A pandemia evidenciou a necessidade de nos reinventarmos. As mudanças instituídas em ritmo acelerado estabeleceram um novo normal, no qual quase tudo o que era feito de forma presencial foi inviabilizado. Repentinamente, nos vimos obrigados a adotar o modo virtual como alternativa para conter o surto do vírus e preservar a saúde.
Nesse cenário, as plataformas digitais são essenciais para viabilizar as novas formas de trabalho, estudo e relacionamento. E precisamos atentar para ao menos dois fatores fundamentais: a democratização do acesso à internet e a segurança digital.
Cada vez mais, temos de solucionar problemas coletivos e desenvolver novas competências online. Tarefa quase impossível para mais de um quarto da nossa população (26%), que continua desconectada segundo levantamento do Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação.
Para além da exclusão digital há ainda o problema da qualidade do serviço, que deixa a desejar em boa parte dos casos e a respeito da qual as queixas intensificaram-se nos últimos meses à medida que aumentou nossa dependência da internet.
No quesito segurança, junto com a ampliação em massa do sistema de teletrabalho cresceram os ataques cibernéticos a sistemas de acesso remoto. Dados da Associação Brasileira de Internet apontam que as investidas com o objetivo de descobrir nome de usuário e senha para acessar o “remote desktop protocol”, uma das ferramentas de acesso remoto mais utilizadas, cresceram 333% em dois meses.
Definitivamente não estávamos preparados para esta mudança repentina do presencial para o virtual. A questão que se impõe agora é se vamos conseguir nos adaptar de maneira rápida e satisfatória para estabelecer e garantir padrões de igualdade e segurança online. Tudo isso enquanto um velho problema brasileiro, a desigualdade social, só faz crescer no país.
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