terça-feira, 2 de julho de 2024

Lula acha que pode tudo, Elio Gaspari, FSP

 No segundo ano de governo, pode-se tudo. A conta só chega durante a campanha eleitoral.

O presidente Lula com a mãe no rosto
O presidente Lula, durante cerimônia de assinatura do contrato de Fortalecimento do Plano Amazônia - Pedro Ladeira - 17.jun.2024/Folhapress

POLÍTICA AMERICANA

O crescimento da candidatura presidencial de Donald Trump disseminou a mania global de se falar mal do Partido Republicano. É verdade que ele segue Trump com suas malfeitorias, mas pouca atenção se dá à decadência do Partido Democrata.

Os democratas carregam Joe Biden porque não conseguiram produzir nada melhor. Uma das raízes desse problema está na influência do casal Bill e Hillary Clinton com suas redes de alianças e interesses. Esse domínio explica, entre outras coisas, o afastamento do ex-presidente Barack Obama.

GRANDE RICUPERO

Os 30 anos do Plano Real foram comemorados com autoexaltações da equipe de economistas que, de forma brilhante, conceberam sua moldura teórica.

Infelizmente na segunda metade do segundo tempo reconheceu-se a importância do papel de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda.

Infelizmente deixaram como pitoresco coadjuvante o presidente Itamar Franco. Sem Itamar e sua decisão de tomar riscos, FHC estaria condenado a disputar uma cadeira de deputado e os professores continuariam redigindo trabalhos acadêmicos.

Dessa fogueira de vaidades escapou, com brilho, o embaixador Rubens Ricupero, que substituiu FHC na Fazenda. Foi um ministro correto e detonou-se dizendo que falava do que havia de bom e escondia o que havia de mau. Não sabia que estava sendo gravado e perdeu o cargo.

Relembrando esses tempos, disse ao repórter Luiz Guilherme Gerbelli: "Caí porque disse muita bobagem".

Ricupero completou 50 anos no serviço público sem ter dito outras bobagens e sem circular na porta giratória do mercado. Se as pessoas reconhecessem suas bobagens com a lisura de Ricupero, as coisas melhorariam bastante.

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