sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Leilão 'super-hypado' acaba em 'fracasso' e 'desastre', Nelson de Sá, FSP

De NYT a FT e o site Oil Price, cobertura culpa tentativa do governo de 'arrancar o máximo', com 'preços superestimados'

A cobertura anglo-americana do primeiro dia do leilão já soltou o verbo. “Governo do Brasil tinha grandes esperanças com seu grande leilão de petróleo. Elas vieram abaixo”, no New York Times.
“Brasil deu uma festa de petróleo, poucos se deram ao trabalho de aparecer”, no Wall Street Journal. “Leilão fica aquém, após semanas de ‘hype’”, no Financial Times, que foi, na verdade, um dos que mais “hyparam” —e agora diz que "terminou em ignomínia".
“Leilão é um ‘desastre total’”, na Bloomberg, acrescentando que ele “flopou”. “Leilão super-hypado termina em fracasso”, num dos principais sites setorizados, Oil Price.
O motivo da ausência das companhias anglo-americanas, como se destacou desde logo do NYT ao FT e ao Oil Price, foram os “preços superestimados”, a tentativa do governo de “arrancar o máximo”, em suma, “caro demais”.
No dia seguinte, a explicação mudou. Consultorias do setor como Welligence Energy Analytics passaram a pressionar o governo e a Agência Nacional de Petróleo, que “precisam repensar os termos” e oferecer mais vantagens.
Também IHS e XP, por jornais como WSJ. Este foi ouvir por fim o consultor brasileiro Adriano Pires, para quem o problema foi que “Lula decidiu transformar o pré-sal num projeto político”.

CNOOC E CNODC

Já o chinês Diário do Povo destacou que as duas petroleiras chinesas, junto com a Petrobras, “foram bem-sucedidas e levaram o maior dos blocos” do leilão. Como noticiou amplamente a mídia estatal na quinta, o presidente Xi Jinping estará no Brasil na semana que vem, para a cúpula dos Brics.
Links citados:
http://world.people.com.cn/n1/2019/1107/c1002-31443389.html
http://www.xinhuanet.com/politics/leaders/2019-11/07/c_1125201692.htm

ROSNEFT

E a Reuters noticiou, de Caracas, que a Venezuela aprovou incentivos para a petroleira Rosneft explorar gás no país. Em outubro, a empresa russa respondeu por 62% das exportações venezuelas de petróleo, “vendendo a maior parte para refinarias na Índia e na China”.

À BEIRA DO PRECIPÍCIO

Na capa da Economist (acima), o presidente Emmanuel Macron apontou a "morte cerebral" da Otan, tratada pelos EUA como reserva de mercado para sua indústria de armas. Do alemão Frankfurter Allgemeine ao francês Le Monde, a chanceler Angela Merkel rejeitou os "termos radicais" usados pelo colega.

‘FASCISMO’

Em texto do correspondente no Brasil, Terrence McCoy, o Washington Post já destacava na noite desta quinta (7) que “o jornalista americano Glenn Greenwald levou um tapa no rosto de um colunista conservador brasileiro em transmissão ao vivo”. Reproduziu o vídeo e ouviu de Greenwald que o recurso à violência é “fascismo”.
Também no Guardian, no alto da home, "Jornalista de direita esbofeteia Glenn Greenwald em programa de rádio no Brasil".
Nelson de Sá
Jornalista, cobre mídia e política na Folha desde a eleição de 1989.

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