segunda-feira, 22 de maio de 2023

Com ganhos de até R$ 300 mil, valets de navios viram alvo de investigação do Cade. FSP

 O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu um inquérito para investigar suposta formação de cartel entre pilotos que ganham até R$ 300 mil por mês para estacionarem grandes navios nos portos do país.

Conhecidos como práticos, esses profissionais fazem parte de um clube hoje regulado pelo poder público. A contratação é uma imposição legal e a atividade é controlada pela Marinha.

Vista aérea do Porto de Santos, em São Paulo
Vista aérea do Porto de Santos, em São Paulo - Divulgação/Codesp

Os técnicos do Cade apuram se existem barreiras para a entrada de interessados nesse grupo. Também querem descobrir se eles dividem mercado e, por isso, cobram preços elevados.

Setores do agronegócio reclamam da carência de profissionais e da impossibilidade de que essa contratação seja feita livremente, o que, em sua visão, aumenta o preço.

Hoje, a grande maioria dos pilotos atua como sócia de uma mesma associação, que fecha os contratos com os diversos armadores do mercado.

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Além da falta de profissionais, existe ainda uma escala de rodízio gerenciada pela autoridade marítima.

Para Ricardo Falcão, presidente da associação Praticagem do Brasil, os críticos querem fazer crer que a atividade impacta o preço do frete e que, também por isso, deve ser uma atividade totalmente privada.

"O custo da atividade representa menos de 0,1% do total de uma carga", disse. "Não há nada no modelo brasileiro que transgrida o padrão internacional."

Ele afirma ainda que a atividade ocorre por meio de uma associação porque, individualmente, o investimento para que um prático atue sozinho é muito elevado.

"Precisa comprar lancha, equipamentos de segurança, diversos itens que acabam sendo adquiridos pela associação. O ganho do prático, ao final, é sua participação no resultado, como se se ele fosse acionista de uma empresa."

Com Diego Felix

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