Luci Ribeiro, Jamil Chade e Lu Aiko Otta, O Estado de S.Paulo
08 Agosto 2018 | 13h44
Atualizado 08 Agosto 2018 | 17h46
Atualizado 08 Agosto 2018 | 17h46
BRASÍLIA E GENEBRA - A autorização dada nesta quarta-feira, 8, para que a empresa aérea Norwegian opere voos no Brasil é “um grande estímulo para o turismo e mais um passo na agenda de modernização da aviação civil brasileira”, disse ao Estado o secretário de Aviação Civil, Dario Lopes.
O aumento da competição, com o objetivo de baixar preços, é uma das linhas da política governamental para o setor. Segundo fontes da área técnica, a companhia consultou todos os operadores de aeroportos do Brasil.
O mais provável é que as operações comecem na rota Rio-Londres. E, na temporada, a expectativa é que haja voos para o Nordeste. Com tarifas mais baixas, a avaliação é que o turismo crescerá nas duas pontas: mais ingleses aqui, mais brasileiros indo para a Inglaterra.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o funcionamento no Brasil da Norwegian Air UK Limited, empresa de aviação europeia que opera no mercado de baixo custo. A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 8.
A companhia pretende operar no País com serviços de transporte aéreo internacional regular de passageiro, de carga e de mala postal.
Terceira maior empresa de baixo custo
A Norwegian é a terceira maior companhia aérea de baixo custo da Europa, as chamadas low cost, atrás de Ryanair e Easyjet, e tem base em Gatwick, segundo maior aeroporto de Londres.
Uma viagem de ida e volta entre Buenos Aires e Londres pela Norwegian pode sair por cerca de R$ 3 mil, enquanto, por outras áreas, as tarifas mais baratas ficam em torno de R$ 5 mil.
A empresa já opera na América do Norte, América Central, África e Ásia. Recentemente, abriu subsidiária na Argentina.
Passagens no Brasil são caras, diz empresa
A Norwegian afirma que preços mais baixos para ligar o Brasil aos aeroportos europeus permitirão um número maior de turistas. "Estamos satisfeitos que a permissão nos foi dada para voar entre o Brasil e o Reino Unido, por parte das autoridades brasileiras”, indicou a empresa em um comunicado. "O Brasil tem um grande potencial e acreditamos que os novos voos com preços baixos vão permitir que um número maior de pessoas possa voar, consequentemente incentivando o turismo e as economias locais".
A empresa ainda deixou claro que considera a ligação aérea do Brasil com o Reino Unido cara e limitada. "As atuais conexões entre o Reino Unido e o Brasil são caracterizadas por preços altos e competição limitada", afirmou.
De acordo com dados da empresa, sua capacidade no mercado mundial aumentou em quase 50% em comparação às taxas registradas em meados de 2017. Hoje, ela conta com mais de 60 rotas intercontinentais.
A empresa foi a primeira a introduzir voos low cost entre os EUA e o Reino Unido, em 2014. Desde então, conta com onze rotas fora da Europa, entre elas as cidades americanas, Buenos Aires e Cingapura.
Eleita pela sexta vez consecutiva como melhor empresa low cost da Europa, ela afirma ter a frota mais jovem do mundo, com uma média de idade de seus aviões de apenas 3,7 anos. Dentro da Europa, é a única que oferece internet grátis.
Nos últimos meses, a companhia tem sido cortejada por investidores e empresas, entre elas a Lufthansa. O motivo: sua rápida expansão e sua decisão de realizar voos transatlânticos.
Em seu site, a empresa oferece voo entre Londres e Chicago, apenas ida, por 183 euros, contra 188 para Nova Iorque ou menos de 200 euros para São Francisco, sempre a partir de Londres. A rota entre Cingapura e Londres tem preços de 230 euros, ida.
Falando à imprensa em julho, o CEO da companhia, Bjorn Kjos, admitiu que a fase de expansão de rotas havia terminado e que o foco passaria a ser a de reduzir custos. Mas os recordes continuam sendo registrados. Em julho, ela transportou 3,8 milhões de passageiros em apenas um mês. O aumento foi de 13% em comparação a julho de 2017. 93% de seus aviões estavam lotados.
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