O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu trocar o chefe do órgão no Amazonas, Alexandre Saraiva.
Saraiva está em atrito com o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) por causa da maior apreensão de madeira do Brasil, como mostrou a Folha.
O delegado criticou Salles, dizendo ser a primeira vez que viu um titular da pasta se posicionar contra uma ação que mira preservar a floresta amazônica.
“Na Polícia Federal não vai passar boiada”, disse Saraiva à Folha, usando termo utilizado por Salles em reunião ministerial do ano passado.
Saraiva afirmou que tudo que foi apreendido desde dezembro do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos de madeira, é produto de ação criminosa. Ele disse também que as empresas até agora não apresentaram documentos requisitados pela PF.
Há mais de dez anos ocupando cargos de superintendente na PF (Roraima, Maranhão e Amazonas, agora), Saraiva declarou que as investigadas na ação não podem nem ser chamadas de empresas. “Trata-se de uma organização criminosa.”
O ministro apontou falhas na investigação e defende as empresas. Ele diz que uma "demonização" indevida do setor vai contribuir para aumentar o desmatamento ilegal.
Segundo informações internas da PF, a decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (14), antes do documento enviado ao STF que pede apuração da conduta do integrante do governo.
Saraiva sugere na peça haver indícios de dois crimes: advocacia administrativa e tentativa de obstrução de investigação de organização criminosa.
Maiurino escolheu o delegado Leandro Almada para substituí-lo. O policial foi o número 2 da gestão de Saraiva e comandou o grupo de investigações ambientais na superintendência.
Como mostrou o Painel, o novo diretor-geral está fazendo diversas mudanças no órgão. Em São Paulo, ele tirou o chefe que não tinha nem um mês no cargo e fugiu do padrão ao escolher o substituto.
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