Maior e mais rico partido (R$ 863 milhões de fundo para as eleições deste ano), o PL, quanto mais tenta, mais se complica na escolha do candidato a prefeito do Rio. Se for mantido na disputa, Alexandre Ramagem —alvo da operação da PF que acusa a Abin de espionagem ilegal para Bolsonaro— terá de conviver ao longo da campanha com os desdobramentos do escândalo, que é daqueles que prometem mais revelações escabrosas. No momento, a mira é o filho 02, Carlos.
Bolsonaro ainda chorava (longe do Brasil, na Flórida) as pitangas da sua dupla derrota, na reeleição e no ensaio de golpe, quando surgiu a informação de que ele tentaria a volta por cima na cidade que o viu nascer como político. Provavelmente a candidatura era delírio de puxa-saco, e logo o ex-presidente se tornou inelegível.
Sem o pai, o nome preferido passou a ser o do filho 01, Flávio. Com a ideia fixa de nacionalizar o debate municipal, tendo como plataforma a segurança pública, Valdemar Costa Neto tirou um coelho verde-oliva da cartola: Braga Netto. Salvo pela inelegibilidade, o general jamais quis se comprometer.
Houve a lembrança de Carlos Portinho, senador do PL, e piscadelas ao deputado Otoni de Paula, pastor evangélico que ameaça adversários "à bala". No encalço do homem de bem para servir ao ideal do partido, até o general Pazuello foi sondado.
A escolha de Ramagem deve-se exclusivamente a Bolsonaro, em decisão tomada em outubro, quando seu favorito já era investigado pela compra do software espião. Valdemar (que pode ter sido monitorado pela inteligência paralela) engoliu a ordem. Hoje fala em perseguição e, como um robô do gabinete do ódio, pede o impeachment do ministro Moraes. Ou se contava com alguém de dentro da Abin para abafar o caso ou, para os bolsonaristas, fazer arapongagem não tem nada demais. No caso, até rima com Ramagem, e poderá ser usada no slogan de campanha.
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