Para escapar da cassação, aliados do deputado federal Deltan Dallagnol (Pode-PR) apostam as fichas em uma estratégia que depende de um político já denunciado pelo ex-procurador.
Em março de 2017, o então coordenador da Operação Lava Jato denunciou o PP e dez parlamentares e ex-parlamentares, entre eles o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por improbidade administrativa.
Deltan pediu na época e a Justiça Federal do Paraná concedeu o bloqueio de R$ 7,7 milhões de Lira, em valores não corrigidos pela inflação. Ele chegou a dizer que o objetivo não era impedir a atividade político-partidária e, sim, sujeitar todos, " inclusive poderosos, debaixo da mesma lei".
O ex-procurador questiona o enquadramento da sua situação à Lei da Ficha Limpa. Depois de receber sinalizações de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não deve rever sua decisão e de que no STF (Supremo Tribunal Federal) o clima é igualmente hostil, aliados do procurador traçaram a estratégia para incluir na PEC da Anistia um dispositivo para que a perda do mandato tenha de ser corroborada tanto pela Câmara quanto pelo Senado. Hoje, basta a votação dos deputados.
Deltan, no entanto, é um parlamentar de primeiro mandato e com pouca influência política. Para ter força, a estratégia teria de ser encampada por Lira, sob o argumento de que protegeria as prerrogativas parlamentares, não só salvaria o ex-procurador. As sinalizações também não são animadoras.
Na quarta-feira (17), o presidente da Câmara afirmou que o processo seguiria os trâmites burocráticos normalmente, e que o primeiro passo seria encaminhar para a Corregedoria.
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