domingo, 7 de maio de 2023

Fios desencapados, FSP

 


BRASÍLIA

O setor elétrico sempre foi um reduto comandado por aliados do governo em exercício. Sob Lula 3, é o PT que tenta tomar as rédeas.

O presidente Lula (PT) fala na sessão inaugural do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, no Itamaraty - Gabriela Biló - 4.mai.23/Folhapress

A manobra do presidente junto ao Supremo Tribunal Federal para obter mais poder na Eletrobras é somente a primeira medida de um plano maior.

Por óbvio, não há como reverter a privatização. A União vendeu a maioria de suas ações ao mercado, que injetou quase R$ 40 bilhões na companhia, diluindo a participação do estado.

Na petição, Lula argumenta que estão ocorrendo abusos da nova gestão e que isso precisa ser modificado. Tem 35% das ações, mas só pode votar em decisões relevantes com até 10%.

Por trás desse movimento reside a intenção de associar a Eletrobras com a Petrobras em uma grande companhia de energia —projeto visto com descrença pelo mercado.

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Passa longe quem aposta que ele vai parar por aí. Há uma preocupação no Planalto em relação ao setor elétrico. Houve um mapeamento de potenciais focos de escândalos e existe uma tropa de choque em campo para blindar o governo.

Vasculham-se todas as gavetas dos projetos de lei aprovados pelo Congresso na gestão Jair Bolsonaro, começando pelo Novo Mercado de Gás, que abriu o transporte e a distribuição, até a geração distribuída, que permite ao consumidor gerar sua própria energia e inseri-la no sistema para conseguir abatimentos na conta de luz.

Também causa arrepios no Planalto a negociação mediada pelo Tribunal de Contas da União entre governo e termelétricas pela repactuação de contratos de quase R$ 11 bilhões em energia.

Teme-se que, fora do raio de visão do tribunal, ocorram negociações espúrias.

O Planalto queria que esses contratos fossem cancelados por descumprimento de regras (as usinas construídas na pandemia não ficaram prontas na data pactuada), mas a discussão foi judicializada.

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