sexta-feira, 12 de maio de 2023

1% mais rico do Brasil recebe 32,5 vezes o valor dos 50% mais pobres, Valor Investe

 A concentração de renda reduziu no país em 2022, ainda que permaneça em nível elevado. O rendimento médio do 1% da população que ganha mais (rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 17.447) era 32,5 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537) em 2022. Em 2021, essa razão era de 38,4 vezes.

As informações são parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Todos os rendimentos 2022, divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A razão de 32,5 vezes é a menor de toda a série histórica da pesquisa, mas ainda deixa evidente o elevado grau de concentração de renda no país.

“A gente chega em 2022 à menor diferença entre a renda dos mais ricos e da metade mais pobre da população, mas ainda é um valor alto. Uma parcela de apenas 1% da população tem rendimento de mais de 30 vezes a metade mais pobre”, afirma a analista do IBGE e responsável pela pesquisa, Alessandra Brito.

Essa redução da concentração de renda em 2022 ocorreu depois de uma piora em 2021. No primeiro ano da pandemia, em 2020, a participação de outras fontes de renda ganhou espaço na composição do rendimento domiciliar, sobretudo por causa do pagamento do auxílio emergencial. Em 2021, o auxílio emergencial foi suspenso nos primeiros meses do ano e depois teve seu valor reduzido – da média de R$ 600 para R$ 300 -, o que significou retrocesso desse movimento.

Agora, em 2022, o maior valor transferido às famílias permitiu esse recuo de concentração da renda. No início do ano passado, o governo federal descontinuou o Bolsa Família e criou o Auxílio Brasil em um ano eleitoral, com um valor de R$ 400, acima do valor médio do programa anterior. Além disso, no segundo semestre, o valor do benefício foi ampliado para R$ 600.

Um outro olhar sobre a parcela de metade da população com menor renda no país mostra que a metade mais pobre da população recebeu, em média, R$ 537, em 2022. Isso representou um aumento de 18% frente a 2021 (quando tinha sido de R$ 455, o menor valor da série histórica).

Na comparação com 2012, início da série da pesquisa, o salto foi de 9,4%. Em 2012, essa metade mais pobre da população ganhava R$ 491 (valor a preços médios de 2022). O movimento também reflete os maiores valores dos programas de transferência de renda em 2022, que atinge essa parcela mais pobre da população.

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