segunda-feira, 24 de junho de 2024

Sindicatos brasileiros estão ficando mais vazios, The News

 

(Imagem: Rovena Rosa | Agência Brasil)

Em uma década, os sindicatos brasileiros perderam mais de 6 milhões de filiados. No mesmo período, o número de trabalhadores no Brasil cresceu em quase 10 milhões, passando de 100 milhões no ano passado.

  • Desse total, os associados a organizações trabalhistas caíram de 16% em 2013 para 8% em 2023, o menor patamar da história do país.

Entre os 8 milhões que fazem parte de alguma união, a maioria está no setor público. Já aqueles que trabalham sem carteira assinada no setor privado são os com a menor adesão aos sindicatos.

📉 O que explica a tendência? A queda na sindicalização ganhou força em 2017, quando a reforma trabalhista foi aprovada pelo Congresso Nacional e, entre outras mudanças, o imposto sindical passou a ser voluntário.

By the numbers: Até 2017, os sindicatos recebiam cerca de R$ 3 bilhões/ano relativos ao tributo. Após a mudança, esse número caiu 98%, para R$ 68 milhões no ano passado.

Além disso, os contratos de trabalho passaram a ser mais flexíveis e com uma maior margem para o funcionário negociar diretamente com o empregador — sem depender de um sindicato para fazer o meio de campo.

Outro ponto foi o boom dos serviços por aplicativos, que gerou um aumento no número de autônomos, que não dependem de um vínculo formal com a empresa.

Panorama: O atual governo quer novas formas de aumentar a receita dos sindicatos por meio de “contribuições compulsórias” — e não um imposto. No entanto, Lira e demais parlamentares já deram um recado de que não vão aprovar uma medida do tipo.

Proporção de trabalhadores com ensino superior cresce e chega a 23,1% no Brasil, FSP

 

RIO DE JANEIRO

A proporção de trabalhadores ocupados que contam com ensino superior completo vem em trajetória de alta no Brasil, enquanto os grupos sem instrução ou com menos anos de estudo perdem participação no mercado.

É o que indica um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgado nesta sexta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2023, de um total de 100,7 milhões de trabalhadores ocupados, 23,1% (ou 23,2 milhões) tinham ensino superior completo. Trata-se do maior percentual da série histórica iniciada em 2012 –a proporção era de 22,4% em 2022.

O número de 23,2 milhões, registrado em 2023, também é recorde. "O nível de qualificação da população ocupada vem aumentando ao longo dos anos", disse William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE.

Pessoa segura carteira de trabalho - Gabriel Cabral - 4.out.2023/Folhapress

Em 2012, a proporção de ocupados com ensino superior completo era de 14,1%. Já o número de trabalhadores com esse grau de escolaridade aumentou de 12,6 milhões em 2012 para os 23,2 milhões em 2023. O crescimento foi de 10,6 milhões.

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Outro grupo em alta é o dos ocupados com ensino médio completo e superior incompleto. Em 2023, eles representaram 42,8% da população ocupada, ou 43,1 milhões do total de 100,7 milhões. O percentual é recorde –a proporção estava em 41,9% em 2022 e em 35,7% em 2012.

O reflexo disso é a perda de participação de trabalhadores com pouca ou nenhuma escolaridade. Em 2023, o grupo sem instrução e fundamental incompleto representou 20,1% do total de ocupados, a menor proporção da série. O percentual estava em 21,3% em 2022 e em 32,6% em 2012.

Movimento semelhante ocorreu na parcela com fundamental completo e médio incompleto. No ano passado, esse grupo respondeu por 14% do total de ocupados, outra mínima da série. A proporção era de 14,4% em 2022 e de 17,5% em 2012.

Os dados integram um módulo da Pnad que aborda "características adicionais do mercado de trabalho", segundo a definição do IBGE.

"Vem crescendo ano após ano a proporção de pessoas que têm pelo menos o ensino básico, que é ter pelo menos o nível médio", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

"Para além do básico, a gente também vem observando aumento da proporção de pessoas com ensino superior. Há, sim, um aumento da escolarização da população como um todo e, em particular, das pessoas ocupadas."

A Pnad considera como ocupados os profissionais que têm algum tipo de trabalho, formal ou informal. Ou seja, entram nessa conta desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

13,5% DOS TRABALHADORES COM ENSINO SUPERIOR SÃO SINDICALIZADOS

Os dados divulgados nesta sexta ainda abordam temas como a sindicalização, que vem em baixa no Brasil. O percentual de profissionais ocupados que estavam associados a sindicatos foi de 8,4% em 2023. É o menor nível da série histórica iniciada em 2012.

Segundo o IBGE, o movimento de redução atingiu diferentes perfis de trabalhadores. Considerando apenas a população ocupada com ensino superior completo, a taxa de sindicalização foi de 13,5% em 2023, bem abaixo do patamar de 28,3% registrado no início da pesquisa, em 2012.

Mesmo em queda, o percentual verificado entre os trabalhadores com nível superior (13,5%) ainda é o maior do levantamento.

Em 2023, a taxa de sindicalização foi de 7,1% para os ocupados com ensino médio completo e superior incompleto, de 5,4% para a parcela com fundamental completo e médio incompleto e de 7,3% para o grupo sem instrução e fundamental incompleto.

"Essa queda significativa de pessoas sindicalizadas com nível superior mostra um descompasso com o avanço significativo do nível de instrução dos trabalhadores, que não é acompanhado pela expansão da associação a sindicato", afirmou Beringuy.

Meio - Economia

 Os economistas Gustavo Franco, Pedro Malan e Edmar Bacha lançam o livro 30 anos do Real: crônicas no calor do momento, pela editora Intrínseca. A obra reúne uma coletânea de artigos escritos nas datas de aniversário do Real. No pré-lançamento, com um debate na Casa das Garças, no Rio, os autores disseram que nunca houve tanto interesse no plano econômico como agora. Para Franco, organizador do livro e ex-presidente do Banco Central, esse interesse provavelmente acontece pela atual “angústia” no cenário econômico. Segundo Pedro Malan, que estava desde o começo plano e que assumiu o Ministério da Fazenda nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, a estabilidade dos preços é uma responsabilidade do governo. Edmar Bacha, que também esteve desde o início na equipe que elaborou e pôs em prática o plano e presidiu o BNDES, disse que o povo percebeu a sua capacidade de controlar os preços através do processo eleitoral. “O povo negou o terceiro mandato ao PSDB (quando a inflação chegou a 12%) e apoiou a saída da Dilma (inflação chegou a 10,67%), demonstrando que brincar com a inflação leva a perda de poder”. No contexto do debate, mediado por Rogério Furquim Werneck, os economistas elogiaram a autonomia do Banco Central. (Globo)

Gustavo Franco: "Se a gente, como nação, não for capaz de substituir os dirigentes do Banco Central sem fazer bagunça, há algo de errado com a gente. Não, vamos fazer isso direito. Tenho certeza que vai acontecer tudo certinho." (Globo)

Enquanto isso, Lula afirmou na sexta-feira que Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, é seu “adversário político” e o associou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O presidente do BC é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança”, afirmou à Rádio Mirante News, do Maranhão. E voltou a criticar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper as quedas na taxa de juros e manter a Selic em 10,5% ao ano depois de sete cortes seguidos. “Nós estamos chegando no momento de trocar o presidente do BC”, destacou. “Eu acho que as coisas vão voltar à normalidade, porque o Brasil é um país de muita confiabilidade.” (Estadão)