Otimista com o desempenho das vendas de sua aeronave militar C-390 Millennium para países como Portugal e Coreia do Sul, a Embraer busca agora levar o avião a mercados estratégicos e competir com o histórico modelo americano C-130 Hércules.
Em evento para jornalistas em Gavião Peixoto (SP) nesta quarta-feira (18), João Bosco Costa Junior, presidente do braço da Embraer para defesa e segurança, listou Índia, EUA, Arábia Saudita, União Europeia e países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como mercados para a entrada da aeronave.
Hoje, o C-390 já está em serviço no Brasil –usado pela FAB (Força Aérea Brasileira)– e também em Portugal. No entanto, o avião já foi encomendado por governos de Hungria, Holanda, Áustria e República Tcheca, além de mais encomendas do Brasil e de Portugal.
Na Ásia, o primeiro cliente a receber o avião será a Coreia do Sul. A aeronave da Embraer bateu os modelos Lockheed Martin C-130J Hércules e o europeu Airbus A400M Atlas e foi escolhido pelo governo sul-coreano, no fim do ano passado, para a substituição da frota tática do país por meio de um contrato estimado em US$ 554 milhões (cerca de R$ 3 bilhões na cotação atual). A Embraer não revelou o número de aviões que serão entregues ao país asiático.
A aeronave conseguiu a certificação em outubro de 2018 e entrou em serviço pouco mais de um ano depois.
Foi só em 2023, porém, que o modelo conseguiu o certificado de tipo final, emitido pelo IFI (Instituto de Fomento Industrial), organização militar vinculada ao DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial). Por meio do certificado, a aeronave recebe aval para ser operada em sua capacidade máxima.
Na apresentação de resultados do primeiro trimestre deste ano, a companhia brasileira comemorou o voo inaugural do C-390 pela Força Aérea Húngara. Lá, a aeronave ainda tem de passar por uma campanha de testes antes de entrar em serviço.
A fabricante também levou o modelo para o Embraer Defense Day, nos Estados Unidos, onde foi apresentado para autoridades governamentais e oficiais militares. Segundo Costa Junior, a companhia está expandindo o número de funcionários na parte voltada para a defesa nos Estados Unidos, na tentativa de adentrar o segmento no país.
"Já temos uma linha de montagem final do Super Tucano [caça de defesa aérea] nos Estados Unidos, mas acreditamos que o C-390 poderia desempenhar um papel importante no mercado dos EUA. Estamos lá tentando promover e apresentar o C-390 para fuzileiros navais e Força Aérea dos Estados Unidos porque acreditamos que o modelo poderia agregar um valor adicional a essas entidades do governo", afirma Costa Junior.
Junto a um grupo de jornalistas e a convite da Embraer, a reportagem voou em um modelo C-390, partindo da sede da empresa, em São José dos Campos (SP), até Gavião Peixoto, onde é fabricado o avião militar.
Durante a pandemia, a aeronave foi utilizada pela Força Aérea Brasileira para levar oxigênio, material hospitalar, camas, tendas, geradores, barracas e até ambulâncias para Manaus, capital que viveu uma crise com a sobrecarga de seu sistema de saúde devido ao grande número de casos de Covid.
O avião também é usado pela FAB para ajudas humanitárias. Foi o caso da missão especial que levou medicamentos, alimentos e equipamentos de saúde para Beirute, no Líbano, em 2020, após explosões atingirem o porto da sede do governo libanês.
O repórter viajou a convite da Embraer
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