Geraldo Alckmin
O ano de 2023 foi extraordinário para o nosso comércio exterior. Nunca o Brasil exportou tanto. Foram US$ 339,7 bilhões em vendas para o exterior. Além do recorde, atingimos os maiores níveis históricos em volume. Dessa perspectiva, nossas exportações cresceram 8,7%, taxa bem superior ao aumento de 0,8% projetado pela Organização Mundial do Comércio para o crescimento do volume do comércio mundial.
Nosso saldo comercial nunca foi tão robusto, com US$ 98,8 bilhões de superávit, um aumento de 60,6% em relação a 2022, contribuindo para nossas contas externas e para a confiança na economia. O saldo foi um pouco superior à expectativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, considerada otimista por agentes econômicos.
O país se consolidou como um dos maiores exportadores mundiais de alimentos e commodities minerais. Para além disso, diversos produtos industriais contribuíram para o desempenho. Registramos embarques recordes, por exemplo, de máquinas para construção e mineração, tubos de ferro e aço, máquinas agrícolas E máquinas para o setor de energia elétrica.
Por trás dos recordes, estão histórias de brasileiros e brasileiras que tiveram mais oportunidades porque venceram adversidades, ousaram desbravar, abriram mercados no exterior e hoje colhem os resultados.
A quantidade de empresas exportadoras cresceu 2% (590 empresas) em 2023, para 28,5 mil, a maior quantidade da série histórica. As empresas que exportam são mais produtivas e resilientes.
Um estudo realizado pelo MDIC mostra que empresas exportadoras pagam maiores salários, têm um maior número de empregados e possuem uma maior proporção de trabalhadores qualificados.
Nosso desafio é fazer com que mais empresas se beneficiem das oportunidades associadas ao mercado externo. Atualmente, apenas 1% das nossas firmas exportam, algo muito aquém do nosso potencial. Dessas, somente 14% pertencem a mulheres.
O ano de recriação do MDIC foi também de muito trabalho no comércio exterior. Desburocratizamos procedimentos e reduzimos custos das transações, por exemplo, por meio da implementação da Licença Flex. O BNDES retomou sua atuação no apoio às exportações, aumentando a competitividade.
Fortalecemos a cultura exportadora e a promoção comercial em parceria com órgãos e instituições como a ApexBrasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae.
Reforçamos a rede de acordos comerciais, tanto na América do Sul, quanto fora da região, com a assinatura, com Singapura, do nosso primeiro acordo de livre-comércio desde 2011.
Por décadas temos repetido que o Brasil ainda exporta tributos – e isso está com os dias contados. A reforma tributária recém-aprovada trará ganhos importantes para as nossas exportações porque terminará com o resíduo tributário que onera nossos produtos no exterior.
Além de desonerar exportações e investimentos, a reforma favorece a agregação de valor às nossas exportações porque torna mais competitiva a produção de bens industriais. Isso porque ataca o atual problema da cumulatividade tributária, que acaba penalizando cadeias mais longas, típicas de produtos mais complexos. Com isso, fará nossa produção industrial mais competitiva aqui dentro e lá fora.
Os resultados comerciais expressivos de 2023 nos desafiam a fazer mais. Há oportunidades inexploradas. Nosso papel é encurtar caminhos, abrindo mercados e reduzindo custos, ao mesmo tempo em que buscamos fazer a produção no Brasil mais competitiva, mais sustentável e com maior agregação de valor.
Em 2005, quando o Brasil exportou US$ 100 bilhões pela primeira vez, a Esplanada dos Ministérios recebeu, em frente ao MDIC, um grande contêiner içado por um guindaste, para comemorar a ocasião.
Hoje, ao atingirmos a marca recorde de US$ 339,7 bilhões exportados, vale relembrar o momento, promover o comércio exterior e celebrar a trajetória das empresas exportadoras, que estão gerando emprego e renda no Brasil, mudando a realidade de comunidades, famílias e trabalhadores país adentro.
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