Antes de Trump iniciar conflito, 'americanos e brasileiros dividiam ao meio o mercado chinês', diz NYT
Em janeiro, a “fase um” do acordo dos EUA com a China, publica o New York Times, “encerrou uma guerra comercial longa e que machucou”. Daí a reação de Donald Trump quando seu assessor comercial, Peter Navarro, falou à Fox News que aquele acordo acabou (“it’s over”).
Os mercados americanos “mergulharam” e, às pressas, Navarro saiu negando, seguido do principal assessor de economia de Trump, Larry Kudlow, e do próprio presidente, em tuíte, “O acordo com a China está totalmente intacto”.
Trump está sob pressão dos fazendeiros americanos, que o questionam porque a China continuou “comprando soja brasileira”. Mais precisamente, diz o NYT, “as compras nos EUA não compensaram o dano causado pela guerra”.
Explica o jornal: “Nos anos que antecederam o conflito comercial, americanos e brasileiros dividiam ao meio o mercado chinês, mas a participação do Brasil subiu para 76% enquanto a dos EUA caiu para menos de 20%”.
E, diz um economista ouvido pelo NYT, será “difícil recuperar a entrada na China, porque ela fez investimentos noutros mercados de soja durante a guerra, particularmente no Brasil”, aproveitando a desvalorização do real.
AINDA PRECISA?
Em título de longa análise, com a foto acima, de navio em Santos, a agência Reuters pergunta: "China ainda precisa da soja dos EUA depois do salto de exportação do Brasil?".
O texto abre dizendo que as compras chinesas de soja americana "finalmente começaram a se parecer com a era pré-guerra", mas conclui com uma resposta negativa.
OUTRA GUERRA?
O Financial Times pergunta em título se o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, “vai conduzir Trump para outra guerra comercial”. Em depoimento no Congresso, ele “ameaçou tarifas unilaterais” contra os países que buscam taxar serviços digitais de gigantes americanas.
Lighthizer abriu investigação neste mês contra, entre outros, “Brasil, Indonésia e a União Europeia”.
‘MUTE THAT LINE’
O Departamento de Estado chamou coletiva para anunciar restrições contra correspondentes de Global Times e outros nos EUA, em defesa da “liberdade de imprensa” na China.
Mas um repórter da Reuters perguntou sobre as críticas de John Bolton à relação de Trump com Pequim. “AT&T, pode silenciar essa linha”, ordenou a assessora do órgão à telefônica que cuidava da conferência. Revoltou a imprensa americana, da esquerda à direita.
O GPS CHINÊS
Xinhua e canais chineses cobriram o lançamento e a entrada em órbita do último satélite (acima) que vai formar o serviço de navegação BeiDou.
Segundo o South China Morning Post, ele nasceu há mais de duas décadas, quando Pequim perdeu dois mísseis numa operação militar por suposta interferência no GPS (Global Positioning System), que é do governo americano, administrado pela Força Aérea dos EUA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário