Segundo o estudo sobre usuários de trens e metrôs da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANP Trilhos), a malha metroferroviária do Brasil é inferior à demanda de usuários existentes.
A pesquisa mostra que atualmente o país conta com 15 sistemas, inseridos em 11 estados mais o Distrito Federal. O número representa menos de 45% dos estados brasileiros. De acordo com o estudo, o índice de usuários dos trens e metrôs cresceu 29% de 2010 até 2012.
Em 2010, 1,9 bilhão de pessoas usavam o transporte sobre trilhos. Em 2012, o índice subiu para 2,6 bilhões de passageiros. Diariamente, 9 milhões de brasileiros utilizam metrôs e trens, sendo que 7,2 milhões destes são transportados em São Paulo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate (SP), o número de usuários crescerá 10% em 2013: “Aproximadamente 3 bilhões de pessoas”, afirma.
A diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Roberta Marcheti (DF), explica que o estudo levou em consideração as linhas que foram construídas, passaram pelas fases de testes técnicos e estão ativas no momento. A especialista conta que o governo gradativamente aumentou o investimento no sistema de transporte público sobre trilhos.
Roberta conta que as políticas públicas anteriormente focavam o investimento de transporte na produção de carros, o que desestabilizou o sistema de trens e metrôs nos anos 90. “O cenário mudou no Brasil e hoje é possível contar com programas de aceleramento do setor, característica positiva para as locomoções sobre trilhos”, explica.
Vicente Abate concorda com a explicação da executiva: “O investimento na produção de carros era compatível às necessidades do momento. Atualmente, o cenário mudou de foco”, reforça. De acordo com o executivo, o Brasil conta com diferentes construções de trens e metrôs: “Até 2018, o número de linhas poderá dobrar de número”, revela.
O presidente da Abifer conta que Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba são algumas das cidades que apresentam melhoria no transporte sobre trilhos, como novas linhas, ou atualização de composições. Dentre os tipos de locomoção, Abate destaca metrôs, aeromóveis (utilizam do ar como combustível) e monotrilhos.
Benefícios e necessidades
Para Roberta, o investimento no transporte público sobre os trilhos ajuda a diminuir o tempo de trajeto e congestionamento nas ruas. A executiva explica que a redução de período garante mais qualidade de vida ao usuário: “O usuário pode transferir as horas de sobra a outras atividades”, afirma.
Abate afirma que a locomoção sobre trilhos é econômica financeiramente, rápida e segura. “Além disso, os trens e metrôs ajudam a diminuir ativos poluentes, o que pode conservar o meio ambiente”, explica. A troca de composições, por exemplo, é uma medida que garante a sustentabilidade. De acordo com o executivo, cada trem ou metrô pode circular por aproximadamente 30 anos.
Ambos os executivos destacam que o desenvolvimento do transporte público também se deve à execução dos projetos. Os especialistas afirmam quem existem medidas para melhorar o cenário de trens e metrôs, mas são iniciativas que ainda não foram finalizadas.
Vicente Abate afirma que o transporte público deve crescer em conjunto (ônibus, metrôs, trens, etc.). De acordo com o especialista, o sistema também pode explorar mais alternativas entre cidades para garantir a mobilidade do usuário. “Existe uma iniciativa que integrará São Paulo, Americana, São Carlos, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro, no total de 415 km de extensão”, exemplifica.
A diretora executiva da ANP Trilhos explica que o crescimento do setor vai além do número de composições ou linhas existentes. Segundo Roberta, o sistema deve atender o número máximo de usuários, mas também tem que garantir a disponibilidade, regularidade, conforto e segurança. “Modernizar os trens e metrôs para reduzir o tempo de parada e espera de uma composição para outra é uma solução de melhoria”, aponta.