quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Zôdio confirma fechamento de megaloja em São Paulo, OESP


Zôdio confirma fechamento de megaloja em São Paulo

Unidade que fica na Marginal Tietê deixa de funcionar dois anos depois de a marca estrear no País; empresa não comenta os motivos do encerramento da operação que emprega 70 pessoas

Márcia De Chiara, O Estado de S.Paulo
13 de novembro de 2019 | 09h52
A Zôdio, megaloja de bricolagem localizada na Marginal Tietê do grupo francês Adeo dono da Leroy Merlin, vai fechar as portas no dia 31 de dezembro. A empresa não comenta os motivos do encerramento da operação, mas informa que parte dos 70 funcionários poderão ser reaproveitados nas unidades do homecenter. Neste momento, a empresa está liquidando os estoques, com descontos significativos para se livrar do encalhe de mercadorias.
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Loja da Zôdio inaugurada em 2017 na Marginal Tietê, na Zona Oeste de São Paulo Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
A loja deixa de funcionar dois anos depois de a marca estrear no País, em dezembro de 2017, com a proposta vender 18 mil itens voltados para casa. A intenção era atender às demandas dos clientes em diversos momentos da vida, ensinado como se fazem muitas coisas, da culinária ao artesanato. Esse modelo deu certo na França e em Portugal, onde existem 22 lojas nesse formato.
Na época do lançamento,  Gauthier Lenglart, diretor da varejista no Brasil, disse que a expansão no Brasil dependeria do desempenho da primeira unidade. A expectativa era ter cinco lojas físicas da marca em quatro anos.
Analistas de varejo acreditam que a operação fracassou porque o brasileiro não entendeu esse modelo de varejo de "faça você mesmo" que mistura venda de produtos com experiência de compra.
Segundo o consultor Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail,o modelo de loja que vende produtos para o próprio consumidor executar não tem tradição no Brasil, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e Europa. No Brasil, observa, até as camadas de menor renda usam serviços de profissionais quando têm de executar alguma tarefa na casa. Neste caso, normalemnte, o serviço é executado por um profissional amigo que possa dar um desconto.
Serrentino acrescenta que esse modelo de negócio é difícil de operar porque  a loja não cria um imã para atrair o consumidor. "Essa loja não tem uma categoria de destino", afirma. Além disso, pelo porte da loja que foi construída, ele acredita que o investimento tenha sido significativo. Provavelmente, diz, o resultado deve ter ficado muito abaixo do razoável. Isso deve ter levado os executivos responsáveis pelo negócio terem optado pelo encerramento da operação num prazo tão curto tempo.
Quando a loja Zôdio abriu as portas em dezembro de 2017, a companhia não revelou o investimento na operação. O novo formato começou no País junto com a expansão da megaloja da Leroy Merlin, da Marginal Tietê, em São Paulo, que, na época, tinha sido ampliada. Essa se tornou a maior unidade do grupo, onde foram aplicados R$ 210 milhões em 2017. A Zôdio passou a ocupar o piso superior do novo prédio da Leroy, de 22 mil metros quadrados. Os cerca de 5 mil metros quadrados construídos especialmente para a Zôdio provavelmente deverão ser reaproveitados pelo homecenter.
"Foi uma atitude corajosa de encerrar a operação no País", diz o consultor. Ele acredita que o grupo francês vai direcionar os esforços para as lojas de materiais de construção, com a bandeira Leroy Merlin, líder do setor e que ganhou mercado mesmo com a crise.  No mês que vem, a Leroy vai abrir 42ª loja no País, no Espírito Santo, com investimentos de R$ 220 milhões.

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