “carrasco” da Lei Seca. As conversas ficarão a cargo do deputado federal e senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), futuro colega do Capitão. “Eu tenho todo interesse que isso aconteça (Styvenson migrar para o PSL), mas não conversei com ele ainda, não. Ele foi para a Rede por aquela questão da candidatura avulsa, mas eu vou convidá-lo, não tenha a menor dúvida. Aqueles que tiveram afinidade de propósito, ideias, vão ser muito bem-vindos”, disse Olímpio ao Estadão/Broadcast.
Dos 30 partidos que elegeram parlamentares neste ano, nove não atingiram a cláusula de barreira: PCdoB, Rede, Patriotas, PHS, PRP, PMN, PTC, PPL e DC. Juntas, essas legendas fizeram 41 parlamentares que estão autorizados a trocar de partido – 32 deputados e nove senadores. É entre os nomes desta lista que o PSL busca viabilizar seu crescimento.
Na Câmara, a deputada eleita pelo Distrito Federal Bia Kicis (PRP) é um dos nomes que fazem parte dessa leva. Ela já confirmou que está migrando para o PSL. “O Bolsonaro me quer no partido”, disse Bia, que acompanhou a apuração da votação no domingo, 28, na casa do presidente eleito.
A intenção da procuradora aposentada é presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, o que não teria chances pela atual legenda. A comissão é a mais importante da Casa, por onde passam os principais projetos.
Dois deputados eleitos pelo PMN também afirmam que já receberam convite para se juntar ao PSL. Presidente do partido no Maranhão, Eduardo Braide (PMN-MA), prefere não falar de migração agora. Ele estuda a fusão de seu partido com outras legendas, como o PHS ou Patriotas. “Não dando certo a fusão, vou estudar o convite”, afirmou. Seu colega de legenda, Pastor Gildenemyr (PMN-MA) também confirma que recebeu o convite e disse que estuda a migração. Ele afirmou que há uma demanda do seu eleitorado, o público evangélico do Estado, para que entre para o partido de Bolsonaro.
“Não estamos querendo cooptar ninguém, mas estamos de braços abertos para esses deputados, desde que eles não venham de partidos de esquerda”, disse o deputado eleito Luciano Bivar (PE), que reassumiu o comando do PSL no início desta semana.
Senado. Além do Capitão Styvenson, outro nome que será alvo de assédio do PSL no Senado é o do Delegado Alessandro Vieira (Rede-SE). Ele declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno. Porém, a exemplo dos parlamentares do PMN, aguarda uma eventual fusão da Rede com outras legendas, como o PPS, para decidir se vai ou não continuar na atual sigla.
A intenção do PSL ao aumentar a bancada no Senado é ter mais força para conquistar um cargo como a Primeira Secretaria da Mesa Diretora. O posto é considerado estratégico para definir os rumos da pauta na Casa.

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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Estudantes criam tijolo com urina humana, FSP

Projeto de sul-africanos garante blocos 40% mais resistentes do que pedra calcária

pequenos tijolos cinzas sobre mesa de metal
Tijolo feito com urina humana, desenvolvido por estudantes da Universidade da Cidade do Cabo - Divulgação/UCT
    Um grupo de estudantes sul-africanos desenvolveu uma técnica para criar tijolos mais resistente utilizando urina humana como matéria-prima.
    O biotijolo usa a ureia presente no xixi para, através de uma reação química complexa, criar carbonato de cálcio e agregar a areia.
    Segundo os pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo, o material é 40% mais resistente do que blocos de pedra calcária. A urina não utilizada no processo ainda é utilizada na produção de fertilizantes.

    Empresa lança açúcar de maçã com metade das calorias do convencional, FSP

    Cleyton Vilarino
    SÃO PAULO
    Amplamente utilizada pela indústria de bebidas para substituir o açúcar, a maçã tem atraído a atenção de empresas especializadas em produtos naturais e de baixo teor calórico.
    Com menos da metade das calorias do açúcar convencional, a fruta ganhou sua primeira versão refinada destinada ao consumidor final e com as mesmas propriedades físicas do açúcar obtido a partir da cana.
    "Já conhecia o uso pela indústria e decidi investigar como poderia obter o açúcar da maçã em pó", diz a executiva da Pipoca de Colher, Sabrina Schmidt, responsável pelo desenvolvimento do Adoçã, nome comercial do produto.
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    O processo, afirma, é realizado a partir da desidratação da fruta e com um rendimento de cinco quilos de maçã para cada quilo de açúcar.
    No caso do suco concentrado aplicado pela indústria de bebidas, esse rendimento chega a sete quilos para cada quilo do concentrado.
    De acordo com Arival Pioli, diretor-executivo da Fischer, maior produtora de maçãs do país, trata-se de um dos primeiros adoçantes de maçã a chegar ao varejo.
     
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    Embalagem do Adoçã, açúcar feito de maçã, criação da empresa Pipoca de Colher - Divulgação
    "Desconheço outras empresas que trabalhem com esse tipo de açúcar."
    A razão, diz Pioli, está no elevado custo de produção da fruta, de até R$ 30 mil mensais por hectare para a manutenção dos pomares.
    No caso da cana, o custo de produção é de R$ 3.000 por hectare, segundo a Conab.
    "A maçã é uma fruta de grande valor agregado. Por isso são raros os casos em que os pomares são destinados à indústria."
    No Brasil, apenas as frutas impróprias para o consumo no varejo são processadas: uma média de 25% da produção, avaliada em 1,300 toneladas em 2017, segundo o IBGE.
    Com isso, o preço final do açúcar de maçã é bem mais salgado quando comparado com outros adoçantes: R$ 40 a caixa de 300 gramas.
    Com uma produção de 1,5 tonelada no primeiro mês de operação, os planos de Schmidt são os de alcançar dez toneladas por mês em um ano.
    No último ano-safra, o Brasil produziu 38,6 milhões de toneladas de açúcar obtido a partir da cana, de acordo com a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
    Embora inovador, o adoçante de maçã ainda enfrenta a concorrência de outros produtos, como o obtido a partir do coco e o próprio stevia, também adotado pela indústria.
    "Mesmo assim, esses adoçantes ainda deixam um gosto residual, como é o caso do açúcar de coco, ou não podem ser aplicados como o açúcar convencional, como é o caso do stevia", aponta Schmidt.
    Entre os fabricantes de bebidas, contudo, a maçã ainda lidera o consumo, com cerca de 240 mil toneladas anuais de fruta convertidas em suco concentrado (usado também como adoçante), ante apenas 2,5 toneladas de stevia.
    Para cumprir com seu plano de expansão, a Pipoca de Colher tem concentrado esforços na venda do açúcar de maçã em redes especializadas em produtos naturais e redes de varejo segmentadas para o público das classes A e B.
    A empresa aposta ainda no consumo por pequenos fabricantes artesanais de alimentos sem açúcar.
    "Embora a gente chame de açúcar, o Adoçã na verdade não é açúcar. É maçã em pó", revela a empresária.

    Os adoçantes mais usados pela indústria
    1. Sacarose 2.721.830 toneladas
    2. Xarope de maltose 278.461 toneladas
    3. Xarope de frutose de milho 224.748 toneladas
    4. Glucose/ xarope de milho 194.962 toneladas
    5. Melaço (cana) 80.006 toneladas
    Fonte: Euromonitor