Se apaixonar pelo trabalho é uma jornada de dedicação e crescimento que transforma vidas. Eu, e milhares de trabalhadores, somos a prova viva de que a paixão pelo que se faz pode levar a conquistas inimagináveis. Desde jovem, sempre soube que queria mais do que um emprego comum. Meu desejo era encontrar algo que acendesse uma chama dentro de mim, algo que me fizesse sentir viva e realizada.
Quando comecei na área de beleza, não tinha ideia de onde chegaria. Estava passando por um momento difícil, recém-divorciada, com uma filha pequena e cheia de dívidas. Eu não tinha muitos recursos, mas tinha uma coisa que me movia: uma paixão imensa por fazer a diferença na vida das pessoas. Me lembro do frio na barriga ao fazer meu primeiro curso de sobrancelhas, sem nem ao menos saber segurar uma pinça direito. Mas minha determinação era inabalável. Cada cliente que atendia, cada sorriso que via, alimentava minha vontade de seguir em frente.
No começo, minha rotina era exaustiva. Trabalhava longas horas, muitas vezes indo de casa em casa com minha maca, fazendo sobrancelhas sem parar. Não tinha tempo para mim, mas a sensação de estar construindo algo maior me dava forças. É fácil se perder nesse ritmo frenético, e eu também me senti assim muitas vezes. O estresse é real e pode levar ao esgotamento se não houver um equilíbrio.
Foi aí que percebi que a mesma paixão que eu tinha pelo meu trabalho precisava ser aplicada ao meu tempo de lazer. Entendi que, para continuar sendo criativa e inovadora, precisava de momentos para relaxar e recarregar. Passei a valorizar cada segundo com minha filha, a desfrutar de pequenos momentos de paz e a encontrar alegria em coisas simples. Equilibrar trabalho e lazer não apenas me fez uma pessoa mais feliz, mas também uma profissional melhor.
A paixão pelo trabalho deve ser equilibrada com a dedicação ao lazer e ao autocuidado. Trabalhar incansavelmente pode parecer produtivo a curto prazo, mas a longo prazo, sem pausas adequadas, leva ao esgotamento. Aprendi a importância de desligar o celular, desconectar do mundo profissional e aproveitar a vida com minha família e amigos. Esses momentos são essenciais para manter a mente fresca e a criatividade em alta.
Pesquisas recentes destacam um novo termo, "burnon", descrito pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt. Enquanto o burnout é caracterizado pela exaustão, desempenho reduzido e cinismo, o burnon descreve uma conexão demasiadamente próxima e entusiástica com o trabalho, que leva ao estresse constante e suas consequências. Os sintomas de burnon incluem dores no pescoço, nas costas, dores de cabeça e bruxismo. É um estado de superexcitação que, sem pausas adequadas, pode levar a uma vida exaustiva e desesperançada.
Hoje, olhando para trás, vejo que minha trajetória foi marcada por essa paixão incessante. Se não fosse meu amor pelo que faço, talvez eu não tivesse alcançado o sucesso que tenho hoje. Mas sei que também não teria chegado tão longe se não tivesse aprendido a dosar essa paixão com momentos de lazer e descanso.
Para todos que estão começando suas jornadas, meu conselho é simples: se apaixonem pelo que fazem. Encontrem algo que os mova, que acenda uma chama dentro de vocês. E lembrem-se de que é igualmente importante encontrar tempo para relaxar e aproveitar a vida. O equilíbrio entre trabalho e lazer é o que nos mantém saudáveis, felizes e capazes de continuar crescendo e inovando.
A paixão pelo trabalho é uma força poderosa, mas deve ser bem administrada. Ame o que você faz, se dedique com afinco, mas não esqueça de viver plenamente cada momento da sua vida. Afinal, a verdadeira realização está em encontrar felicidade tanto no trabalho quanto no lazer. E é esse equilíbrio que faz a jornada valer a pena.
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