sexta-feira, 18 de julho de 2025

'Não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos', diz Lula sobre 2026, FSP

 José Matheus Santos

Renata Linard
Recife e Missão Velha (CE)

O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (18) que deverá ser candidato à reeleição em 2026 para impedir a volta ao poder do que ele chamou de "bando de malucos", em referência ao grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos que quase destroem esse país nos últimos anos. Eles não voltarão, podem estar certos disso", afirmou durante evento em Missão Velha, no Ceará, a 535 quilômetros de Fortaleza. "Não voltarão não é porque Lula não quer, é porque vocês não vão deixar eles voltarem."

Presidente Lula durante evento após visita a trecho da Transnordestina, em Missão Velha, no Ceará - Reprodução/CanalGov no YouTube

"Se tiver com a saúde que estou hoje, com a disposição que estou hoje, podem ter certeza que serei candidato outra vez para ganhar eleições nesse país", disse ainda Lula, durante evento realizado depois de o presidente visitar um dos trechos finalizados da ferrovia Transnordestina no Ceará.

O petista também afirmou que decidirá se será candidato à reeleição apenas no próximo ano. "Só vou decidir se vou ser candidato no ano que vem, porque tenho que conversar com minha própria consciência e conversar com vocês."

A fala de Lula sobre as eleições de 2026 acontece um dia após a pesquisa Genial/Quaest mostrar que, em simulações de segundo turno da eleição de 2026, ele lidera diante de todos os concorrentes e mantém um empate técnico somente com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) —41% a 37% a favor do petista. O empate entre eles se dá no limite máximo da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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Em maio, na disputa entre Lula e Bolsonaro, ambos marcavam 41%. Agora, o atual presidente tem 43% ante 37% do adversário. Bolsonaro, por sua vez, embora atue como se estivesse no páreo, está inelegível até 2030 por causa de condenações na Justiça Eleitoral.

A crise das tarifas decretadas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros e a campanha de justiça tributária do governo federal deram um respiro a Lula que se refletiu também na sua avaliação —houve uma oscilação favorável, com o índice negativo variando de 43% para 40%, ante 28% de avaliação positiva. Há ainda outros 28% que avaliam o governo como regular, e 4% dizem não saber responder.

Lula não teceu comentários sobre a operação da Polícia Federal que teve Jair Bolsonaro (PL) como alvo de buscas nesta sexta-feira (18). Por determinação do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá sair de casa à noite e nos fins de semana, além de não poder se comunicar com outros investigados ou com representantes de embaixadas estrangeiras.

Durante a cerimônia no interior cearense, o governo anunciou liberação de novos recursos para a obra da ferrovia, além de estrear o trecho de Missão Velha. Lula estava acompanhado pelo governador Elmano de Freitas (PT) e pelos ministros Camilo Santana (Educação) e Renan Filho (Transportes), entre outros.

Segundo o governo federal, o início da operação da Transnordestina está previsto para o fim de 2025, com os primeiros transportes de cargas saindo do Piauí até a região centro-sul do Ceará e algumas regiões de Pernambuco. Ao todo, a ferrovia tem 1.209 km de extensão e passa por 53 municípios.

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