sexta-feira, 28 de junho de 2024

Preocupado com maconha, Lira promove farra eleitoral, Alvaro Costa e Silva, FSP

 

Antes do São João e do "Gilmarpalooza", que esvaziaram o Congresso, Arthur Lira desengavetou a PEC da Anistia. É o maior perdão da história a irregularidades cometidas por partidos políticos, entre elas o descumprimento das cotas eleitorais para mulheres e negros. Aprovada a proposta, as dívidas pendentes não vão impedir as siglas de obter recursos destinados a financiar as campanhas de 2024.

Pois vem aí um vendaval de dinheiro. PL (R$ 886,8 milhões), PT (R$ 619,8 milhões) e União Brasil (R$ 536,5 milhões) receberão as maiores fatias do bolo, 41% do total de R$ 4,9 bilhões, recorde que supera em mais de duas vezes o reservado para 2020 e equivale ao distribuído nas eleições de 2022 para presidente, governadores, senadores e deputados. Nunca fazer um prefeito ou não conseguir eleger um vereador nos mais de 5.000 municípios custou tão caro aos cofres públicos.

O perdão não inibirá novas irregularidades. Ao contrário, deverá incentivá-las. Uma operação da PF para investigar desvios no fundo eleitoral cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 45 de busca e apreensão em São Paulo, Paraná, Goiás e Distrito Federal. O principal alvo foi o ex-presidente do Pros Eurípedes Gomes Júnior, que usou a grana para se esbaldar com familiares e amigos em viagens a Dubai e Miami.

No Rio, um relatório do Ministério Público Eleitoral afirma que houve gastos ilícitos na campanha do governador Cláudio Castro (que, de tão enrolado, parece uma bobina). Uma mulher, que aos 65 anos jamais teve registro de trabalho, virou sócia de uma empresa de "empreendimentos" e recebeu R$ 2,5 milhões.

Quando se trata do crime de corrupção, o Congresso é amigo. Lira está mais interessado na PEC das Drogas, retaliação ao STF por descriminar o porte de maconha para consumo próprio. A CCJ da Câmara quer um plebiscito sobre reduzir a maioridade penal; a do Senado propõe liberar a jogatina.

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