Em julho, Bolsonaro indicará o substituto do ministro Marco Aurélio Mello para a vaga no Supremo Tribunal Federal.
Essa escolha era feita com discrição, comparando-se currículos, mas as coisas mudaram. O procurador-geral Augusto Aras e o advogado-geral da União, André Mendonça, disputam a vaga com tamanha ferocidade que o espetáculo assemelha-se às disputas do programa BBB, para ver quem vai para o paredão.
Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota e sempre acreditou em todas as teorias de conspiração de Ubaldo, o Paranoico, inesquecível personagem do humorista Henfil.
Quando o idiota soube que o governo tem planos para transformar o prédio do Museu Nacional, no Rio,
num simulacro de Palácio Imperial, teve seu momento de Ubaldo, associando paranoia à sua cretinice.
A paranoia seria a seguinte: como em 2022 comemora-se o bicentenário da Independência e em São Paulo será reinaugurado o Museu do Ipiranga, seria aconselhável evitar que o governador João Doria (o da vacina chinesa que não seria comprada) sediasse uma festa.
A cretinice é outra.
Antes de pegar fogo, em 2018, o Museu Nacional funcionava no casarão onde moraram dom João 6° e os dois dom Pedro. No incêndio, as poucas lembranças dos imperadores viraram cinzas. Do prédio, sobrou parte da carcaça da edificação que um mercador de negros escravizados doou (ou foi obrigado a doar) a dom João. Ademais, o que havia ali era um museu de história natural, com meteorito, múmias e objetos indígenas.
Museu Imperial, o Brasil já tem um, e é muito bom. Fica em Petrópolis, no casarão onde dom Pedro 2° se protegia do calor e das epidemias. Lá estão seu trono, sua coroa, as carruagens e a luneta com que via as estrelas. Não há por que mexer nele.
Tirar peças de um acervo para satisfazer vaidades políticas é oportunismo.
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