terça-feira, 7 de maio de 2024

Marcelo Viana - A probabilidade de um evento depende da informação disponível, FSP

A aleatoriedade tem um papel central no estranho mundo da física quântica: os resultados de experimentos não podem ser previstos, eles são "decididos" na hora, como se Deus lançasse dados a cada vez, para usar as palavras de Albert Einstein.

Já na física clássica, determinística, o acaso é meramente um reflexo da nossa ignorância: se conhecêssemos as condições precisas do lançamento de uma moeda, poderíamos calcular o seu movimento e, assim, saberíamos antecipadamente se vai dar cara ou coroa. Como não conhecemos, substituímos o cálculo por um modelo probabilístico simples, segundo o qual o resultado é aleatório, com probabilidade de 50% para ambas as opções.

Isso acarreta que as probabilidades que atribuímos a diferentes eventos dependem da informação disponível. Foi lançado um dado (equilibrado), qual é a probabilidade de que tenha saído a face 4? A resposta é 1/6, já as faces do dado são todas igualmente prováveis. Mas se formos informados de que saiu um número par, a probabilidade de ter sido o 4 pula para 1/3, já que agora são só três casos possíveis.

Esse é um exemplo simples: em geral, o efeito da informação sobre a probabilidade pode ser muito mais difícil de apreender. Senão, considere a seguinte situação:

Em um país bárbaro, que ainda não aboliu a pena de morte, três condenados (Aldo, Beto e Caio) aguardam em celas separadas as respectivas execuções. O governador escolhe ao acaso um deles para ser perdoado: cada um tem uma probabilidade de 1/3 de ser o escolhido.

O então presidente Obama, suas filhas e o peru felizardo que escapou da degola no Dia de Ação de Graças - Larry Downing/Reuters

O carcereiro sabe qual é, mas não está autorizado a contar. Aldo suplica ao carcereiro que lhe diga o nome de um dos dois que serão executados: "Se Beto está perdoado, responda Caio; se Caio está perdoado, responda Beto; se o perdoado sou eu, lance uma moeda para decidir se responde Beto ou Caio", propõe. Quando o carcereiro responde que Beto será executado, Aldo fica contente: considera que a sua probabilidade de sobreviver passou de 1/3 para 1/2, já que agora a coisa está apenas entre ele e Caio.

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Mas quando Aldo conta o segredo a Caio, este último não concorda: opina que a situação de Aldo não mudou em nada com a nova informação (continua em 1/3), mas que a sua própria chance de sobrevivência pulou para 2/3.

Quem está certo?

Surpreendentemente, é Caio quem tem razão. O ponto é que, para Aldo, a resposta do carcereiro não traz nada novo: saber que Beto será executado ou que Caio será executado não diz nada sobre a sua própria situação. E se não há nova informação, a probabilidade de que sobreviva permanece a mesma, ou seja, 1/3. Como sabemos que um deles está perdoado, isso implica que a chance de Caio passou a ser de 2/3, tal como ele afirma. 

Polícia do Rio prende suspeito de negociar armas do Exército furtadas em SP, FSP

 Aléxia Sousa

RIO DE JANEIRO

Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira (7) um homem suspeito de ter negociado armas que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, em setembro do ano passado.

Luiz Cláudio Severo dos Santos foi encontrado por agente da Delegacia de Repressão a Entorpecentes na comunidade do Quitungo, na zona norte da capital fluminense.

Contra ele foi cumprido um mandado de prisão preventiva. Questionado, a polícia não informou se o suspeito tem advogado. A reportagem não localizou a defesa de Santos.

Fuzis apreendidos pela Polícia Civil do RJ
Os quatro fuzis 7,62 apreendidos estão desmontados, com cabo e cano separados. Esses fuzis são visados para roubos a carros-forte, em ações diretas de combate terrestre - Polícia Civil do RJ/Divulgação

Segundo a Polícia Civil, o homem também é investigado por integrar um grande esquema de lavagem de dinheiro. A investigação apontou que Santos atuava com Jesser Marques Fidelix, outro suspeito de envolvimento no esquema de receptação, que foi preso no mês passado. Os policiais afirmam que a dupla acumula extensa ficha criminal.

Santos possui anotações criminais por lesão corporal e estava em liberdade provisória em um processo por estelionato e associação criminosa.

A ação que culminou na prisão contou com apoio das inteligências do Exército e da Polícia Civil do Rio.

Em outubro, a Polícia Civil Fluminense encontrou 8 das 21 armas que haviam sido desviadas do Arsenal de Guerra. O armamento estava no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio, área de atuação uma narcomilícia ligada ao Comando Vermelho.

Já no início de novembro, mais duas metralhadoras foram recuperadas pelos agentes, na Praia da Reserva, na mesma região.

A venda dos armamentos foi negociada com duas facções criminosas, o Comando Vermelho e o PCC, segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

O sumiço de 13 metralhadoras .50 e oito de calibre 7,62 do Arsenal de Guerra foi notado durante uma inspeção no dia 10 de setembro. Quando a informação se tornou pública, o Exército afirmou que as armas furtadas estavam "inservíveis" e estavam no depósito de Barueri para passar por manutenção.

Durante as investigações, o Exército puniu administrativamente 38 militares. Segundo o Comando Militar do Sudeste, entre as punições internas estão a prisão disciplinar, de 1 a 20 dias. Sete deles foram apontados pelo Exército como suspeitos pelo furto ocorrido nas primeiras horas do dia 7 de setembro, feriado da Independência, quando o quartel estava esvaziado.

Zema entrega condecoração a FHC em São Paulo, FSP

 

O governador Romeu Zema (Novo) entregou ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) o Grande Colar da Inconfidência, mais alta condecoração concedida pelo Estado de Minas Gerais.

A entrega estava prevista para acontecer em 21 de abril, em Ouro Preto, mas foi cancelada devido a questões de saúde envolvendo o tucano. Nesta terça-feira (7), ele encontrou-se com o governador mineiro em São Paulo para receber a honraria.

Governador Romeu Zema entrega Grande Colar da Inconfidência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
Governador Romeu Zema entrega Grande Colar da Inconfidência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - Aluísio Eduardo/Secom MG

Segundo o governo mineiro, Fernando Henrique Cardoso foi escolhido "por seu governo ter sido um marco da transição do Brasil para um cenário de estabilidade".

Zema afirma que ficou satisfeito em ter feito a homenagem.

"Falei para ele que poucos presidentes fizeram tanto pelo Brasil e que essa comemoração dos 30 anos do Plano Real, do qual ele foi idealizador e condutor, é um momento único. Naquela ocasião, o país superou o problema da inflação, que atrapalhou a vida do brasileiro durante décadas", diz o governador.