Com as crises financeiras que levaram a Livraria Cultura à falência e a Saraiva à recuperação judicial, o papel de ser a livraria dos shoppings centers ficou vago e abriu a oportunidade que a livraria Leitura precisava para expandir sua atuação nacional.
A empresa começou o ano de 2023 com 99 lojas físicas e previsão de abertura de seis unidades - mesmo número de lojas fechadas pela Saraiva neste ano. Para manter a rentabilidade do negócio, todos os anos a companhia analisa os indicadores de desempenho de vendas e fecha a loja menos rentável, normalmente, no seu segundo ano de existência. No Estado de São Paulo, a previsão é terminar o ano com 25 unidades, com uma inauguração em Sorocaba e duas na capital, nos shoppings Plaza Sul e Marketplace.
A história da Leitura começou em 1967. Fundada em Belo Horizonte (MG) pelo jovem Emídio Teles, de 18 anos, o negócio era voltado ao comércio de livros didáticos novos e usados, quase um sebo. A primeira unidade foi na Galeria do Ouvidor, no centro da capital mineira, local conhecido pelo comércio de livros na cidade. Na época, o nome era outro: Livraria Lê.
Inicialmente, a companhia traçou seu plano de expansão dentro do território mineiro, com unidades em cidades importantes do Estado, como Ipatinga, Betim, Contagem, Sete Lagoas, Nova Lima, Governador Valadares, Juiz de Fora e Uberlândia. Em 1975, oito anos depois da inauguração, a livraria mudou de nome e passou a se chamara Livraria Leitura.
A expansão para além das fronteiras de Minas ocorreu apenas em 2000, com a inauguração de uma unidade em Brasília. Daí em diante, a empresa fincou sua bandeira em vários locais e hoje está presente em 22 Estados, onde emprega cerca de 2.200 funcionários.
Ao contrário do início da livraria, em que vendia apenas livros novos e usados, hoje oferece uma infinidade de produtos aos clientes. No catálogo da empresa, há itens de papelaria, CDs, DVDs, vinis, produtos de informática, brinquedos e games.
O negócio é liderado por Marcus Teles, irmão de Emídio, que está na livraria há mais de 40 anos. Logo que começou a trabalhar na empresa, ganhou participação de 10% como sócio. O modelo, até hoje, é replicado nas unidades: os líderes regionais que se destacam recebem a oferta para se tornarem sócios minoritários da companhia e encabeçar a abertura de uma nova loja.
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