“Na Natureza Selvagem” é um livro e, desde 2007, um filme, que mais do que um culto, gerou um movimento de novos inquietos, de pessoas dispostas a quebrar as barreiras que conhecem e ir ao encontro do incerto, do novo e, acima de tudo, procurando conhecer o verdadeiro significado da palavra liberdade.
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A história de Christopher McCandless começa quando, aos 24 anos, decide abandonar a vida segura que a família tinha preparado para ele em Virgínia, EUA, com um curso feito, uma casa confortável e um carro à disposição. Sentindo a falta de vida em tudo isso, McCandless partiu para um período de descoberta e, depois de alguns meses na estrada e de ter doado todo seu dinheiro pra caridade, decide seguir para a “natureza selvagem”, no Alasca, em abril de 1992. Quatro meses após ter chegado ao local, foi encontrado morto de fome dentro do ônibus que lhe serviu de abrigo em seus últimos dias na Terra.
Hoje o Fairbanks City Transit System Bus 142, a que McCandless chamou de “Ônibus Mágico”, é ponto de encontro de centenas de visitantes, fascinados com o percurso do jovem norte-americano. Para chegar ao ônibus, abandonado por uma empresa de construção nos anos 60, McCandless caminhou mais de 30 km ao longo do Stampede Trail, um trilho lamacento no Alasca, e atravessou dois rios pelo caminho. O “ônibus mágico” serviu de abrigo e era onde o jovem preparava a pouca comida com os poucos equipamentos de que dispunha. Caçou pássaros, esquilos ou coelhos, mas quando tentou voltar atrás, percebeu que não conseguiria atravessar o rio Teklanika, devido à enchente de degelo de verão.
As dúvidas sobre a causa da morte do jovem se mantêm, já que ele foi encontrado morto de fome, pesando apenas 30 quilos, mas a versão oficial é a de que terá ingerido plantas tóxicas, sem se dar conta. O certo é que McCandless viveu no ônibus por mais de 100 dias e despertou sentimentos aventureiros em muitos dos seus seguidores.
No Parque Nacional Denali, no Alasca, encontra-se o famoso ônibus, preservado como atração turística. Muitos consideram a decisão perigosa, já que o lugar é de difícil acesso e algumas pessoas tentam acampar por perto, recriando a história de McCandless. A verdade é que o fascínio é tanto que os visitantes acabam levando recordações do ônibus e, em pouco tempo, é possível que ele não exista mais: “Eu não acho que, com a condição atual do ônibus e com a quantidade de pessoas que vai lá tirar um pedaços dele, vá durar muito tempo”, diz Kris Fister, porta-voz do Denali National Park and Preserve. O ônibus já não tem janelas, painel de instrumentos e, recentemente, ficou também sem o volante.
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